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God of War: Ghost of Sparta

Deimos como irmãos.

Entre os novos e mais fluidos movimentos de Kratos está a nova capacidade de correr contra os inimigos e os derrubar, como se fosse um jogador da NFL, para os atacar violentamente. Mais o maior dinamismo surge com o maior número de lutas contra criaturas de grande porte, que nos colocam em alguns momentos bem intensos e consequentemente desafiantes, e também nas lutas contra personagens importantes. Uma das lutas consegue mesmo uma escala e dimensão digna de uma consola caseira e parece que a qualquer momento vai irromper para fora do pequeno ecrã da portátil. God of War sempre apresentou um esquema de combate rápido e altamente intuitivo no qual a habilidade do jogador é testada e este tem que se adaptar aos diferentes tipos de inimigos.

Assim também o é em Ghost of Sparta e se alguns inimigos podem ser derrotados com um único golpe, basta que os agarrem para que Kratos autenticamente os desfaça, outros já precisam de levar alguns golpes antes que Kratos possa executar esta espécie de finisher. Outros inimigos, os novos, surgem com armaduras ou outros elementos que impedem os ataques normais e temos então que usar a magia para triunfar. Quando ao lado de outras criaturas, a acção intensifica-se e a destreza é testada e premiada quando o jogador consegue conquistar aquilo que pode ser quase descrito como uma dança ritmada.

Os momentos intensos sucedem-se, especialmente quando os tambores rufam em antecipação.

Outra das características marcantes de God of War são as lutas contra enormes criaturas e como estas não se restringem unicamente a uma cena mas sim como se podem estender ao longo de todo o nível, mesmo com pausas ou interrupções. É um dos pontos pelo qual tudo começa tão frenético, a luta contra Scylla. Após o tradicional confronto directo no qual é preciso ler os padrões e agir em conformidade, somos levados para os já icónicos segmentos nos quais temos que pressionar no botão correcto no momento exacto, os QTE. Agora implementados de uma forma mais subtil e discreta, como visto em God of War III, estão inseridos tanto nas lutas contra as criaturas de maior porte, nos finishers e claro, nas lutas contra os monstros enormes. Existem outras secções nas quais vão surgir mas é mais uma das surpresas que ficam para descobrirem.

Esta experiência mais coesa e mais frenética na portátil Sony surge patrocinada por outro dos elementos de grande destaque na série que mostrou crescente qualidade ao longo dos anos, a componente visual. Toda a mitologia Grega é usada com sabedoria e se oferece uma qualidade quase por pré-definição na história e locais, também o parece fazer na inspiração artística. Mesmo na portátil, os locais que visitamos tem uma arquitectura e construção que denotam tanto uma bela inspiração como um talentoso uso da fonte. Desde o primeiro momento ao último que Ghost of Sparta grita com convicção que pretende ser tão imponente e épico quanto o que a série sempre foi e mesmo que a plataforma não tenha capacidade para uma majestosa luta contra um titã, como visto em God of War III, consegue na mesma espantar o jogador com os seus méritos próprios.

Muito devido às grandes evoluções no motor gráfico que não só mostra personagens mais detalhados e a níveis quase inacreditáveis para a portátil como também permite combates mais fluidos e dinâmicos. Maior quantidade de inimigos no ecrã podem resultar em screen-tear mas são pequenos detalhes face ao ritmo intenso e estonteante que o jogo pode por vezes atingir. A Ready at Dawn não devia estar a brincar quando disse que levou a PSP até ao seu máximo limite pois parece bem ter sido o caso, se recentes êxitos como Kingdom Hearts ou MGS: Peace Walker eram um espanto, Ghost of Sparta está, pelo menos, ao seu nível. Visualmente espantoso, este novo jogo não se esquece de nos colocar frente a um elenco de vozes cuja qualidade pode simplesmente ser atestada dizendo unicamente que é o elenco de sempre da série. A banda sonora surge triunfal e nos momentos adequados sendo mais um dos elementos de excelência. No entanto, sendo apenas uma curiosidade, não podemos deixar de referir que o jogo não contém nem vozes nem texto em Português

Vários locais, cada um com uma cor predominante .

Como já devem ter reparado, Ghost of Sparta é um jogo que dificilmente não vos vai cativar e que nos cativou desde o primeiro ao último momento. Foi uma jornada intensa e completamente aconselhada na portátil. Como referido anteriormente, foi uma forma bem agradável de moldar a série às limitações da portátil e mesmo sendo mostrado um trabalho altamente astuto nesse aspecto, existe o elemento da longevidade que inevitavelmente impede que a experiência atinja um patamar da mais pura excelência. Neste caso é a sua longevidade que se fica abaixo das 6 horas no modo normal e o facto de que para o bom e para o mau, esta é uma experiência God of War em toda a sua glória mas que apesar dos pequenos refinamentos, não apresenta nada de realmente novo ou que não tenha sido visto na série.

Após terminar o jogo, somos convidados e desafiados a fazer o mesmo mas em dificuldades superiores e até com novas skins que nos oferecem habilidades especiais. Para além da possibilidade de ver todos os vídeos como se fossem um filme, temos ainda o Templo de Zeus no qual podemos comprar bónus extras. As únicas alternativas à jornada deste espartano do pior são os modos Challenge of the Gods e a Combat Arena. O primeiro, como o nome indica, é uma série de desafios em forma de lutas que temos que consecutivamente triunfar. Já o segundo é uma versão do primeiro mas no qual somos nós a escolher os elementos em jogo.

God of War: Ghost of Sparta é não só um jogo obrigatório para os fãs como é um jogo recomendável a todos os donos de uma PSP, mesmo que o terminem num dia. É completamente digno de envergar o nome desta já mítica série e se pela jogabilidade pouco de novo oferece, já a sua história é mais uma fatia altamente interessante de um bolo já enorme. Se procuram um bom presente para a vossa PSP, já não precisam de procurar mais, este Espartano está pronto para vos impressionar.

9 / 10

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Bruno Galvão

Redator

O Bruno tem um gosto requintado. Para ele os videojogos são mais que um entretenimento e gosta de discutir sobre formas e arte. Para além disso consome tudo que seja Japonês, principalmente JRPG. Nós só agradecemos.
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