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IL-2 Sturmovik: Birds of Prey

Há sempre o céu!

Puxando a fasquia na direcção do realismo e da simulação a caça fica não só mais complexa na medida em que a movimentação operada no aparelho na tentativa de abrir uma perseguição pode tornar-se num número artístico, como também pode acontecer um erro, mercê da pouca velocidade ou perda de estabilidade que logo retira o efectivo controlo do aparelho, abrindo-se um voo em parafuso que acaba em poucos estantes de encontro aos campos de trigo. Por alguns instantes é possível tentar estabilizar o avião, pressionando os analógicos no sentido indicado no ecrã. O desafio especial está no último grau que os ases não enjeitam; a simulação. É mais punitivo por admitir apenas a perspectiva interior, não há lugar para assistências, nem se distinguem os colegas dos adversários à distância. Porém, e depois de percebido e dominado o esquema de controlo, qualquer abate festeja-se com particular emoção.

Habilitados a pilotar o avião, depois de comprida a missão terão de o aterrar no aeroporto, gerir a aproximação, diminuir a velocidade, entre correcções de trajectória e outros aspectos que promovem uma sensação de realismo. A dois quilómetros de altitude a vista é impressionante e cada localização de combate é inesquecível pelos pormenores, desde o céu escuro com chuva sobre Berlim em chamas, até às tropas terrestres em movimento e frotas no mar. O fumo das baterias anti-aéreas projecta-se e em baixo os aviões abatidos abrem pequenos mantos de fumo e fogo. O quadro visual é fidedigno e prolonga-se pela atenção dada aos aviões.

Solo britânico em baixo.

Neste capítulo não só irão sentar-se aos comandos do Il-Sturmovik russo como terão outras máquinas dos aliados e do eixo, num total de quarenta aparelhos que se notabilizaram no começo da década de quarenta como Mustang, Messerschmitt, Spitfire, entre outros. O funcionamento, ruído do motor, controlo, disparos de metralhadora diverge de máquina para máquina, em virtude de um notável trabalho de gravação e que permite todo um confronto frenético. E nas perseguições, alvejar um adversário nem sempre significa explosão. O aparelho que segue à frente fica em dificuldades, abre um rasto de fumo, larga óleo, perde eficiência nas trajectórias evasivas, facilitando a aproximação do perseguidor ao fugitivo. As asas rompem com a força das balas e no canto superior direito um indicador denuncia as zonas em perda do aparelho ao mesmo tempo que fica mais difícil a pilotagem.

O acervo de missões a seguir estende-se pela Europa ao longo de seis frentes de combate e nas finalidades destaca-se o abate de bombardeiros e caças, cobertura às frotas no mar, lançamento de bombas sobre alvos específicos, protecção aérea a outros colegas. Há um bom compromisso nos objectivos das missões, mais depressa concluídos no modo arcade, sendo que o interesse pela arte do voo e combate resulta do forte sustento histórico, vincado pela narração e aditamento de informações retiradas dos arquivos e da memória dos pilotos ainda vivos.

Para os pilotos dos bombardeiros o regresso podia custar tudo.

Se o número de missões de modelo individual mantém uma boa cobertura, a vertente multijogador pode ser explorada por todo o tipo de jogadores, casuais ou experimentados no género. As opções variam conforme o tipo de adesão e pode juntar-se um máximo de 16 competidores, divididos por quatro modos; dogfight, team deadmatch, ground strike e captura do aeroporto que se provam competitivos e geradores de particular adesão.

Esta tomada dos céus com Birds of Prey acaba por representar a mais corajosa adaptação para uma nova linha de plataformas que até aqui nada devia a Sturmovik. Com reduto no PC e detentora de uma forte comunidade online com grande avanço na criação de modificações, adaptação de línguas e nichos de esquadrilhas, não é fácil apontar agulhas para consolas e despertar os utilizadores para uma experiência vasta e madura. As alterações ao nível dos danos e no detalhe dos palcos de guerra enriquecem a experiência que tanto pode ser perfilhada por novatos como pelos mais experimentados. E nos combates sobre Estalinegrado bem que se podia tirar proveito da riqueza orquestral de Tchaikovsky à medida que os aviões se cruzam em duelos sem tréguas.

8 / 10

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IL-2 Sturmovik: Birds of Prey

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.

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