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Joe Danger: The Movie - Análise

Do mundo acrobático com amor.

Joe Danger foi um jogo perigosamente divertido e extremamente viciante, ao ponto de se tornar num título praticamente obrigatório para qualquer um que queira um produto digital. Depois de toda a sua pomposa estreia, o produto do estúdio Hello Games deixou no seu espaço a sua marca e agora com a chegada da sequela temos novamente a mesma premissa mas tudo parece ter subido alguns degraus na escada da qualidade. O diabo das loucas acrobacias está de regresso e se na sua expedição original mereceu um lugar no catálogo de qualquer um com acesso aos serviços de distribuição digital, com a sequela promete mostrar como aprimorou as suas ideias e como a sua diversão rápida e imediata pode apresentar-se igual a si mesma, mas ao mesmo tempo sentir-se fresca.

A cativante combinação de visuais coloridos e em jeito de desenho animado com uma jogabilidade rápida, dinâmica e de aprendizagem imediata, foram os principais condimentos para uma receita de sucesso. O que me deixou ainda mais incrédulo foi verificar como tudo foi melhorado e parece deixar o original para trás sem de forma alguma lhe retirar o seu merecido valor. Por outro lado é notório o elevado cuidado para assegurar a sensação de um produto superior que se sente como uma verdadeira sequela e não como um conjunto de conteúdos adicionais que propositadamente foram deixados de fora do jogo. Isto é algo que considero merecedor de menção pois pode causar alguma confusão o original ter chegado apenas em Dezembro de 2011 ao Xbox Live.

Depois de se provar como um valente condutor em desafios acrobáticos, até a gravidade bateu palmas a Joe e verificou a sua capacidade para rir na cara do Danger, o fenómeno está de volta e agora para entrar no mundo de Hollywood. Joe é o protagonista de um novo filme que mais do que parodiar grandes películas do cinema (Indiana Bones, por exemplo) lhes vai buscar inspiração para novos locais, desafios, design de pistas, momentos únicos em cada uma e claro, personagens e veículos. Tudo em The Movie dá verdadeiro significado aquela frase que ficou célebre na nossa indústria, esta é uma sequela que é maior, melhor e mais badass do que o original.

Como referido, aqui vamos para o mundo de Hollywood para realizar as cenas mais arrojadas de um filme. Divididas por várias fases e cenários, cada uma retirada descaradamente de clássicos como Indiana Jones, Jurassic Park e até James Bond, estas cenas para os filmes são ao mesmo tempo as nossas pistas e tudo ganha mesmo um tom muito mais cinematográfico. Com tamanha diversidade de situações e locais, Joe tem também ao seu dispor muitos novos veículos desde Jetpacks, Skis, Motoski, monociclo e outras tantas tresloucadas formas de transporte que estão sempre relacionadas com as cenas em questão. Isto confere muito mais do que diversidade, confere uma profundidade muito maior à jogabilidade pois cada veículo imprime algumas regras específicas e a sensação de os conduzir vai variando. Nem queiram imaginar os desafios em redor da condução de um monociclo e a procura de um combo de 100% num nível.

Este é um dos maiores valores da sequela sobre o original, a sua dificuldade. Joe Danger sentia-se como um jogo extremamente fácil sendo que só a procura de algumas estrelas nos faziam verdadeiramente sentir desafiados. Quase como se o jogo fosse mais destinado aos mais pequenos e não tão exigentes. The Movie por seu lado continua a apresentar a sua faceta de relativa facilidade mas só mesmo na forma como permite ao jogador aprender a dominar as regras básicas da jogabilidade. Aqui os desafios e as pistas exigem muito mais do jogador, os objetivos vão exigir mais de nós e até temos as medalhas Pro que vão ser as principais responsáveis por repetirmos exaustivamente alguns níveis e de tentarmos conhecer melhor os que nos dão mais problemas.

Saltar por cima de obstáculos, agachar para evitar outros, fazer de super-homem enquanto rodamos loucamente no ar após um salto, encher a barra de boost para quebrar o tempo do amigo, tudo isto era possível no primeiro mas aqui é reforçado com nova dose de desafio. Tudo é extremamente fácil de executar mas quando o design de níveis se torna mais exigente e mais amplo, temos na mesma uma corrida em linha reta com variações de faixa em ocasionais momentos mas agora existem avalanches das quais temos que fugir, ladrões de bancos a capturar, bases inimigas a infiltrar, ou até robôs gigantes a destruir. Os desafios deixam de estar restritos apenas a acrobacias e à tentativa de arrecadar mais pontos para estarem também relacionados com a cena em si. Imaginem que se vão infiltrar numa base secreta, não podem activar alarmes, ou então imagem que estão num ambiente pré-histórico a fugir de um enorme dinossauro que cospe bolas de fogo. É tudo assim para o louco.

Os visuais novamente voltam a cativar com uma mistura entre o colorido e o dinâmico. Os visuais coloridos cativam de imediato a vista e desarmam-nos para entrar num jogo que rapidamente nos demonstra que não é tão nosso amigo quanto poderia parecer. Alguns níveis não tem qualquer checkpoint e caso o jogador falhe vai ter que recomeçar do início, acreditam que vai acontecer muitas vezes (cheguei a ver um Take 18 antes de desistir e ir acalmar os ânimos). Tudo muito dinâmico e extremamente rápido, a emoção ganha grande qualidade devido à forma mais reforçada com que os cenários começam a fazer parte de toda a acção. Desde a neve que nos vai perseguindo pela montanha abaixo, ao templo que se vai desmoronando, ou ao tráfego que nos incomoda numa perseguição, os níveis em si ganham personalidade e fazem parte integrante da fórmula.

" Escusado será dizer que toda a componente multijogador de The Movie é de excelência e promete divertir toda a família."

Tal como no primeiro, The Movie tem também uma enorme quantidade de níveis secundários fora do modo principal, apropriadamente chamados de Cenas Cortadas. Aqui o Hello Games parece não ter-se importado com nada e levou a parvalheira e dificuldade a novos níveis só seus. Os desafios pedidos ao jogador para obter as desejadas estrelas que temos que ganhar para "comprar" novos níveis ou a procura de melhor tempo é de todo um novo nível de dificuldade e o jogador mais dedicado é recompensado. Se o modo principal soar demasiado fácil, mesmo que acima de tudo presente no primeiro, este modo extra não se poupa e desafia mesmo o jogador. Vai ter que se empenhar e a longevidade do jogo sente-se aumentada de forma inteligente e bem-vinda, não artificial.

Joe Danger: The Movie tem ainda outro truque na sua manga, na forma da criação de níveis, que ao mesmo tempo quer dizer criação de cenas de filme. É quase uma moda que foi crescendo ao longo dos anos na indústria e aqui conquista um lugar de mérito. Possivelmente temos um jogo com potencial ilimitado para a sua longevidade, desde que a sua comunidade assim o queira. Tudo tem agora um novo patamar pois não nos podemos esquecer que mais do que criar desafios ao longo de uma linha que é a pista, temos que criar todo um conjunto de cenas de suporte que vão acontecendo ao longo dos cenários de fundo mas que agora passam a fazer parte ativa da ação. Escusado será dizer que toda a componente multijogador de The Movie é de excelência e promete divertir toda a família. Até um máximo de quatro jogadores, cada um numa faixa, vamos ter grandes confrontos e momentos deliciosos à nossa espera.

Joe Danger: The Movie é tudo aquilo que o primeiro foi e depois ainda mais. É uma sequela que se sente tão ou mais divertida que o original, com uma dificuldade mais equilibrada e exigente no bom sentido, maior diversidade nos desafios e nos cenários, visuais coloridos e que certamente vão deliciar os mais pequenos. É esta preciosa combinação de dificuldade acertada com visuais atrativos que tornam The Move novamente num jogo que pode ser aconselhado a toda a família. Coloquem em cena os conteúdos dirigidos à interatividade da comunidade como tabela de pontuações e criação de níveis e tem uma ideia do que o Hello Games voltou a conseguir.

9 / 10

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In this article

Joe Danger 2: The Movie

PS3, Xbox 360, PlayStation Vita, PC

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Bruno Galvão

Redator

O Bruno tem um gosto requintado. Para ele os videojogos são mais que um entretenimento e gosta de discutir sobre formas e arte. Para além disso consome tudo que seja Japonês, principalmente JRPG. Nós só agradecemos.
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