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PaRappa The Rapper Remastered - Análise

Relembrar o clássico.

Tão difícil e excêntrico quanto em 97 mas não existem novidades além das melhorias técnicas e gráficas.

Foi em 1997 que NanaOn-Sha e Masaya Matsuura se juntaram para apresentar um jogo que iniciaria um novo género na indústria dos videojogos e para sempre ficaria marcado entre os fãs da PlayStation: PaRappa The Rapper. O gosto pela música e a procura da Sony por título diferentes e vanguardistas, capazes de quebrar barreiras, juntar meios, e explorar conceitos inéditos nos videojogos, estiveram na base de uma sede por novas propriedades intelectuais envoltas em excentricidade e arte. Este jogo foi um desses exemplos de uma aposta inesperada que mudou por completo a vida de milhões de jogadores e os deixou apaixonados por um género que nem sabiam que precisam jogar. PaRappa The Rapper é mais do que o início de uma mascote da PlayStation, é o início dos jogos de ritmo musical na era moderna.

Graças ao estilo artístico de Rodney Alan Greenblat, a Sony conseguiu apresentar um jogo surreal que apresentava conceitos gameplay muito próprios e cujos visuais coloridos eram o chamariz para uma experiência envolvente. PaRappa The Rapper rapidamente se tornou numa referência e uma prova de como a Casa PlayStation produzia títulos diferentes das rivais. Tal como em muitos outros jogos no início da PlayStation origina, este jogo fez parte da iniciativa da Sony em injectar na indústria o factor cool que parecia ser difícil associar aos videojogos e passados 20 anos é interessante reviver essas memórias. PaRappa The Rapper recebeu imensos prémios na altura do lançamento, sendo aclamado pelo seu estilo, design interactivo inovador e claro, som e música.

Este PaRappa The Rapper Remastered relembra com incrível facilidade o porquê de tal ter acontecido. Mesmo sendo uma versão que se focou apenas em melhorar a qualidade dos visuais, que 20 anos depois permanecem fantásticos e cristalinos a 4K (se jogares na PS4 Pro), a força dos ritmos, as rimas quase infantis mas ainda assim tão contagiantes, os personagens que parecem ter nascido de uma mente que estava sobe o efeito de uma qualquer substância, e especialmente toda a simplicidade do adorável mundo deste cachorro Rapper, ainda hoje ostentam toda a capacidade para nos derreter o coração e dar energia ao dia. Tudo isto feito através de um método de interactividade que agora é banal e demasiado simplista, mas que na altura foi uma revolução.

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Ao longo de 6 níveis, PaRappa usava a sua imaginação e capacidade de acreditar para através da rima e ritmo conseguir ultrapassar os obstáculos. Seja a aprender Kung-Fu, tirar a carta de condução, vender ou até chegar a uma casa de banho pública, este cachorro apenas pedia uma coisa ao jogador: acertar no tempo do seu ritmo. O gameplay é completamente simples, tens de pressionar os botões assinalados no momento correcto conforme indicado para chegar ao final da música e PaRappa triunfar. Claro que sendo uma espécie de autodidata, ele pode aplicar um estilo livre às rimas o que significa que podes brincar com os botões quando quiseres, mas os que surgem no ecrã têm de ser pressionados no ritmo e ordem correcta, de resto estás à vontade. A noção de pressionar um botão para no jogo o personagem principal continuar a rimar ou até divagar e deixar fluir a música é algo simples nos dias de hoje, mas na altura era magia em forma de videojogo.

Passados 20 anos, PaRappa The Rapper permanece como um título difícil de dominar e simplesmente estranho. É demasiado simples e curto, pode ser terminado em menos de 30 minutos, mas é fácil perceber o porquê de estar na base de um género. A dificuldade não está no número de botões que tens de pressionar, ou até na velocidade das músicas, está na procura do ritmo. Se conseguires entrar no ritmo de PaRappa, podes até acabar a brincar com a música e a banalizar a dificuldade, assumindo um freestyle que mostra a doçura desta proposta. O protagonista é trapalhão mas a sua insistência que se acreditar o suficiente conseguirá alcançar os seus objectivos é uma filosofia que vai além da filosofia do jogo, está impressa no gameplay. De qualquer das formas, este Remastered consegue relembrar o quão precioso foi o jogo no seu lançamento original.

PaRappa The Rapper foi o primeiro jogo que comprei para a primeira PlayStation, ainda antes de comprar a consola, e terá sempre reservado um lugar especial no meu coração. Foi graças a este título que um género nasceu e o ritmo tornou-se parte dos videojogos. No entanto, passados 20 anos, este Remastered utiliza a actualização visual como o seu grande trunfo, o que torna o jogo recomendado somente para os fãs de sempre que querem de alguma forma preencher o vazio existente no género. Greenbalt há muito que expressa o desejo de criar um jogo novo na série e os fãs certamente adorariam. Talvez este PaRappa The Rapper Remastered seja a forma de demonstrarem à Sony que ainda se importam com ele.

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Bruno Galvão

Redator

O Bruno tem um gosto requintado. Para ele os videojogos são mais que um entretenimento e gosta de discutir sobre formas e arte. Para além disso consome tudo que seja Japonês, principalmente JRPG. Nós só agradecemos.
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