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Naruto Shippuuden Ultimate Ninja Storm Generations - Análise

Os laços de várias gerações.

Depois de dois estrondosos jogos nesta atual geração de consolas, a CyberConnect2 e Naruto voltam a juntar-se para um terceiro jogo que promete elevar a abordagem à série a um nível sem precedentes. Quem tem vindo a seguir Ultimate Ninja Storm ao longo dos anos sabe certamente que a paixão deste estúdio pela obra de Masashi Kishimoto é tal que os seus jogos transpiram autenticidade por todos os seus poros e quando os jogamos conseguimos sentir uma grande relação com eles. É todo um atestar do trabalho da CC2 pois sentimos mesmo que o produto original foi transportado com tamanha fidelidade que as mensagens partilhadas pela banda desenhada/desenho animado de Naruto são passadas com bela qualidade.

Os personagens com enorme profundidade, o mundo repleto de mensagens e ideias que se cruzam com facilidade com a própria realidade, os jovens que procuram um sentido para a sua vida, o valor da amizade, a tentação pelo lado mais obscuro que existem em todos nós, o confronto de gerações, as lutas de poder, a proteção dos mais novos e os ideias que nos são transmitidos pelos mais velhos. Naruto é uma série que abundam em sentimentos e em mensagens que poderiam servir o dia-a-dia de cada um e provavelmente essa é uma das razões pelas quais nos apaixonamos tão facilmente pelos seus personagens. Obviamente que a série de jogos beneficia disto, afinal de contas parte com o trabalho altamente facilitado, e quando nos dizem que este vai ser o jogo que mais personagens e mais arcos de história engloba, então só podemos ficar de curiosidade aguçada.

No entanto, por vezes mais pode ser menos e neste caso não temos uma clara evolução sobre UNS2 e na forma como este teve sobre o original. UNS2 foi um produto que me deixou simplesmente estarrecido com toda a sua imponência e parecia ter implementado padrões que iriam definir a série mas tal não aconteceu. Isto porque, e aqui sou forçado a começar pelas omissões ao invés do que o jogo oferece, Generations deixou completamente de fora o modo Aventura que tanta alma e personalidade deu aos dois anteriores. Isto é algo que certamente já sabiam mas a verdade é que o peso dessa realidade apenas se abate completamente quando temos contacto com o jogo.

Se UNS2 se assumiu como uma versão mais madura e desenvolvida sobre o original, Generations segue numa linha diferente e dá jus ao nome, aqui temos mesmo uma batalha no mundo dos ninjas que atravessa várias gerações. Assim sendo, temos cerca de 72 personagens jogáveis (com um leque limitado jogável no modo História), o maior valor alguma vez visto num jogo de Naruto, e para albergar tal quantidade torna-se compreensível que o modo Aventura tenha sido descartado e dá aqui lugar a um modo História que se torna o principal foco do jogador. Para contra balançar a perda do modo mais característico da série, no qual o jogador viajava pelos vários locais deste universo ao ritmo da história que apresentava os combates, a CC2 decidiu que o novo e coeso modo história seria o palco principal dos eventos.

"Zabuza e Haku tornam-se nos protagonistas e nos personagens controlados pelo jogador."

Aqui temos um estrutura mais ao encontro dos tradicionais beat'em ups mas na mesma embebido nos valores da série. Quer isto dizer que temos uma experiência mais tradicional na qual os combates sem seguem sem qualquer exploração mas que pelo meio vamos ter sequências (imagem e vídeo apoiadas por som) que nos contam os eventos e contextualizam a ação no grande esquema das coisas. Também mostrando bem porque se chama Generations, aqui temos personagens desde a primeira geração até à mais recente, ou seja, começamos com o primeiro arco de história na qual a Team 7 enfrentou Zabuza até aos mais recentes eventos pré-guerra entre o mundo ninja e a Akatsuki, pouco após a cimeira dos Kages.

Para proporcionar algo diferente ao jogador, e talvez tentando justificar a ausência do adorado modo Aventura, a CC2 decidiu apostar numa postura diferente para este modo já que a sua estrutura assim o permitia. Tal como num beat'em up convencional, podemos escolher várias personagens e cada uma delas com a sua própria história e visão dos eventos que conhecemos. Isto permite conhecer melhor algumas personagens, ganhar mais conhecimento sobre outras e até viver os eventos pelos seus olhos ao invés de seguir à risca os eventos da BD/animação. Como exemplo temos o primeiro arco de história, no qual Zabuza e Haku tornam-se nos protagonistas e nos personagens controlados pelo jogador enquanto tentamos vencer a Team 7 liderada por Kakashi, quando até agora era o contrário que acontecia sempre.

Cada personagem tem o seu final e após terminarem o modo com um ganham acesso a outro e pelo meio vão desbloqueando vários filmes que conseguem mesmo transmitir as mensagens principais da série. Apesar de obviamente servirem mais como uma espécie de recordação a quem as viu e de um convite a quem ousou ainda não as ver. Esta nova estrutura faz com que se ganhe alguma frescura e o modo torna-se altamente atrativo e facilmente percebemos porque a CC2 tentou algo diferente mas de qualquer das formas não deixo de sentir uma grande nostalgia e saudade do modo Aventura que tanto me apaixonou nos anteriores, especialmente em UNS2.

Tudo fica mais rápido, focado e coeso como já referido, os combates sucedem-se e como ganhamos aqui acesso a dinheiro e novos itens ou colecionáveis, voltar a jogar o modo é altamente convidativo mas perde-se um pouco do fulgor e personalidade Ultimate Ninja Storm. Adicionalmente, e apesar de alguns combates poderem ser bem épicos, não esperem encontrar confrontos de larga escala como visto nos anteriores. Infelizmente, a CC2 decidiu não incluir quaisquer combates de grande envergadura que tanto caracterizam a série e que nos deram alguns dos melhores momentos nos dois anteriores. É uma outra omissão mas que se torna mais grave pois aqui não parece fazer muito sentido. Mesmo que ajude o modo a ganhar uniformidade, face aos arcos de história aqui presentes é impossível não pensar em como algumas delas, muitas ainda não retratadas na série, teriam sido caso marcassem presença.

Como alternativa os jogadores são convidados a experimentarem os vários modos de jogo em Batalha Livre e aqui temos a básica batalha contra outro jogador, modo Sobrevivência, Torneio e Treino. Todos eles têm um nome que se explica a si próprio e ganham aqui toda uma nova importância devido ao estatuto de alternativa que ganham sobre o modo principal. São o ponto de passagem obrigatório a médio prazo para os que já se cansaram do modo História e querem agora tentar novos desafios. São modos que se tornam mais do que importantes para o pacote como um todo e modos que se sentem relevantes, principalmente quando temos tantas personagens para escolher e muito provavelmente uma grande quantidade de amigos à nossa volta que também adoram Naruto.

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Bruno Galvão

Redator

O Bruno tem um gosto requintado. Para ele os videojogos são mais que um entretenimento e gosta de discutir sobre formas e arte. Para além disso consome tudo que seja Japonês, principalmente JRPG. Nós só agradecemos.

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