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Rabbids 3D

Numa máquina de lavar perto de si.

Os Rabbids chegam à 3DS caídos do céu e preparados para uma aventura clássica em estilo plataformas. A série que ganhou popularidade na Wii com os seus irreverentes e pouco usuais coelhos chega cedo à 3DS e localizada em bom português. São os Rabbids, os mesmos de sempre, sem o Rayman, e em três dimensões.

O único modo de jogo aqui presente trata a existência de uma máquina do tempo um pouco alternativa. Mais ainda que o DeLorean de Regresso ao Futuro. Esta é uma máquina de lavar que leva um particular Rabbid a viajar por um passado bem longínquo. A aventura desenvolve-se assim ao longo de diversas malhas temporais que passam pela Pré-história ou Egipto, e por aí fora. O objetivo aqui não é de grande complexidade. Existe a ideia de apanhar peças para voltar ao presente, mas na verdade isso interessa pouco.

Foca-se essencialmente na ideia de progressão no cenário como forma de movimentação entre um ponto A e ponto B. Pelo meio aparecem, ocasionalmente, inimigos, mas pouco atrapalham. É possível apanhar itens pelo meio. Na verdade, é exatamente o típico jogo de plataformas que poderiam esperar. Só que com poucos e ineficazes inimigos, escassos boss's e raras alterações à mecânica de jogo base.

Ora Rabbids 3D apresenta uma premissa simples, na qual o jogador é convidado a progredir horizontalmente ao longo dos níveis, a duas dimensões, com o efeito 3D a servir para imprimir alguma profundidade em todo o fundo. E é bem conseguido esse efeito. É fácil distinguir elementos do cenário em primeiro, segundo ou terceiro plano. O jogo acaba por não ter grandes falhas nesse aspeto porque também não inova muito. Joga pela seguro, mantendo uma aparência constante, o que acaba por ser o seu maior defeito...

O problema do jogo não é tanto a sua execução, já que conta até com visuais cuidados e uma jogabilidade funcional. É sim a falta de conteúdo, de novidades e de surpresas ao longo de toda a aventura. Os cenários são altamente repetitivos, geralmente cópias de níveis anteriores. A aventura transporta o jogador ao longo de diversos espaços temporais, mas isso é praticamente a única novidade que vão encontrar. Em cada um desses espaços existem cerca de uma dezena de níveis que são nada mais do que réplicas de um mesmo cenário. Ou seja, o expoente deste jogo no que ao efeito surpresa diz respeito resume-se ao primeiro nível de cada mundo.

Rabbids 3D vai beber a outros jogos de plataformas, mas acaba por sair parco em conteúdo. Na verdade a parte de plataformas será mesmo a única coisa realmente decente a encontrar aqui. O efeito surpresa é nulo, já que a existência de um enredo é mera utopia – fica-se pelo ideal de estória, sendo que tal coisa nunca se chega a materializar. Combates com inimigos são enfadonhos, não existem truques a aprender e os únicos Power-Ups disponíveis são pouco ambiciosos. Nunca existem um verdadeiro sentido de progressão já que o jogo constantemente oferece mais do mesmo, só que num novo cenário e, mesmo assim, só de vez em quanto.

Mesmo os incentivos ao longo dos níveis são fracos. Existem espalhados pelo cenário patos e moedas que ao serem recolhidos permitem o desbloqueamento de algumas recompensas. As recompensas aqui são, obviamente, baseadas no StreetPass: puzzles e imagens 3D. Mas nem um nem outro vão surpreender. Eu, pelo menos, não fiquei com vontade de recolher todas as moedas em cada nível para desbloquear as imagens 3D, simplesmente aconteceu – e mesmo assim foi o suficiente para relativamente cedo desbloquear a grande maioria das mesmas.

Já os puzzles são desbloqueados quando repetem um nível na opção de contra-relógio. Batendo o tempo em Ouro permite desbloquear uma peça. O problema é que estas imagens são ainda menos interessantes que as outras em 3D e a vontade de repetir os níveis em tempo recorde é pouca. Isto porque a probabilidade de os terem passado a correr já da primeira vez é muito grande, tal é a falta de interesse em explorar cada canto do cenário.

Manter a coisa simples é o que mais se vê aqui. Graficamente é um jogo cuidado. Nada de surpreendente, mas, à parte de um ou outro erro gráfico, é algo bastante aceitável. Música é a de fundo apenas, já que os efeitos sonoros a apresentar são poucos devido à precariedade de ações disponíveis. Humor é escasso. Falas não existem, o que não é surpresa, mas ao menos podiam ser apresentadas algumas animações ao longo da aventura para a tornar mais dinâmica. Mas não, é um constante reutilizar de matérias. Os inimigos são sempre os mesmos ao longo dos níveis, mudando apenas de roupas.

Um roupeiro é também parte integrante deste jogo. É apresentado como se fosse uma grande coisa, quando na verdade é apenas uma boa opção no meio de tanta escassez. Permite ao jogador alterar as roupas do seu Rabbid, o que é interessante, mas não deveria ser tão fundamental. Cada vez que defrontam um inimigo ganham as suas roupas que podem posteriormente escolher e usar ao longo dos níveis.

Rabbids 3D não é um mau jogo, é sim um jogo chato. Não tem erros ou falhas gritantes, mas isso também acaba por acontecer somente porque arrisca muito pouco. Começa por ser promissor, mas rapidamente se percebe que vão andar a fazer o mesmo vezes sem conta. Como um jogo de plataformas tem até níveis engraçados, mas nunca nada que já não tenha sido visto e revisto e, quando chega a hora e imprimir alguma novidade, acobarda-se na repetição a que constantemente recorre.

5 / 10

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Rabbids 3D

Nintendo 3DS

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Sobre o Autor
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Ricardo Madeira

Contributor

É redator e dá voz à Eurogamer Portugal. É um dos mais antigos membros da equipa, e ao mesmo tempo um dos mais novos. Confusos? É simples.
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