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Nicolas Wegnez

Nintendo: O amor pela inovação e jogabilidade.

A Nintendo mais uma vez conseguiu as atenções da E3 para o seu lado. Depois de um ano a publicitar e conquistar os jogadores para o 3D sem óculos, com a sua mais que tudo portátil Nintendo 3DS, é agora a vez de voltar a conquistar a sala de estar.

Na E3 2011 a Nintendo apresentou a sucessora da Wii, chamada simplesmente de Wii U. Um nome que parece ter tudo haver com a política da Nintendo. A jogabilidade e a inovação são o que mais importa para a companhia nipónica, mas desta vez não deixa o aspeto gráfico de lado, piscando novamente o olho aos jogadores ávidos de poder de processamento gráfico.

Com a nova consola chega o novo comando. Este último sendo o foco de todas as atenções, confundindo até a audiência sobre o que afinal é a nova consola. O comando em si entra num misto de tablet e consola portátil, termos que a Nintendo recusa atribuir. Durante a E3 tivemos a oportunidade de falar com Nicolas Wegnez, Diretor de Marketing da Nintendo Ibérica, isto no bonito restaurante do London West Hollywood Hotel, que pertence ao conhecido chef/ de cozinha escocês, Gordon Ramsay.

Assim estava criado o cenário para tentarmos perceber afinal qual é a nova estratégia da Nintendo, bem como compreender o estado atual da marca em Portugal.

Eurogamer Porquê o nome de Wii U?
Nicolas Wegnez

Com a Nintendo Wii U nós queremos tornar a experiência mais ampla e mais profunda. Tentamos criar um hardware que atraia a todo o tipo de pessoas. Não apenas em termos demográficos, ou feminino e masculino, ou para crianças de cinco anos até noventa e cinco anos, o que parece ser um pouco da definição da estratégia da Nintendo Wii ou DS. Mas "U"(you) em termos de estar mais focado nos aspetos sociais dos videojogos, que é a Wii. E também a produção de novas ferramentas para os produtores de videojogos.

Para a Nintendo é muito importante a inovação. A inovação é a chave. A jogabilidade também é importante, mas o que queremos fazer é criar certas ferramentas para os produtores de videojogos, não apenas first-party, mas também third-party para produzir novos jogos, sequelas, a versão número sete ou nove, mas ao mesmo tempo é a altura certa até para nós de oferecer novas possibilidades.

Quando a Nintendo DS foi lançada as pessoas perguntavam a razão de ter dois ecrãs. O que iria fornecer em termos de jogabilidade, e que parecia algo estranho. Por outro lado a Wii foi mais fácil de ser entendida, muito devido ao Wii Sports, pois se jogas ténis, consegues perceber a Wii. Mas a Nintendo DS não foi fácil fazer com que fosse entendida. Levou algum tempo.

Penso que acontecerá o mesmo com a Nintendo Wii U, mas no fundo temos as características de topo. O poder gráfico que é importante para algumas companhias criarem o conteúdo que querem, mas também para os hardcore gamers que irão agora prestar atenção à consola. A Nintendo Wii U irá oferecer tudo isso. Para além que adiciona uma nova janela jogável à sala de estar que muda por completo a forma que jogamos.

EurogamerA Nintendo sente-se atualmente na posição de deus, dando as ferramentas para os humanos/produtores poderem por si sós descobrirem o que inovar?
Nicolas Wegnez

Nunca a Nintendo irá sentir-se na posição de um deus. E temos o exemplo de Portugal, onde a Nintendo respeita profundamente a posição da Sony. A Sony fez um excelente trabalho em Portugal, e chegou ao país muito mais cedo que a Nintendo. A Sony ajudou as pessoas de Portugal a compreender o que são os videojogos e o que eles poderão dar às pessoas. O que a Nintendo está de forma modesta a fazer é reconhecer que é muito mais pequena que a Sony e Microsoft. E nós precisamos de inovação. Se a Nintendo não inovar, se mantiver a forma de jogar, então a Nintendo irá ter um problema.

Não sei se podemos dizer que somos as pessoas românticas nesta indústria, mas já trabalho na Nintendo há 16 anos, e tenho a sensação que somos os românticos. O objetivo primário da companhia, isto de forma sincera, é a expansão do mercado, mas longe de soar a algo "comercial" achámos que as companhias precisam de novas ferramentas para criação de novos conteúdos.

Dou um exemplo. O Nintendo Dogs, afinal o que era aquilo? É um animal de estimação? É um jogo? Foi complicado perceberem. Com a Nintendo Wii U o processo será o mesmo, de as pessoas compreenderem aquilo que têm. Mas o mais importante não é o hardware, mas sim o software. Por essa razão a Nintendo não pode ser um deus. Deus é alguém que compreendia o hardware de forma total, e que iria criar um killer-app que todos iriam querer jogar esse jogo. Assim temos que criar software, não apenas que seja divertido, mas que seja novo, diferente. Senão não vale nada.

A Nintendo presta atenção ao que se faz. Ao que outros estão a fazer e não só nas áreas dos videojogos, como em outras áreas. Com a Nintendo Wii U achamos que podemos fornecer algo que os jogadores estão à procura. O mesmo acontece com a Nintendo 3DS, que parece algo igual, como muitos comentam, mas o 3D sem óculos traz novas jogabilidades que não irias ter sem eles. Metal Gear e o novo Mario demonstram isso mesmo. É algo completamente diferente em termos de ter 3D e sem ser 3D.

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Jorge Soares avatar

Jorge Soares

EG.pt Master of Puppets

Sempre ocupado e cheio de trabalho, é ele quem comanda e gere a Eurogamer Portugal. Queixa-se que raramente arranja tempo para jogar, mas quando está mesmo interessado num jogo, lá consegue arranjar uns minutos. Tem mau perder e arranja sempre alguma desculpa para a sua derrota, mas no fundo, é o que todos fazemos.
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