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Okami

Agora que a PS2 conta os seus últimos dias, eis que somos presenteados pela Capcom com um dos jogos mais originais e bonitos que já alguma vez pusemos as nossas mãos em cima.

É óbvio que o que mais salta à vista quando pegamos no jogo pela primeira vez é o seu estilo único. Os gráficos não se conseguem pela quantidade de poder da consola que usam, mas sim pelo modo como utilizam esse mesmo poder. O resultado são cenários bonitos e variados, com um carisma muito próprio, onde tudo parece desenhado numa tela, transportando-nos para um ambiente tipicamente oriental. Vão dar por vocês a subirem montanhas ou deslocarem-se para pontes só para observarem a beleza de tudo o que vos rodeia. É complicado descrever algo tão único, por isso aconselho uma vista de olhos pelas imagens que temos disponíveis.

Quanto à nossa missão, neste jogo controlamos a deusa do Sol, que no mundo dos humanos toma a forma de uma loba branca – Amaterasu, que é carinhosamente chamada de Ammy pelo nosso pequeno amigo Issun, que nos acompanha durante todo o percurso. Cem anos antes do início do jogo, Ammy e um outro humano derrotaram uma terrível criatura de 8 cabeças e 8 caudas – Orochi. Este foi então selado numa gruta com a espada utilizada pelo humano, mas agora, cem anos passados, alguém retirou a espada do seu lugar a libertou novamente Orochi. Agora teremos que assegurar que o mundo ficará a salvo e derrotá-lo. Os humanos estão em perigo e é com grande prazer que os iremos ajudar. Embora a história possa parecer um pouco “cliché”, acaba por nos cativar durante todo o jogo, servindo muitas vezes como incentivo para continuar a nossa jornada. As dezenas de personagens que vamos encontrando têm todas os seus próprios problemas e personalidades e será do nosso (e do deles) interesse ajudá-los e fazer o que nos pedem. Embora tudo isso seja facultativo, vai-vos ajudar no progresso do jogo, pois todas as boas acções serão recompensadas com “pray”, uma espécie de pontos que podem ganhar e irão servir para melhor as capacidades de Ammy.

A nível de jogabilidade também encontramos elementos nunca antes vistos, sendo o mais evidente a vossa principal arma: um pincel. A Celestial Brush vai ser uma constante ao logo de todo o jogo e podem usá-la para toda a espécie de situações, tais como fazer renascer árvores, cortar inimigos a meio, metralhá-los, criar bombas, completar constelações, fazer o sol brilhar, etc… A lista é imensa. O modo de utilizar o Celestial Brush não podia ser mais fácil: em qualquer altura podem premir o R1 para trazer ao ecrã a vossa tela de desenho e depois é só premir o Quadrado e mover o analógico para desenhar. Cada técnica tem o seu desenho específico e acaba por ser tudo bastante intuitivo. O único senão é o facto de a tinta ser infinita, por isso têm que medir bem aquilo que fazem. Este é um pequeno elemento de estratégia que dá uma dimensão completamente diferente ao jogo. Obviamente, não começamos o jogo com todas as técnicas, sendo para isso necessário ir salvando outros deuses, de modo o que eles nos concedam todos os poderes da Celestial Brush. Com imensas coisas para fazer e explorar, e a surgirem sempre novidades, este é um jogo que dificilmente se tornará repetitivo ou aborrecido. Mesmo em longevidade, para um jogo deste género, esta é bastante razoável, por isso podem contar com muitas e muitas horas de jogo para se divertirem.

Os momentos mais altos do jogo são sem dúvida as batalhas de boss que são algo épicas e irão apelar aao vosso sentido de intuição para descobrir qual a melhor estratégia a utilizar, nesta ou naquela situação.

Quanto ao som nada há a registar, é tipicamente oriental e combina na perfeição com o jogo, mas as músicas poderiam estar melhor conseguidas e há um grande senão: muitas vezes somos obrigados a percorrer quilómetros de texto onde as personagens apenas imitem sons irritantes, já que aqui vozes é algo que nunca irão ouvir. Este, e o facto de os combates serem um pouco aborrecidos e fáceis demais são os factores que mais prejudicam toda a experiência. Não é nada de grave, mas pedia-se um pouco de mais empenho nestes dois aspectos.

Esta é das últimas preciosidades que a PS2 irá receber, por isso se procuram uma experiência diferente do habitual vão consegui-lo encontrar aqui. Okami é um jogo onde a palavra de ordem é originalidade, e apenas aqueles que o experimentam conseguem perceber a verdadeira beleza de um jogo que prova que os videojogos podem e devem ser consideradas obras de arte.

9 / 10

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In this article

Okami

PS2, Nintendo Wii

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Sobre o Autor

Tiago Silva

Contributor

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