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Sonic the Hedgehog 4: Episode 1

O bom filho a casa retorna.

Continuam os "power ups" de sempre; as sapatilhas supersónicas, a invencibilidade, o escudo protector, vidas extra, caixas de 10 moedas. A sensação de liberdade é constante e funciona bem quando se quer chegar ao fim sugando o máximo possível de bónus. Como recompensa Sonic parte à conquista de mais uma "Emerald" recolhida pelo Dr. Eggman.

As zonas apresentadas em Sonic 4 recuperam partes significativas da arquitectura dos clássicos, sobretudo Splash Zone, a equivalente à Green Hill e Lost Labyrinth. Casino Street e Mad Gear completam a lista. Completadas estas secções abre-se a porta para o desafio final; a estação espacial E.G.G para um último desafio.

Cada zona decompõe-se em três secções e são bem patentes as nuances de cada uma, através de mecanismos distintos que podem ser activados, numa generosa concessão interactiva, sendo ainda relevante sublinhar uma boa execução da temática que lhes está associada. Assim, na zona do Casino abundam as referencias às máquinas do género através dos "flippers", objectos de "tilt", cartas, paredes metálicas e um apartado de luzes muito forte. Em Lost Labirinth há a novidade da pequena locomotiva sobre carris e os blocos de explosivos e naquela que é a área que mais concede às plataformas, vemos Sonic a servir-se de uma tocha para aclarar o caminho a acender zonas escuras enquanto abre portas.

Será uma tocha olímpica?

Mad Gear oferece outro desafio. Área bem detalhada e representada por elementos típicos de uma secção industrial, com maquinaria de diversa ordem a interpor-se pelo caminho, é a secção com mais tubos para percorrer.

As secções são normalmente longas, sendo inúmeros os pontos de gravação automáticos. Este sistema de recuperação faz parte dos clássicos, não é tão punitivo para o jogador. Recomeçar num ponto mais avançado é um dado adquirido nos tempos modernos, contudo, o problema é que Sonic 4 é um jogo a pender para o fácil, exceptuando o derradeiro combate, o único confronto que exige delicadeza e concentração.

Tirando isso, Sonic 4 acaba-se em pouquíssimo tempo, sabendo a pouco as quatro áreas existentes, sem excluir que o último nível implica um novo confronto com todas as máquinas de Eggman, pelo que aquilo que deveria ser uma oferta não é mais que um "dejá vú". É um jogo com uma oferta extremamente limitada e cujo valor de repetição, no sentido de recolher todas as esmeraldas (2ª volta) e desbloquear alguma áreas não é suficiente para colmatar uma sensação de escassez, principalmente quando comparado com a quantidade satisfatória proposta pelos clássicos.

Caldeiras de vapor libertam enormes jactos de pressão.

A dificuldade é escassa. Algumas secções implicam repetição, também porque a disposição das plataformas e velocidade no andamento aproximam mais depressa os perigos. Contudo, é fácil obter uma acumulação de vidas, repetindo algumas áreas antes de passar ao ponto de interrupção. Depois, os combates contra Eggman não exigem tanto esforço e dedicação até se descobrir o esquema para o derrotar.

Imprimindo um visual que o aproxima dos originais, Sonic 4 descreve com segurança e detalhe os atractivos de sempre. Sonic está representado numa perspectiva tridimensional e neste rejuvenescimento mantém-se como um boneco empático, tendo os espinhos no dorso mais largos (confere um aspecto mais elástico, mas sempre sóbrio), as sapatilhas inconfundíveis, com particular ênfase quando corre rápido. Não há o mínimo de abrandamento em velocidade cruzeiro, a animação é consistente e consegue recuperar uma sensação diluída no tempo.

Sonic 4 é um bom primeiro episódio. Não seria uma surpresa se nestes últimos quinze anos a Sega tivesse aprendido com os erros, até porque este périplo não vai retirar o grande desafio que bate todos os dias à porta da Sonic Team; recuperar a personagem para um jogo digno da nova geração. Neste quadro nostálgico e por alicerces mais seguros pode este título servir confiança para novas ambições. Antes disso, o próximo episódio deverá alargar os conteúdos (16 níveis é demasiado curto) e proporcionar um desafio mais competente. Não significa que este jogo se perfile como uma constante aventura sobre carris, mas acaba em pouco mais de uma hora, esgotando o apelo e fascínio em pouco tempo. Haverá gente com impulso para ver o final várias vezes e assim encontrar uma alternativa para lucrar do investimento feito (13 euros é um pouco acima da média), embora sem a magia da primeira passagem. Porém, é aí, enquanto se (re)descobre esta sequencia, pejada de nostalgia, que Sonic dá um ar da sua graça à boa velha maneira.

7 / 10

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.

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