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Hydro Thunder Hurricane

F1 na água.

O verão está a delirar na altura em que aprumo esta crítica de um jogo que, em síntese, estimula alguns dos sentidos que mais apelam debaixo de um sol escaldante que tem propagado ondas de calor de extrema densidade. Por isso, que tal uma proposta onde se conciliam barcos a motor rápidos – vulgo F1 de água doce ou salgada - e de competente manuseamento com rápidos e muitos saltos na água à procura da volta mais rápida e superando obstáculos em locais de diferente composição, muitos deles idílicos a lembrar tranquilidade e areia dourada fina e macia.

Hydro Thunder Hurricane chega em exclusivo ao XBLA integrado na categoria do “Summer of Arcade”, essencialmente uma compilação de títulos programados para cada semana até ao final do próximo mês e destinados a animar o verão com uma série de jogos distintos mas vocacionados para prestar um contacto rápido e intenso, bem no segmento dos clássicos arcade. Chegar, pegar e vencer. Não literalmente já que ao fim de umas quantas provas terão de assegurar máxima concentração e eficácia na condução para levarem de vencida os desafios preparados para os profissionais.

No final da década de 90 e na entrada do novo milénio abundavam os jogos de componente corridas na água, seja com motos ou por intermédio de embarcações deveras potentes. Wave Race notabilizou-se, diante desse conjunto, mas já antes tinha passado Hydro Thunder Hurricane pelos sistemas Dreamcast e N64, em 1999. Na verdade estamos em presença de mais uma conversão, por intermédio da Vector Unit para a alta definição, aglutinando propósitos e pontos bem destacados como velocidade, saltos, nitros, rebentamentos e discussão acesa pelos lugares plenos de medalhas se arriscarem a vertente para vários jogadores.

Cena à Michael Bay.

Hydro Thunder Hurricane transmite toda uma sensação bem marcada nos jogos arcade, elencando os desafios que podem superar e aceder a outros em função das vossas boas prestações, premiadas com pontos que para lá de desbloquearem novos campeonatos e desafios mais exigentes, abrem vaga para outras embarcações, mais exigentes e difíceis de controlar. O desafio inscreve-se numa escala normal e a taxa de adaptação resume-se a um par de voltas iniciais. Regra geral, os percursos e pistas que terão de percorrer funcionam em pleno. Há armadilhas em curvas apertadas através da inclusão de barris de pólvora que rebentam com o vosso barco ao mínimo embate e outras vezes, uma colisão contra rochedos ou paredes determina uma explosão inevitável. Em cada caso perdem tempo, preciosos segundos que vos privam de imediato da medalha dourada caso seja esse o objectivo. Em todo o caso e premindo o “select” podem restabelecer a vossa máquina e prosseguir a toda a velocidade, procurando minimizar as perdas de tempo.

Este “racer” aquático não descola das premissas habituais em jogos do género. Jogabilidade, ou seja, controlo do barco, aquisição de “power ups” e velocidade até ao final. A jogabilidade cumpre com satisfação, sobretudo pela ondulação e efeitos no cenário que muitas vezes afectam a vossa progressão. A construção de cenários opulentos e intricados de motivos, desconcertantes e de dimensões exageradas, como monstros e objectos de enormes dimensões que vos atravessam à frente, criam um tumulto nas águas sobre as quais a vossa embarcação mais se assemelha a um pequeno barco de papel. Contudo e física e dinâmica empregues, cada vez que levantam voo, aterram ou doseiam curvas para a esquerda e direita, convencem e cabe ao jogador escapar com sucesso a este tipo de sorvedouros. Por outro lado, também não deixa de se sentir alguma tendência para o “já visto” na maior parte dos desafios e aquilo que muda no “template” das provas, à medida que avançam, é o rumo da pista e a dificuldade do desafio. No fundo uma jogabilidade competente e apelativa embora sem acrescentar muito mais ao que o género forneceu noutro tempo em que pegou maior destaque.

Circular com cautela e rapidez.

No tocante aos “power ups”, nada de há a reter. Ao longo do percurso devem desviar a embarcação na direcção dos “nitros” assinalados a luz azul ou vermelha (estes mais recheados), pequenas porções de combustível que garantem velocidade extra e ainda podem ser utilizadas para levantar a vossa embarcação de modo a aceder a novas áreas, zonas secretas, ultrapassar obstáculos e alcançar mais bónus da mesma natureza.

É agradável e funciona bem o esquema de progressão. Há uma boa carga de desafios, divididos por diferentes categorias, desde corridas, Ring Master (dentro do menor tempo possível passar pelo maior número de anéis), Gauntlet (evitar os pipos explosivos) e modo Grand-Prix (até um máximo de vinte contendores). É uma estrutura em modo individual que vos obriga a lutar pelas medalhas e por posições cimeiras. Só com resultados de relevo e com muitos pontos acumulados poderão desbloquear novas provas e partir para a água com máquinas capazes de outros voos. Por não reter uma progressão linear é convidativo e interessante percorrer diferentes desafios para alcançar melhores resultados que por seu turno abrem portas noutros desafios. A ligação à componente para vários jogadores propõe uma outra escala de confrontos sem que, todavia, sejam acrescentadas inovações ou alterações ao que é conhecido dentro da estrutura individual.

Hydro Thunder Hurricane compensa pela abordagem simples e divertida, tendo até concedido em demasia. De acesso imediato e servido por cenários generosos e pejados de elementos que afectam o decurso das corridas, não deixa de se sentir ao fim de algum tempo um sentimento misto. Longe de se pautar uma experiência desconsolada ou que arrefeça o interesse em demasia. O que se verifica é uma variação da dificuldade à medida que progridem, sem que os elementos ligados à jogabilidade tenham uma palavra a dizer. Pouco foi acrescentado e mesmo que a acessibilidade funcione a favor no começo do jogo, facilitando a adaptação, não vai muito para lá disso. Faltou dar o salto nesta conversão para HD. Ainda assim estamos perante um título que enquanto rola, enrola, capaz de providenciar uma certa sensação de frescura, bem útil por estes dias.

7 / 10

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Hydro Thunder Hurricane

Xbox 360

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.
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