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Mini NES Classic - a consola para ver, comprar e jogar?

O recente sucesso da Nintendo é retro.

Antes de nos alongarmos, vamos directos ao ponto. O preço conta. No caso da Mini NES Classic, a consola da Nintendo que emula 30 jogos clássicos da primeira plataforma doméstica da Nintendo (no Japão designou-se como Famicom), faz toda a diferença. Por 60 euros, o preço de um jogo normal para as consolas da actual geração, nem sequer há margem de discussão. É pegar ou largar. À custa disso a Nintendo pode bem conseguir uma fonte de receita, que a juntar ao sucesso das figuras Amiibo, demonstram como o potencial de oferta desta secular companhia vai muito para lá da produção de videojogos e consolas de vanguarda.

A Nintendo Mini NES clássica é uma peça retro que emula na perfeição muitos jogos publicados na consola 8 bit desde meados dos anos oitenta até à chegada da sua sucessora, a SNES, no começo dos anos noventa. A NES está indissociavelmente ligada a uma fase de recuperação dos videojogos depois do denominado "crash". No começo dos anos oitenta, os sistemas de videojogos atropelavam-se e a qualidade das produções deixava a desejar, como o tão famoso jogo do filme E.T que acabou enterrado, às paletas, num deserto norte-americano. O modelo de distribuição era deficiente e caótico, mas as coisas mudaram quando a Nintendo investiu na Famicom para o mercado japonês, a partir de 1993. Dois anos depois a consola prosseguiu as proezas atingidas a oriente no mercado norte-americano, num sistema rebaptizada para Nintendo Entertainment System e redesenhado de forma a agradar à audiência ocidental.

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Com a estreia da NES a Nintendo introduziu um termo de qualidade no desenvolvimento dos jogos, assegurando-se que os mesmos estavam aptos a satisfazer as exigências dos consumidores. Quer nos seus títulos, quer nos jogos "third party", todas as caixas continham um manual no qual se podia ler "seal of quality", a certeza da qualidade do produto. Em poucos anos e após o lançamento europeu, a NES transformou-se num sucesso mundial, exercendo uma influência ímpar sobre inúmeros produtores e muitas séries que perduram até aos dias de hoje. O licenciamento de muito software nem sempre foi pacífico (algumas editoras queixavam-se das regras impostas pela Nintendo para lançar os seus jogos). No entanto, a NES contou com uma extensa lista de jogos ao longo do seu ciclo de vida e durante muitos anos a Nintendo prestou assistência e serviços aos titulares da plataforma, tendo até lançado uma NES melhorada no Japão, na década de noventa.

O tamanho escasso do cabo do comando é o único pormenor negativo. Fora isso, a Nintendo conseguiu um produto muito sólido tendo no preço e na qualidade da emulação os maiores atractivos.

Hoje e com o crescimento do culto "retro", a Nintendo lança a Mini NES Classic, uma consola miniatura da original, dotada de uma arquitectura fechada, composta por 30 títulos representativos da época 8 bit. A consola é acompanhada por um cabo HDMI que permite a conexão a um moderno televisor de alta definição (HD) e um cabo USB para alimentar a consola, a partir de uma fonte compatível com a entrada (o que dispensa os sempre dispendiosos transformadores). Mas o melhor é a réplica perfeita do comando original, algo que torna mais autêntico e genuíno o regresso ao passado, que só é manchado pela curta extensão do cabo, um factor algo incompreensível, que obriga o utilizador a jogar muito perto do televisor, pois os restantes cabos também não permitem grandes veleidades.

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Percebe-se pelo conteúdo que a Mini NES foi criada a pensar em proporcionar a melhor experiência possível retro ao mais baixo custo, de modo a tornar o preço num factor primordial. Por 60 euros, não há discussão possível. O produto é irresistível para os fãs do retro, proporciona um contacto com os mais variados e diferentes jogos lançados para a consola, e a emulação é perfeita num ecrã de alta definição. O "pacote" tinha tudo para ser perfeito se o cabo do comando medisse entre um metro e meio a dois metros, o tamanho do cabo para o comando original. De resto, a consola não contempla ligação online nem permite a obtenção de jogos no futuro.

No entanto, é suficientemente interessante do ponto de vista do menu, a área na qual podemos seleccionar o título que pretendemos jogar. Se deixarmos o ecrã pausado vemos Luigi e Mario deambular pela base escolhendo alguns jogos ao acaso para os mostrar através de uma curta demonstração. É possível guardar a posição no jogo e retomar mais tarde. Existem quatro "slots" de gravação, que embora não sendo muito espaço é suficientemente tranquilizador se estiverem a jogar diferentes títulos.

Além disso, do ponto de vista gráfico, existem algumas opções à disposição. Uma delas permite exibir o chamado "pixel perfect", que essencialmente consiste numa imagem limpa e mais brilhante, que salienta bem os píxeis. Não notam grande diferença quando transitam para a clássica 4:3, uma imagem um pouco menos brilhante mas garantidamente suave. Os mais saudosistas e amantes dos velhos CRT, os televisores aos quais ligávamos a NES, podem sempre recorrer à opção CRT, que emula uma imagem mais esbatida, menos nítida e granulada.

"Muitos destes jogos contemplam opções para dois jogadores"

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No que toca aos jogos seleccionados, percebe-se que reduzir uma lista com centenas de títulos editados a somente 30, não vai garantir unanimidade. É verdade entre as ausências é possível apontar Tetris e Probotector como dois exemplos sentidos, mas quando podemos percorrer a trilogia Super Mario, Metroid, Castlevania, "beat'em ups" como Double Dragon e Ninja Gaiden, Super Contra para os convencidos, e êxitos das arcadas como Donkey Kong, Pac-Man, e até Final Fantasy que nunca foi lançado para a NES no ocidente, é impossível não ficar pelo menos satisfeito com a oferta. Muitos destes jogos contemplam opções para dois jogadores, o que envolve a aquisição de um comando suplementar a fim de jogar com um amigo ou amiga, replicando aquelas tardes de domingo depois do almoço.

Reunir a totalidade destes jogos no formato original seria extremamente dispendioso e levaria imenso tempo a coleccionar. Claro que hoje é fácil descarregar um emulador para um "smartphone" ou computador e descarregar roms. Só que muito disto não está isento de falhas e problemas que prejudicam. Só o facto de se jogar com um comando igual ao original é o ponto de partida para uma experiência em tudo similar ao jogar numa original. Apesar das limitações em termos visuais e musicais, os produtores fizeram das tripas um coração, como se as limitações do sistema forçassem a veia criativa. Por isso encontramos músicas emblemáticas e um ambiente e estética memoráveis. São jogos desafiantes, que nos prendem desde o primeiro nível e onde o ADN arcade flui majestosamente. A Nintendo pode muito bem conquistar o coração dos fãs retro com esta magnífica peça, capaz de emular a saudosa época 8 bit. Pena que no meio de tantas coisas boas que a caixa apresenta, o tamanho diminuto do cabo do comando seja o único inconveniente, que obriga a alguma ginástica até se ter o equipamento pronto e ligado para umas lições de história de entretenimento interactivo. A premissa da Mini NES classic é simples: basta ligar e jogar, sem grandes preocupações e configurações, como era naqueles tempos.

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Sobre o Autor
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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.
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