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Terror-Billy faz jus ao nome em Wolfenstein II: the New Colossus - Antevisão

O pesadelo dos nazis espalha terror na América.

Através da aquisição dos direitos da série Wolfenstein, a Bethesda encarregou os suecos da Machinegames de prepararem novos desenvolvimentos. Foi assim em 2014 com o "reboot" dado por via de Wolfenstein: the New Order e depois, em 2015, com The Old Blood, entregando o protagonismo, mais uma vez, a William "B.J" Blazkowicz, o exterminador implacável de nazis e a maior ameaça à sua existência. Com o anúncio de The New Colossus na pretérita E3, abriu-se novo episódio que funciona como sequela de The New Order. Incapaz de travar as intenções do exército nazi, B.J quase pereceu num combate feroz, não impedindo a cavalgada germânica até aos Estados Unidos, onde como força ocupante varreu muitas das principais cidades.

Regressando ainda que com algum custo, através de uma passagem que tivemos a oportunidade de experimentar, a bordo de um submarino, e ainda enfraquecido numa cadeira para inválido, o herói depressa assume as rédeas de uma campanha que se perfila deveras épica, à imagem da série. B.J. é quase um "one man army", uma figura plenipotenciária e por demais tranquila no seu reduto quando entra em combate. Apraz encontrar um "shooter" que não nega as suas origens nem deriva sobremaneira dos trilhos originais.

Após experimentar duas secções muito distintas e mais uma porção do jogo, desta vez na cidade New Orleans, completamente virada do avesso pelos nazis, fico convencido sobre uma boa história a servir um bom shooter, sobretudo pela espectacularidade e pujança patente em diversos momentos, mesmo que haja pelo meio alguns clichés. Se dúvidas existissem elas dissipar-se-iam sob o respeito e esmero com que a Machinegames trata este novo avanço na série Wolfenstein, que ao chegar ao mercado no final de Outubro, irá certamente colocar a fasquia mais elevada. No fundo é isso que se pretende quando avançamos para uma experiência sobretudo "single player".

Mais uma vaga de nazis a caminho, já com o rabo a escaldar.

Este é um jogo que proporciona momentos de maior espectacularidade, de combate e esforço, mas ao mesmo tempo engenhoso na forma como podemos equilibrar duas armas em simultâneo, modificando-as usando os recursos e prémios disponíveis pelo nosso avanço, através de um sistema de "perks" que contempla múltiplas soluções. A variedade de equipamento, a abordagem ao combate, de certo modo conjugado com áreas amplas possibilitando uma abordagem um pouco mais furtiva, removendo os obstáculos maiores antes de colocar a carne no assador, torna a experiência mais interessante, táctica até, revelando o bom trabalho por parte da produtora, cada vez mais acomodada ao universo Wolfenstein.

As cinematográficas estão bem produzidas e descortinam o que parece um guião bastante consistente para o género, sendo que pelo já percorrido e apesar do protagonismo atribuído ao herói, esta campanha militar que decorre em 1961 mostra-nos uma actuação conjunta do grupo que apoia B.J. e actua em ligação com os diversos pontos de resistência no território norte-americano. As demonstrações que experimentamos previamente levaram-nos ao submarino, numa fase inicial, quando o herói ainda avança de forma periclitante numa cadeira, e a Roswell, onde existe uma base ocupada pelos nazis que se estende deserto do Nevada fora.

Desta vez, entramos em New Orleans, juntamente com Anya (romance com B.J.) e dois membros do Kreisau Circle. O objectivo passa por nos infiltrarmos na cidade, de modo a estabelecer um contacto com um ponto da resistência. Horton é o líder dos americanos que lutam pela resistência, naquele território, devendo ser encontrado e contratado. Abrindo dois flancos, um grupo constituído por Anya e Wyatt desactiva as minas ao longo da costa, de modo a abrir caminho ao submarino locupletado aos nazis, o Evas Hammer, com o qual recuperam os cidadãos que ainda restam, assim como B.J, que entretanto terá aberto fogo pelas ruas da cidade e encontrado Horton, no American Bank. Ambos deverão ser recolhidos.

O combate continua frenético e explosivo.

O plano está em marcha sobre uma New Orleans ocupada pelos nazis e em estado de quarentena. Outrora uma cidade pujante, com arquitectura Creole e agradável para se viver, com os seus jardins, espaços verdes e sonoridades jazz em surdina, é subitamente transformada num caos de chamas, muros e ruínas. Soldados nazis armados até aos dentes, alguns deles de proporções colossais, patrulham as ruas como que esfomeados por cidadãos incautos e desprevenidos, à procura de uma oportunidade para libertar uma intensa chama de fogo ou uma rajada de balas mortífera.

A demonstração começa precisamente neste ponto, num plano um pouco mais elevado, que nos deixa contemplar a vista e o fogo que que parece consumir a cidade. Em baixo, nas ruas estreitas, apertadas por ruínas e entulho, sentinelas nazis cumprem trajectos precisos, reagindo à mínima aproximação. A primeira abordagem não nos dá grande margem de manobra, é quase como um desembarque num campo pejado de inimigos em estado de alerta. B.J. está só no combate, mas sempre encontra algumas soluções. Desde ataque directo, ao recurso às varandas dos edifícios para alguma primazia a partir de cima. Esta é sobretudo uma secção de maior ênfase no combate e confronto armado, com menos possibilidades de infiltração e neutralização dos inimigos.

Embora com uma arquitectura linear, em resposta a uma sucessão de eventos que terão de ser cumpridos se quiserem seguir em frente, as áreas são grandes, algo ramificadas, com secções interiores nos edifícios onde podem encontrar algum abrigo (assim como ameaças), bem como alguns corredores laterais. Claro que alguns preferem passar à acção rápida, pura e imediata, sem grandes desvios do tema: reduzir a pó os nazis, espalhando balas e fogo, num tiroteio constante.

Alguns nazis resistem aos danos, mas são vulneráveis ao fogo, por exemplo.

É de facto algo bastante divertido de se fazer, especialmente a partir do momento em que passamos a gerir duas armas, uma das novidades em The New Colossus. Distribuir balas para todos ao mesmo tempo é um processo um pouco mais facilitado, mas não se iludam com eventuais abrandamentos na dificuldade. O jogo promete uma experiência hardcore, capaz de um desafio mais sólido, à altura dos fãs mais exigentes. Grande parte das secções que percorremos eram defendidas por "panzerhunds", caninos mecânicos armados com poderosos lança-chamas e nada fáceis de reduzir de reduzir a ferro-velho.

A edição para coleccionador contempla uma estátua do herói.

Ainda que a secção em New Orleans seja primordialmente um foco de acção, adiante era possível uma abordagem mais furtiva, de um certo reconhecimento de área. Eliminar as sentinelas é fundamental, através de um ataque letal e cirúrgico efectuado pelas costas. Nesta primeira fase conseguem impedir o reforço de soldados, aproveitando depois para atacar os nazis alertados e já no encalço. A escala do confronto rapidamente sobe de tom, pelo que será crucial, nesta fase, atentar no desenvolvimento das habilidades do herói, em consonância com o patamar de dificuldade, sob pena de serem aniquilados num ápice.

Desenvolvendo o sistema "Battle Walker" adquirem uma certa supremacia táctica, um sistema que para além das vantagens no campo serve de cobertura para carros e grandes edifícios. "Ram Shackles", como o nome sugere, é uma forma de ataque directo mais violento. Nalgumas secções isto permitiu-nos derrubar muros. Como ataque ofensivo é igualmente poderoso. Para uma abordagem mais furtiva, o desenvolvimento do estilo "constrictor harness" é a melhor forma para surpreender um inimigo. Estas habilidades resultam de um somatório de pontos alocados, o que significa que ter a personagem forte nalguma destas ramificações, limitará as restantes. A escolha depende do vosso agrado e confiança na utilização dos poderes.

Arte de New Orleans

A quantidade de equipamento bélico é assinalável, registando-se 11 armas, pelo menos é essa a contagem feita com base na demonstração. Do equipamento mais genérico como as metralhadoras (maschinenpistole), pistolas, passando pelas granadas (handgranate), até às armas que libertam fogo através de diesel (dieselkraftwerk), entre outras muito específicas como a Schockhammer, não é escasso o equipamento. Além disso, existem 12 kits de melhoramento, através de um sistema de perks que permite o update e avanço tecnológico, visando efeitos melhores e uma utilização mais eficaz e rápida, sem grandes constrangimentos.

Veremos como toda a componente técnica, que desta vez se mostrou muito mais segura (jogámos no PC) se apresenta em breve, dado que enquanto shooter está dependente de uma boa performance para o resultado mais desejável. Se em Julho ainda verificamos alguns erros, desta vez a experiência foi bem mais sólida. O argumento parece mais trabalhado, no qual não faltam segmentos mais humorísticos e de forte pendor emocional. As partes cinematográficas que já vimos deixam isso em aberto, especialmente quando entram em cena os nazis. Em termos de gameplay, The New Colossus continuará a privilegiar os combates puros, com muito fogo de artifício e um grau de dificuldade um pouco mais elevado, embora conjugados com segmentos de algum pendor táctico e furtivo. É precisamente daqui por um mês que teremos acesso ao trabalho final da Machinegames, e nessa altura que venha a vaga completa de nazis. Cá estaremos para os varrer do mapa.

O Eurogamer viajou até Londres, onde experimentou uma demonstração do jogo para PC, tendo a 4PLay custeado as viagens

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.

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