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Jak & Daxter: The Lost Frontier

Em busca da Fronteira Perdida.

Como qualquer jogo da série que se preze, The Lost Frontier é acima de tudo um jogo de plataformas e os elementos base da série que recupera funcionam tão bem quanto nos lembramos mas outros factores fazem o valor da experiência descer muito mais do que seria de prever. Nesta sua aventura, a dupla vai enfrentar desafios recorrendo a golpes físicos, como o bem conhecido rodopio ou um soco, e também vai recorrer às armas de fogo que tem como fonte de energia um dos quatro elementos Eco. Estes elementos dão características especiais às armas de fogo e ainda ajudam a dupla a ultrapassar certos pontos que de outra forma seriam impossíveis de ultrapassar. Tal como tudo no jogo, também aqui temos bons e maus momentos, mas todos estão ligados a um elemento comum que falha redondamente, o sistema de câmara.

Quer seja nas sequências de obstáculos ou nas lutas contra as criaturas deste mundo, a câmara raramente consegue cumprir e apenas serve para deixar o jogador mergulhado numa frustração completamente desnecessária. Os poderes conferem um elemento interessante à jogabilidade e vão desde criar pedaços de rocha no chão ou parede para nos servir passagem, abrandar o tempo para passar por certos pontos ou permitir que Jak dê enormes saltos e chegar a plataformas demasiado altas. É mais do que certo que sempre que sejam forçados a usar um destes poderes, mesmo com um bom esquema de controlos, a câmara seja o vosso inimigo, e não o desafio em si. Por vezes é impossível medir a distância necessária para saltar de plataforma em plataforma, torna-se impossível ver a que distância estamos das beiras e simples saltos, mesmo recorrendo ao duplo, podem ser uma sentença de frustração que nos dita que temos que recomeçar toda uma secção do início. Valham ao menos as frequentes gravações de dados pelo jogo, e vão rapidamente perceber porque o faz tantas vezes e como o que poderia ser criticado por elemento facilitador se torna em algo bem-vindo.

Provavelmente deverias estar do outro lado, não?

Este elemento atinge máxima potência de irritabilidade quando temos que enfrentar criaturas mais poderosas e até os bosses. A total incompetência do sistema de câmara apenas dita que a necessidade de um segundo analógico seja fulcral, algo que como muito bem sabem não existe aqui, e o que poderia ser facilmente remediado com um sistema de lock-on permanece incompetente pela sua ausência. Mesmo que os botões laterais permitam controlar a câmara, isso apenas serve para as secções de plataformas pois na hora de recorrer às armas de fogo, é quase desespero.

Como referi, por cada elemento e novidade agradável que o jogo oferece, um outro elemento serve para estragar a experiência e se as secções em que lutamos nos ares desta fronteira perdida são uma excelente novidade, já as secções em que controlámos o pequeno Daxter em versão Dark Eco são simplesmente desnecessárias e completamente aborrecidas. Coberto em Eco negro, o pequenote cresce um pouco mais do que deveria e vê-se mergulhado em agressividade. Temos então que completar secções sem sentido nas quais temos que derrotar criaturas sem deixar que a barra de Eco negro se acabe. Também temos que aplicar os poderes estranhos do pequenote a elementos do cenário para permitir passagem. Vamos apenas acrescentar que se estas secções ficarem na vossa memória não será pelos melhores motivos.

Bom aspecto e recomendável.

Ponto no qual pouco, ou nada, se pode criticar é o visual do jogo. Num mundo de grande escala e no qual vamos viajar pelos céus em combate, o motor de jogo consegue um resultado simplesmente impressionante para a portátil. Com um mundo repleto de locais diferentes entre si para explorar e com tudo a decorrer de forma extremamente fluida, The Lost Frontier pode mesmo ficar entre os melhores na portátil no que a este aspecto diz respeito. De salientar ainda a excelente qualidade das sequências cinematográficas que usam o motor de jogo e revelam um trabalho digno de se ver. Para complementar temos mais uma localização completa para Português por parte da Sony Computer Entertainment Portugal. O jogo permite escolher várias línguas mas jogar no nosso Português, com um trabalho de boa qualidade, é algo que simplesmente não podemos deixar de referir.

Pela sua escala, pelos momentos divertidos e até pela componente visual, que não deixa de impressionar dada a plataforma, The Lost Frontier não devia precisar de elementos alheios para se destacar (como ser um dos raros jogos de plataformas na portátil) mas os referidos problemas tornam a experiência em algo que não deveria ser, irritante e frustrante em momentos, podendo testar a paciência. É um jogo digno dos fãs e que diverte enquanto dura, apenas não tanto como poderia.

7 / 10

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Bruno Galvão

Redator

O Bruno tem um gosto requintado. Para ele os videojogos são mais que um entretenimento e gosta de discutir sobre formas e arte. Para além disso consome tudo que seja Japonês, principalmente JRPG. Nós só agradecemos.

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