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Watchmen: The End is Nigh

Guardiões de bairro desesperados.

Rorschach tem um Raivimetro (nome engraçado hein?) que marca os seus níveis psicadélicos de raiva. Quanto mais inimigos esmurraçarem mais insano ele fica, tornando-se mais rápido e forte. Rorschach tem como habilidade especial a possibilidade de arrombar portas. Por outro lado Night Owl apresenta uma barra de energia que cobra os gastos das suas granadas ou o uso da sua arma estilo tazer. O seu fato especial possibilita ainda a visão nocturna e através do seu gancho poderá aceder a novas zonas. Aceder a novas zonas significa encontrar novos ataques.

Ambas as personagens são visivelmente distintas a nível de comportamentos. Rorschach luta como um maníaco, rápido e procurando os pontos mais matreiros para atingir os inimigos em festivais de sangue e insanidade. É essencialmente por aqui que esta estrutura beneficia, conseguindo realmente oferecer ao jogador uma boa dose daquilo que se vê no filme, até mesmo a nível de golpes. Em secções intensas é notável o aguçar da música que em conjunto com os sons e movimentos em câmara lenta lá vão oferecendo grande estilo à coisa. No entanto, uma vez que perfaçam a grande maioria dos golpes o efeito novidade começa a perder-se e a pequena lista de truques rapidamente escasseia. Jogar Watchmen a certa altura é nada mais do que ansiar pelo final que parece a todo o momento tudo menos fascinante.

Enquanto infiltrados num monte de inimigos é reconfortante oferecer-lhes socos ao estilo de um bom filme do Jackie Chan.

A cada secção de inimigos que passa irão perceber que o jogo não tem nada mais para oferecer do que novas secções de combate. Mas se por um lado combater até consegue ser algo bem contemplado e divertido, por outro, a extrema repetibilidade chega a tornar esta actividade dolorosa. Com isto vêm os cenários que pouco ou nada de novo oferecem a cada metro que avançam. Cada nível tem um cenário distinto, mas as diversas secções dentro do mesmo nível não passam de derivações das mesmas paredes e objectos. Mas graficamente o jogo está até bastante aceitável, especialmente se termos em conta que é um título criado para as plataformas virtuais. Os cenários têm um bom nível de detalhe e o ambiente em alguns deles consegue ser algo realmente bem conseguido. Seja a nível de efeitos de luz, sombras, coloração ou partículas, o jogo oferece, no seu todo, um excelente resultado.

A banda sonora, embora singela e pouco variada, consegue estar ao nível de acompanhar os melhores momentos de jogo dentro das batalhas. A nível de som aquilo que poderá especialmente agradar aos fãs será a utilização das vozes originais do filme, nem que seja para conhecer um pouco mais dos diálogos desta dupla. Contudo, não esperem diálogos muito trabalhados ou conversas de interesse notório. Basicamente são os típicos diálogos sobre sociedades hediondas que já foram vistos e revistos no filme. Fica a intenção.

Com um modo Co-op offline em que poderão jogar com um amigo na posição de aliado, ou ainda a opção de jogar em Singleplayer com um dos heróis, The End is Nigh perde essencialmente pela excessiva repetibilidade a que recorre, nunca durante mais do que 2 a 3 horas. A não inclusão de um modo Co-op Online é uma perda enorme e, no fundo, fica a ideia de que The Watchmen poderia ter vingado com a recorrência a uma estrutura sólida e com mais conteúdo. A simples opção de utilizar os diversos heróis com as suas diferentes habilidades ao longo da campanha teria certamente alterado esta ideia de repetibilidade com que fiquei, pois no fundo é um jogo que tinha muito mais para oferecer. The End is Nigh só pode ser recomendado aos verdadeiros fãs deste legado, pois os vários elementos como vozes, ambientes ou até mesmo certas passagens com referência ao filme poderão ser o suficiente para nutrir um certo sentimento saudosista.

6 / 10

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In this article

The Watchmen

PS3, Xbox 360, PC

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Ricardo Madeira

Contributor

É redator e dá voz à Eurogamer Portugal. É um dos mais antigos membros da equipa, e ao mesmo tempo um dos mais novos. Confusos? É simples.

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