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Alan Wake

Luz intermitente.

Alan Wake é um dos jogos mais esperados de sempre para a Xbox 360. O peso que carrega nas costas foi colocado pelo longo tempo de produção, pelo passado dos estúdios da Remedy, e por ser também um dos grandes exclusivos da Xbox 360. Consegue Alan Wake corresponder às expectativas geradas à sua volta? A resposta está dentro da leitura desta análise. Mais que um sim ou não, é na verdade uma introspecção pessoal, vinda dos sentimentos e emoções de quem joga.

Alan Wake é mais um exemplo a representar o estado adulto da indústria de videojogos, como um meio de entretenimento que pode e consegue até ultrapassar as melhores produções cinematográficas ou mesmo as séries da TV. Mas tanto faz tudo bem, como faz tudo mal. O longo tempo de produção poderá ser uma das razões mais fáceis de identificar pela falta de originalidade do jogo, isto em muitos aspectos. Existem razões que fazem de Alan Wake um jogo único, mas outras que o colocam num patamar bem abaixo do esperado. É esta mistura que torna o jogo em algo de picos, uns bons outros mesmo maus.

Antes de tudo, gostaria de realçar que pessoalmente gosto imenso da temática do argumento de Alan Wake. O jogo transpira a Twin Peaks, Stephen King, David Lynch, alguns episódios de Ficheiros Secretos, e até mesmo alguns de The Twilight Zone, e claro com um leve aroma a Max Payne. Todas estas influências, não são escondidas pelo pessoal da Remedy, também eles habitués nórdicos, neste caso Europa. Por todas estas razões, e por todas as influências marcarem aspectos da minha formação como leitor e cinéfilo, que encarei o jogo de um ponto de vista extremamente pessoal.

A ideia original era um mundo aberto.

O jogo não tem pressa em começar, pois aos poucos é-nos dado um vislumbre de tudo aquilo que temos pela frente. Alan Wake, um conhecido e bem sucedido escritor, junto com sua esposa viaja para Bright Falls, uma cidade fictícia, que bem poderia ser qualquer local do estado de Washington, ou Alasca. A Remedy até criou um site oficial da cidade, para que o universo de Alan Wake fosse o mais rico possível, ou até mesmo para poder criar futuros momentos vídeo-jogáveis. Por isso, podemos esperar imensas florestas coníferas do norte dos EUA, com as suas serrações, estradas ladeadas de árvores, humidade, e imensos riachos. Não esquecer o povo local, que parece estar afastado de qualquer tipo de civilização tal é a dificuldade de comunicação, mesmo estando já no século XXI.

Os símbolos das referidas séries estão todos presentes. O estilo de enquadramento das câmaras, os típicos cafés, as estações de serviço, as serrações, os madeireiros, as festas locais, a moça simpática que quer mais que esta vida, a polícia local, os velhos estranhos, os sábios, os grosseiros, os reboques, as tabuletas, os corvos, já para não falar das camisas de flanela. Para além de tudo isto, o sombrio, as actividades estranhas e o paranormal. Tudo se sabe em Bright Fall, mas pouco se explica.

Poderemos percorrer os cenários de carro, mas sem qualquer tipo de escolha.

Alan Wake e sua esposa Alice estão assim de férias, e Alan quer fazer tudo menos escrever. No fundo, Alan quer esquecer a branca que tem pairado sobre os seus trabalhos, não consegue escrever já há muito tempo. Vive assim de glórias passadas. Embora queira passar despercebido, toda a cidade parece conhecer Alan Wake, o famoso escritor. A sua mulher, Alice, tem um medo mórbido do escuro, não conseguindo mexer-se quando as luzes se apagam, entrando num pânico de bloqueio. Alan e Alice ficam numa casa, mesmo ao pé de um enorme lago, tudo parecia perfeito, longe da civilização, em busca da paz. Mas nesse momento Alice desaparece, entre gritos e barulho Alan procura-a, mas sem qualquer resultado. Começa aqui a nossa procura pela mulher amada.

A personagem principal é Alan Wake, tudo vive e acontece à sua volta, e o argumento é neste caso a melhor coisa que poderemos receber do jogo, embora o mesmo seja por vezes mal dirigido, principalmente na forma como algumas personagens entram e saem de cena. A busca pela sua mulher será também uma busca pessoal, uma busca intima. O jogo está criado como se fosse uma mini série da TV, onde temos o jogo dividido por episódios, sendo que existe um fim literal de cada um e com o início do seguinte com a mítica frase, "Previously on Alan Wake", dando um pequeno resumo das cenas mais importantes do episódio anterior.

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Alan Wake

Xbox 360, PC

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Sobre o Autor
Jorge Soares avatar

Jorge Soares

EG.pt Master of Puppets

Sempre ocupado e cheio de trabalho, é ele quem comanda e gere a Eurogamer Portugal. Queixa-se que raramente arranja tempo para jogar, mas quando está mesmo interessado num jogo, lá consegue arranjar uns minutos. Tem mau perder e arranja sempre alguma desculpa para a sua derrota, mas no fundo, é o que todos fazemos.
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