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Tank Troopers - Análise

Combates em arenas.

Um jogo de combate simples, arcade e divertido por momentos, mas que perde pela falta da componente online.

Tank Troopers é a mais recente produção do estúdio Vitei, o mesmo que em 2014 lançou Steel Diver: Sub Wars, um jogo de combate de submarinos para a 3DS, essencialmente multiplayer, com foco nas mecânicas de combate. Tank Troopers segue um pouco essa estrutura, embora contenha mais fantasia e seja por isso mais arcade e um pouco menos realista do que a experiência proporcionada pelos submarinos.

Com a chegada da Switch ao mercado, há quem considere a 3DS relegada para uma posição subalterna, embora não seja assim, até porque a portátil de dois ecrãs da Nintendo detém um imenso parque de consolas instalado, superior a 60 milhões, sendo expectável, justamente por isso, que nos próximos tempos continuem a chegar títulos mais ou menos conhecidos. Tank Troopers é um jogo digital criado pela Vitei com o apoio da Nintendo.

Como já referimos trata-se de um título essencialmente multiplayer, embora possa ser desfrutado de forma individual a partir de 30 diferentes missões sujeitas a contra-relógio. Não há uma história ou narrativa; simplesmente um tanque com capacidade de fogo variável e um conjunto de soldados que acrescentam mais algumas possibilidades de combate, como se fossem "power ups" passíveis de serem aplicados a todo o instante.

Os declives no terreno podem dar alguma vantagem para alvejar um adversário.

O "tutorial" é muito simples, assim como os processos de combate. O jogo está orientado de forma a ser acessível e proporcionar combates rápidos e intensos. Isso confere-lhe um destaque mais arcade, desde logo pela facilidade com que operamos o tanque e disparamos sobre os rivais em movimento, usando uma perspectiva na terceira pessoa. Mas também é possível estacionar a máquina por instantes e passar para o modo artilharia, uma perspectiva na primeira pessoa que oferece uma oportunidade para localizar melhor o alvo, embora tenha a desvantagem de deixar o tanque à mercê dos rivais.

Estas máquinas de guerra são suficientemente robustas para receberem projécteis lançados pelos inimigos sem que sejam imediatamente destruídas, mas importa recolher todas as caixas de reparação que possam encontrar de forma a reparar os danos e manter o aparelho operável. Os tanques são muito variáveis e tanto encontram máquinas pesadas e lentas (recarregar uma bomba requer um compasso de espera) como aparelhos rápidos e com elevado poder de fogo, assim como melhor protecção. É possível adquirir estas máquinas a troco de boas somas monetárias e assim personalizar a equipa.

Os soldados constituem um papel relevante e operam como se fossem "power ups". As suas características são muito diferenciadas; desde poder de fogo a mais velocidade e resistência adicional concedida ao aparelho, estas são apenas algumas funcionalidades disponíveis durante o combate e que podem fazer a diferença no resultado final. Todavia, assim que utilizarem o poder de um soldado terão que aguardar algum tempo até que a sua barra de energia seja reposta e o seu poder fique novamente disponível.

O modo artilharia permite mais precisão embora a máquina fique vulnerável.

As missões individuais podem ser realizadas através de um "set up" definido de equipamento ou então de forma personalizada. Os objectivos são diferenciados e vão desde a típica batalha em arena até à recolha de uma estrela no fim de um percurso repleto de obstáculos.

Embora simples, as batalhas são rápidas e de grande intensidade, embora nem sempre devidamente equilibradas. Nalgumas situações a quantidade de inimigos ao redor é avassaladora e as possibilidades de cobertura de fogo são quase nulas. Noutras missões temos demasiadas caixas reparadoras à disposição, pelo que quase sempre ganhamos vantagem face ao adversário. Existe diversidade nas missões e equipamento em dose suficiente para criar boas condições em combate, mas nem todas as missões são tão interessantes e o seu cumprimento nalguns casos torna-se mais numa obrigação do que num prazer.

Por outro lado há que reconhecer que o "design" e dimensão artística do jogo são extremamente simplificados e reduzidos a um mínimo. Apesar do efeito 3D não existem efeitos especiais nem sequer a composição artística se apresenta como memorável. Os tanques apresentam um aspecto básico, assim como os cenários. Na prática isto significa funcionalidade acima de tudo, mas nada mais há a reter em termos visuais.

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Pena é que um jogo pensado e formatado para a vertente multiplayer até 6 jogadores não contemple um servidor para partidas online, apresentando em seu lugar a opção para o modo local, o que torna altamente inviável o aproveitamento se não encontrarem mais cinco jogadores por perto e todos com uma cópia do jogo. Não sendo esse o caso podem recorrer à opção "download", através da qual uma cópia é suficiente para que os restantes jogadores façam parte, embora com restrições, tanto em modos de jogo como em mapas.

Sem uma componente online, Tank Troopers dificilmente será bem sucedido enquanto experiência para mais do que um jogador. Talvez a Nintendo tenha reconhecido que a abertura de um servidor seria demasiado custosa, mas é a melhor forma de dar seguimento a um jogo essencialmente multiplayer. Os seus combates são interessantes e a admissão dos soldados através de funcionalidades exclusivas confere uma dimensão estratégica, mas não deixa de ser um título muito simples e capaz de divertir por alguns momentos, só que sem grande chama criativa e com alcance moderado no poder de fogo.

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