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Crash Commando

Guerra entre mosquitos armados!

Jaz o tempo em que os Shooters horizontais reinavam no mercado. Não fosse a possibilidade de distribuir jogos em formato digital e os adeptos da velha guarda apenas poderiam fazer as suas delícias com os clássicos escondidos lá bem ao fundo das prateleiras. É por isso que muitos dizem que já não se fazem jogos como antigamente, e é verdade, claro está. A única forma de colocar as mãos em jogos do género é através de Remakes como Bionic Commando ou até, mais recentemente, MegaMan 9, que lá vão aparecendo nas lojas Online.

Talvez por isso a EPOS, a cargo da SCEA, desenvolve agora este shooter 2D totalmente novo que sairá algures em Dezembro na Playstation Store. Rodeios à parte, é inevitável dizer que Crash Commando é uma ideia muito rabiscada de Bionic Commando. Desde o conceito até aos cenários, existem evidências do clássico da Capcom por tudo o que é lado, o que até é bom, ou não fosse esse um dos melhores de sempre dentro do seu género.

Crash Commando vai um pouco mais além, implementando algumas novas ideias que o caracterizam e o diferenciam dos demais. A mais sonante é mesmo a existência de duas dimensões por onde o jogador poderá andar, ou seja, existe um primeiro cenário onde estão colocadas diversas passagens que dão acesso a um novo espaço situado no lado oposto. Ora isto até poderia ser irrelevante, ou não fosse o estilo de jogo assentar que nem uma luva nesta nova ideia. Crash Commando coloca dezenas de soldados a combater no mesmo campo de acção, fazendo com que este duplo cenário seja constantemente utilizado para perseguir inimigos no calor da guerra. Façam o que fazerem irá sempre existir gente a combater em ambos os lados, tornando o cenário vivo e movimentado, até porque estes dois planos de acção são visíveis um através do outro.

Sangue e explosões, que mais pode um homem querer? Não, não há mulheres!

Para acelerar as coisas, todos os jogadores têm um Jet Pack nas costas. Pois, e porque andar a pé cansa, metade do tempo é passado com os soldadinhos a voar pelo ecrã como se fossem mosquitos. Não menos importante é o arsenal de armas - cada jogador possui uma arma principal que vai desde a caçadeira até à bazooka, uma pistola ou uma faca, e ainda uma dose de granadas ou C4. A carnificina é geral, pois no final de contas serão sempre os predadores e presas de alguém. Mas não se fica por aqui, espalhados pelo cenário existem também Turrets que permitem disparar de um lado para o outro do cenário, e ainda jipes e tanques de guerra que atravessam o cenário enquanto levam tudo pela frente.

Todos os elementos de um Shooter moderno estão aqui presentes e é precisamente isso que torna o jogo interessante. A curva de aprendizagem poderá ser grande pois ao inicio estranha-se, mas uma vez entranhada, a jogabilidade revela-se bastante divertida e viciante. Mas se por tudo isto Crash Commando tinha tudo para ser um jogo excelente, já no que toca a modos de jogos deita tudo a perder. O dito modo Campanha é curto, muito curto. Em menos de uma hora poderão bater todos os níveis, e mesmo que os tentem completar a todos com uma medalha de mérito, isso não vos irá roubar muito mais tempo. Por outro lado este modo também não apresenta qualquer tipo de história, sendo que apenas coloca o jogador no campo de batalha com o objectivo de matar X soldados inimigos.

Pick and Play, é o principal conceito ligado a este jogo. Nada de compromissos, é pegar e matar.

Uma vez acabado o modo Campanha, pouca ou nada ficará por fazer a nível de experiência “não-online”. É possível criar salas de jogo personalizadas com número de inimigos descriminado, mas será sempre o mesmo que jogar sem qualquer objectivo. Contudo é no modo Online que o jogo ganha outro alento, permitindo uma experiência digna do seu potencial. Esperem principalmente muita diversão, pois este jogo acaba por ser uma maneira de encarar os shooters de uma forma mais casual e descomprometida. Contudo não posso estar aqui a descrever esta experiência de uma forma mais detalhada, pois aquando da realização desta análise pouca gente estava a jogar Online. Quero, no entanto, acreditar que com uma boa dose de amigos será possível espremer daqui uma boa experiência, fruto de toda a confusão espalhada pelo ecrã. É tudo ao molho e fé em Deus, já assim o diziam.

O grafismo e o som são, como já disse, elementos muito parecidos aos de Bionic Comando. Desde o colorido (pouco usual a estes jogos) que invade o ecrã, até à realização artística e técnica dos vários elementos dos cenários, tudo está satisfatoriamente bem feito, fazendo com que o jogo apresente um grafismo limpo e bastante detalhado. Esperem ainda ver muitas explosões (e também sangue).

No final de contas, Crash Commando é um jogo bem realizado e com um excelente potencial. No entanto, a curta campanha deixa muito do sucesso deste jogo nas mãos do modo online que, poderá ou não, vir a ser bem frequentado. É uma experiência divertida e, acima de tudo, é um jogo fácil de pegar e jogar, principalmente graças à simplicidade e intuitividade dos seus controlos.

7 / 10

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Crash Commando

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Sobre o Autor
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Ricardo Madeira

Contributor

É redator e dá voz à Eurogamer Portugal. É um dos mais antigos membros da equipa, e ao mesmo tempo um dos mais novos. Confusos? É simples.
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