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Ghost Trick: Phantom Detective iOS - Análise

Linhas cruzadas.

Quando Ghost Trick: Phantom Detective (provavelmente um dos títulos cujas palavras que o compõe melhor descrevem desde logo a sua essência e gameplay) começa, ficamos perante um cenário bem estranho. Sissel é o personagem principal e é ele que nos narra o ponto da situação, até aqui tudo normal não estivesse Sissel morto. Este é o mote de partida para esta nova aventura de Shu Takumi que agora chega aos sistemas iOS. Depois de Ace Attorney: Phoenix Wright, é a vez de Ghost Trick nos mostrar do que é feito o talento de Takumi e como este conquistou para si uma posição singular dentro dos videojogos portáteis nipónicos. O clássico de culto foi lançado originalmente na Nintendo DS em 2011 na Europa e agora, cerca de um ano depois, é nos sistemas da Apple que voltamos a ver Sissel e tudo parece ter corrido pelo melhor.

Quando Sissel descobre a fatalidade da situação em que se encontra também descobre que é especial e que tem poderes neste novo "mundo fantasma". Sissel descobre que pode possuir e controlar objetos inanimados mas tal não vai permitir que salve a sua vida. Tal já não é possível. Sissel tem agora um tempo limite para tentar ajudar uma pobre rapariga e esperar que pelo caminho recupere as suas memórias, perdidas ao morrer.

Começa então a jornada do jogador e os primeiros dois capítulos funcionam como uma espécie de tutorial que nos ensinam as mecânicas de gameplay nesta aventura. Estes dois primeiros capítulos podem ser transferidos gratuitamente, sendo uma espécie de demonstração enquanto o jogo completo pode ser adquirido por 7.99 euros (ou então por pacotes de capítulos por 3.99 euros cada) dentro do próprio jogo.

Sissel tem então que salvar a vida da rapariga com quem se ia encontrar e esperar que esta o ajude a descobrir toda a verdade por detrás da sua morte, uma vez que já não pode reverter a sua situação. Como referido, o jogador vai ter que entrar no mundo fantasma e "saltar" entre objetos inanimados para os poder controlar. Ao entrar num objeto o jogador tem que deixar o mundo fantasma e executar o truque que esse objeto permite, mais precisamente um movimento que tem consequências, ou não, no que está a decorrer na cena. Temos então que controlar os objetos e com eles reverter a morte de um personagem, recuando até quatro minutos antes da sua morte. Após assistir ao "filme" da sua morte, temos que aprender com o que vimos para quando o desafio começar reagirmos de acordo e salvar a pessoa.

Com apenas quatro minutos para evitar o desfecho trágico, temos a oportunidade de causar determinados acontecimentos que vão, pelo menos por alguns minutos, alterar os eventos vistos no filme da morte do personagem. O esquema de corrida contra o tempo com a resolução de puzzles através do controlo de objetos inanimados embrulhados numa jogabilidade tão simples que é deliciosa (cujo controlo por toque apenas a torna mais envolvente) resulta numa fórmula que é irresistível de jogar.

Ghost Trick na sua versão DS.

Frequentemente se contesta a validade de um iOS enquanto fornecedor de experiências videojogáveis com profundidade semelhante ou ao nível do que vemos nos sistemas dedicados, jogos como Ghost Trick mostram que, pelo menos alguns géneros, podem transitar sem quaisquer problemas e sem receios. A Capcom adaptou este seu novo jogo de uma forma admirável que até nos faz acreditar que é um produto nascido aqui nos iOS. Não sentimos a necessidade do segundo ecrã da versão DS e toda a jogabilidade assente no controlo por toque é tão simples e fascinante quanto o era no original.

Ghost Trick, sendo um produto Shu Takumi, é tal como Ace Attorney um jogo repleto de personagens curiosas e interessantes cujas situações que vivem tem tanto de cómico e irreverente quanto de intrigante. OS visuais em estilo desenho animado ajudam a dar cor e singularidade a cada um dos ambientes e personagens e o desenrolar dos acontecimentos é feito com o patrocínio de um aprofundar dos personagens e do conhecer de novas excêntricas personalidades. É um dos pontos mais fortes do jogo e vai-nos fazer sentir aquela vontade de jogar um pouco mais e mais um pouco só para conhecer o que vem a seguir.

Se Ghost Trick era interessante, irreverente e único na Nintendo DS, mais ainda consegue ser nos iOS. É pura magia Shu Takumi e uma carta de amor a todos os que não resistem a olhar para lá da pasmaceira que abunda neste mercado. A sua estrutura por capítulos e a capacidade para gravar a praticamente qualquer momento fazem com que seja um fantástico companheiro de viagem e quando transforma horas em minutos, sentimos um grande conforto no valor investido.

Ghost Trick: Phantom Detective é uma verdadeira genialidade e prova que alguns dos grandes clássicos das portáteis dedicadas a videojogos podem chegar aos iOS, especialmente dentro deste género. É um prazer desenvencilhar todo o talento de Takumi e se procuram algo simplesmente único e espantoso então nem sequer devem hesitar, o preço de 7.99 euros é uma pechincha para esta obra.

9 / 10

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