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A minha experiência com o Game Pass na Xbox Series X

Modelo de negócio autónomo e alternativo.

Image credit: Xbox

O serviço de assinatura Game Pass, criado pela Microsoft, existe há cinco anos. É um tempo respeitável para um serviço dotado de autonomia, funcionando como um negócio paralelo ao das consolas e que muito tem rendido aos cofres da empresa norte-americana. Como garantia de acesso a um acervo de jogos, centenas, embora não exclusivamente first-party, os assinantes podem até dispensar a necessidade de uma consola para usufruirem do Game Pass. Eu tive a oportunidade de experimentar o serviço ao longo dos últimos meses na minha Xbox Series X e em nenhum momento deixei de o ver como uma espécie de serviço autónomo, quase um negócio alternativo ao mercado de compra e venda dos videojogos.

É que em nenhum momento da assinatura do Game Pass o seu titular possui verdadeiramente os jogos que descarrega para o disco. Podendo aceder ao Game Pass nas consolas Xbox Series S/X, PC ou mesmo através da Cloud, o jogador dispõe apenas da possibilidade de jogar o que entender pelo período que vigora na assinatura mas sem nunca poder asseverar a propriedade dos títulos que descarrega. Em última instância isto pode levar a que muita gente compre uma consola, subscreva um serviço e não chegue a adquirir qualquer jogo, já que poderá jogar o que quiser enquanto permanecer activa a assinatura.

A grande mais valia do Game Pass está na quantidade de jogos disponíveis, com muitos jogos retro (da Xbox 360), os first party da Microsoft em força, e também jogos “third party”, entre os quais jogos da EA e da Ubisoft. Abarcando múltiplos géneros numa lista que ultrapassa os 100 jogos, facilmente nos perdemos na imensidão dos títulos que pretendemos jogar. Muitos há que nem pensávamos algum dia adquirir ou vir a jogar e só os descarregamos porque há uma oportunidade para os experimentar. No Game Pass, a Microsoft congrega quantidade e qualidade.

Scorn foi lançado recentemente e logo ficou disponível no serviço Game Pass.

Além disso, é importante registar que os jogos presentes no Game Pass não são sempre os mesmos. A lista de jogos presentes é actualizada múltiplas vezes ao longo dos meses e isso dita um efeito relevante, até porque muitos jogos que entram constituem novidades de lançamento, o que leva muita gente a experimentar jogos acabados de chegar ao mercado, sem necessidade de pagar por eles. Muito embora um núcleo, ou uma base alargada, permaneça activa, estas entradas e saídas conferem uma dinâmica e vitalidade próprias de um serviço, convencendo os jogadores a manterem uma linha de fidelidade. Vejo isto como um bónus e uma vantagem, desde que saibam de antemão que estão apenas a alugar os jogos, como se voltássemos ao período dos clubes de vídeo quando podíamos trazer para casa um filme e vê-lo por um período de tempo até ao fim do tempo de empréstimo.

Neste período dentro do qual tive livre trânsito ao Game Pass, vi-me confrontado perante um coro de vantagens. Experimentei jogos novos, alguns dos quais indies, com destaque para Immortality, mas também joguei alguns títulos dos mais sonantes exclusivos da Microsoft, acelerando, por exemplo, em Forza Horizon 5. Mas ao mesmo tempo que os dias de assinatura activa iam passando e a capacidade do disco da minha series X era cada vez menor, confrontei-me perante a necessidade de dedicar mais tempo a alguns jogos em detrimento de outros. É a tal situação de nunca chegarmos ao ponto de pausar para jogar mais adiante, o que podemos fazer com facilidade sempre que nos tornamos proprietários de um jogo.

Como assinatura, ou enquanto um trânsito de livre acesso a uma biblioteca respeitável de jogos, a sua dimensão como que nos reduz e tende a preencher o nosso tempo. Reflexo desse condicionamento é a quantidade de jogos que podemos descarregar mas nunca vir a terminar. Alguns jogos presentes no Game Pass podem sorver facilmente dezenas de horas, são jogos de mundo aberto. Por isso podemo-nos sentir compelidos a voltar a subscrever e a assinar para ter de novo aquele acervo tão vasto e dinâmico, no qual também ressoam novidades e títulos sonantes e aprazíveis em vários momentos de um só mês.

Percebo quão exponencial pode ser a experiência de usufruir de uma assinatura como o Game Pass. É um modelo autónomo de negócio que a Microsoft está a saber explorar e tê-lo como paralelo ou pilar sustentável ao modelo tradicional das consolas e da edição de jogos. Pode ser um ganho em todos os campos, já que muitos utilizadores são consumidores dos seus jogos e das suas consolas. Mas eu também gosto de, enquanto consumidor, seleccionar e votar nos jogos que vão chegando ao mercado, podendo a eles voltar em qualquer altura, como quem aproveita uma promoção e joga só mais adiante, quando a oportunidade para usufruir em pleno do jogo se abre. Não obstante funcionar como um sistema de aluguer de jogos temporário, pelo tempo que dura a subscrição, o Game Pass é actualmente uma proposta bem moldada e plausível, ao permitir um acesso rápido a quem queira começar a jogar imediatamente uma vasta gama de jogos e géneros gastando pouco.

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.

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