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Bioshock

Arte no fundo do oceano.

Rapture não mudou um ano após o primeiro grande embate. Aconselha-se atenção redobrada no embate com criaturas pitorescas capazes de enviar o mais bem equipado dos homens para pequenas casas de vidro rodeadas por um qualquer tipo de electricidade. As pequenas meninas? Essas continuam iguais, perseguidas por uma população faminta, capaz de tudo para lhes retirar aquilo que de mais sagrado possuem, aquilo que lhes custa muitas vezes a vida… Tarefa árdua essa de tentar chegar até elas. Aqueles homens afunilados dentro de fatos de mergulho com gigantes brocas de metal continuam atentos, sempre com um olho armado, sempre prontos a tornar qualquer cenário numa carnificina. Tudo pelo bem-estar das pequenas miudinhas.

Aquele que foi seguramente um dos jogos mais aclamados de sempre pela crítica faz agora a sua aparição na consola da Sony. Um ano após ingressar nas suas plataformas base, Bioshock chega assim à Playstation 3, colocando um ponto final a uma novela que é escusado recordar. Ainda assim, é com um misto de sentimentos que este clássico é recebido por estas bandas. Se por um lado a dolorosa espera de um ano parece não ter surtido melhorias, por outro, Bioshock é simplesmente bom de mais para não ser jogado.

Mas este paradigma transporta-nos para outra questão. É inevitável dizer que o estilo First Person Shooter está em decadência. Maus argumentos, ideias mal executadas e uma falta de originalidade tremenda, são apenas alguns dos pontos que ultimamente se têm tornado numa realidade constante. Enquanto que a maioria destes jogos se focam apenas em pontos como o grafismo e, no geral, na acuidade visual, Bioshock é de certa forma uma construção visionária que consegue abstrair-se desta decadência de que falo e é isso que o torna especial. Por tudo isto, estamos perante uma lufada de ar fresco neste estilo de jogo que parece atravessar uma dolorosa caminhada pelo deserto.

Numa análise a um outro jogo iria utilizar um destes parágrafos para descrever o argumento do mesmo. Desta vez vou me abstrair deste parágrafo pois apenas tenho a dizer que o pouco que sabem é o suficiente, senão de mais.

Mais do que uma estória, Bioshock apresenta-nos uma utopia. Uma cidade construída nas profundezas de um oceano que esconde muito mais do que aparenta. Questões morais e sociais serão levantadas, como sendo apenas um dos aperitivos a este jogo. É o próprio jogador que tem um papel no seguimento da acção, as suas escolhas e actos terão, como sabem, influência no desfecho desta estória que se adivinha imprevisível a cada passo que dão.

Uma porta sem retorno? Bem-vindo a Rapture.

Mas é na componente gráfica que encontramos o expoente máximo de Bioshock. Não interessa se uma textura é má aqui ou ali quando estamos perante um dos jogos mais belos de sempre no que diz respeito à componente artística. Para além disso, os cenários estão repletos de objectos coleccionáveis e pormenores de interesse relevante. São frases, imagens e símbolos que tocam facilmente no intelecto de cada um e, por isso, não será difícil ficarem apaixonados por todo este estilo, principalmente quando são amantes desta Art Déco.

A isto podemos ainda juntar a componente sonora que é também de uma qualidade memorável. Existem gritos vindos de todo o lado, assobios sem remetente e uma música de fundo em constante alteração, tudo para aguçar esta experiência de jogo.

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BioShock

iOS, PS3, Xbox 360, PlayStation Vita, PC, Mac

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Ricardo Madeira

Contributor

É redator e dá voz à Eurogamer Portugal. É um dos mais antigos membros da equipa, e ao mesmo tempo um dos mais novos. Confusos? É simples.

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