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Quantum Theory

Torre deu tombo.

Um pouco mais interessante é a parceria que se estabelece entre Syd e Filena. Os dois pertencem a facções distintas e até chegarão a defrontar-se algumas vezes antes de emparelharem esforços. É pena que não seja concedida margem para controlar Filena ao longo da aventura. A história só pode ser concluída individualmente, mas em largas porções do jogo, Syd pode exercitar os seus músculos atirando (literalmente, premindo L2) Filena na direcção de um inimigo - mais poderoso - que ela logo executa um golpe letal, vistoso, em "slow-mo" cortando-o em fatias. A experiência e habilidade com espada é decisiva, o que é uma pena que esta personagem tenha acabado como opcional apenas no "multiplayer". Filena é, contrariamente a Syd, uma personagem que exerce algum poder emocional. Não só há uma diferente motivação como a caracterização oferece outro fascínio.

Em alternativa e estando ambos próximos diante de vários inimigos, Syd poderá activar uma série de golpes "melee"; combinações de botões que implicam golpes devastadores. Essa habilidade mais potente é um complemento ao golpe tradicional que é geralmente aplicado nos combates de proximidade. Outra inovação é o golpe "melee dash" que significa aproveitar a embalagem da corrida para fazer uma espécie de "upercut" letal, reduzindo os inimigos a uma nuvem de líquido viscoso.

Toma lá disto. Não vês que o Rambo ao meu lado é um anão?

Ao todo, as ferramentas utilizam-se com satisfação e não são poucos os momentos empolgantes, especialmente quando Syd e Filena emparelham esforços. O problema é que as secções sucedem-se sem acrescentar um mínimo de diversidade e dificuldades inesperadas. Sistematicamente o jogo empurra o jogador na direcção de combates reciclados e recalcados frustrando e repetindo "ad nauseum" alguns momentos interessantes. Depois, a introdução das cenas animadas acrescenta pouco em profundidade à narrativa e até espalha alguma confusão, para lá da superficialidade nos diálogos e pobre representação das personagens.

Outra falha grave é o controlo e pontaria sobre os adversários. Quando apertada a perspectiva sobre o ombro do protagonista o exercício de pontaria pode tornar-se num frustrante. Demasiado fixa e presa, a mira tende a fugir do alvo, provocando imensos desacertos e tiros fora do alvo. Dá uma certa graça alvejar com "headshots" em câmara lenta, mas nem nesta altura do campeonato isso chega. Qual o jogo que não tem essa opção?!! O acervo de armas à disposição é suficiente e permite transportar três em simultâneo para utilização imediata bastando seleccionar a partir do d-pad. Todas integram a linha mais tradicional, até as "turrets" estão lá, à disposição.

A construção gráfica é pobre, não sendo tão fraco o trabalho artístico, embora repisado e constante, a impressão global que fica é de um jogo que há cinco ou seis anos ainda passava, mas nesta altura e quando comparado com alguns portentos gráficos desta geração, Quantum Theory posiciona-se ao nível da geração 128 bit. É provável que os produtores tenham sofrido com a imposição de uma data limite ou tenham escasseado recursos financeiros para fazer mais e melhor, porque o resultado final é desolador.

Emparelhados.

Em termos de opções, não há grande variedade. Desde logo, ficam limitados a uma personagem para percorrer a história, sem co-op local ou em rede, como as opções para o "multiplayer" não oferecem nada de entusiasmante, senão alguns esquemas de combate entronizados. Assim poderão disputar o modo "Executioner", entre 6 a 8 jogadores, cada um por si. O modo "Dead or Alive" funciona como jogo de equipa, o "Guardian" propõe a defesa de um colega de equipa e o "Controlled Chãos" permite definir as regras sem imposição. É pena entrar num lobby e ter de aguardar dez ou vinte minutos até se formar uma banda de jogadores com iniciativa.

Partir à conquista do ocidente ainda é mais que um desafio para muitas produtoras nipónicas, que a todo o custo querem dar a volta às palavras nefastas que há um ano Inafune proferiu sobre a indústria japonesa de videojogos. Neste caso o desafio implicou um risco que correu mal à Tecmo. Depois deste resultado dificilmente os produtores irão ter margem para dar continuidade ao tão apregoado terceiro pilar diante das franquias Dead Or Alive e Ninja Gaiden. O que é pena, porque uma sequela desenvolvida com mais tempo, iniciativa, originalidade e recursos poderia chegar lá. No entanto e para já, a falha maior de Quantum Theory começa talvez pelo objectivo inicial, copiar Gears of War como modelo jogo para chegar a novas audiências. Mas sem originalidade e inovação, tendo outros problemas que desgraçam, não é possível conquistar um mínimo denominador e não há como dar a volta a um falhanço.

4 / 10

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Quantum Theory

PS3, Xbox 360

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Sobre o Autor
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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.
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