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Donkey Kong Country Returns

Reino da macacada!

Contudo, Donkey Kong Country Returns imprime também um forte carácter pela nostalgia. Veteranos das anteriores aventuras sentir-se-ão num espaço familiar, não apenas pelas coordenadas musicais, recuperadas na maioria, mas pelos cenários encorpados, plenos de elementos nos vários fundos e dos quais é impossível dissociar um "design" vistoso e polido, gerando sensações de autêntico fascínio à medida que percorrem áreas e observam constantes modificações, aqui e acolá provocadas por objectos de grandes dimensões que fazem sombra e condicionam o campo de acção do gorila, na sua corrida desenfreada, tão rocambolesca e rotunda mas admirável.

Os ambientes abraçam áreas envolventes à ilha: selvas, florestas, grutas, secções industriais, ruínas, montanha em erupção, o quadro de percursos é vastíssimo e por muito que haja alguma facilidade na conclusão dos primeiros três mundos, a partir daí o desafio franze o sobrolho, arreganha o dente e as vidas do nosso gorila desfilam com sofreguidão pelos nossos olhos. Há uma frustração que parece ocupar alguns momentos. Algumas secções implicam uma irritante repetição mesmo que todos os cuidados estejam activos. O jogo acrescenta sucessivas armadilhas, mas concede uma oportunidade para o jogador que sucumba à pressão, abrindo a possibilidade para que um super Donkey Kong, controlado pelo computador, complete a suas expensas um capítulo inteiro. Não recolherá recompensas nem outros objectos escondidos, mas é uma forma de garantir a continuação. Cumpre lembrar que esta opção só fica activa depois de esgotado um naipe de "créditos" e ainda tira aquele prazer de descoberta, pelo que só numa situação extrema deverá ser activado.

Não é um bilhete para o Alfa Pendular, até porque a linha está incompleta em muitos pontos.

Donkey Kong Country Returns é um desafio constante, modificando de forma sistemática a abordagem ao ponto seguinte, também por intermédio de uma orientação automática com salto para os pipos que disparam a personagem para outra margem do cenário ou até por elementos destrutíveis que obstaculizam a progressão. No caso dos barris a dada altura essa operação automática fica condicionada pelos perigos lançados pelos inimigos, capazes de bloquear e impedir a progressão. Há um sentimento de operação automática nesses trajectos, deixando a actuação do jogador à distancia de um disparo a efectuar no momento oportuno. Mas é também na envolvência dessas extensões e dos perigos que se acercam de Donkey que se gera aquela necessidade de evasão, obrigando a um escalonamento meticuloso da fuga.

No que tange ao sistema de controlo da personagem há dois métodos aceites. A primeira e talvez a mais usual para a maioria dos jogadores implica a utilização do Nunchuk para fazer os movimentos de Donkey Kong e o Wii Remote para fazer saltos e agarrar barris para atirar aos adversários ou desbloquear Diddy. A outra hipótese de utilização, favorece o jogo para "multiplayer" cooperativo, especialmente se não tiverem outro Nunchuk. Nesse caso o segundo jogador que poderá controlar Diddy Kong, utilizará o Wii Remote na posição horizontal, servindo-se do d-pad para movimentar e os botões 1 e 2. Há uma boa dose de humor que extrapola de alguns movimentos como sucede quando Kong bate com força nalguns objectos, quebrando-os e provocando um terramoto de grau 7, naquele jeito rotundo, visível cada vez que rebola na direcção dos inimigos. Noutra hipótese ele poderá soprar para apagar as chamas de adversários em chamas, sempre emitindo uma série de sons típicos dos símios.

Fim de tarde, belo pôr do sol, a missão prossegue.

Jogado em modo cooperativo, um jogador controlará Donkey Kong, fazendo valer as suas características de pesado barafustado, enquanto que o outro jogador terá Diddy aos comandos. Uma dupla altamente enérgica. Ágil e capaz de se manter no ar por alguns instantes devido ao propulsor que leva às costas, Diddy dispõe ainda de uma arma de pressão que atira bananas aos adversários. Mesmo que o segundo jogador perca uma vida, Donkey Kong poderá sempre recuperá-lo bastando para isso rebentar o barril certo.

Donkey Kong Country Returns é um fantástico regresso às origens da série, principalmente na retoma da jogabilidade clássica ligada à trilogia de Donkey Kong Country para a Super Nintendo. Por aqui fica também reforçado o sentido e vitalidade dos jogos de plataformas a duas dimensões, num jogo visualmente arrebatador e pleno de surpresas. Boa parte da eficácia deste jogo encontra-se também na orquestração dos desafios, dando margem para o jogador compreender as diferentes situações, mas levando-o para armadilhas e outras situações mais arriscadas. Claro que explorar os níveis a fundo não será obra para todos, ainda que os mais persistentes saiam recompensados. Para um ou dois jogadores, Donkey Kong Country Returns é já uma das referências do género das plataformas.

9 / 10

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Donkey Kong Country Returns

Nintendo Wii

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.
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