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Dragon Ball Xenoverse 2 - Análise

Será que deu o salto para Super Saiyan?

Dragon Ball Xenoverse 2 é um salto em frente face ao primeiro jogo, mas continua longe de aproveitar em pleno o potencial do conceito.

Recordo-me bem do primeiro Dragon Ball Xenoverse, um jogo cheio de boas ideias mas com uma execução pouco conseguida que ultimamente me levou a abandoná-lo, mesmo sendo um adepto de Dragon Ball desde infância. A sequela, Dragon Ball Xenoverse 2, chegou até nós cerca de 20 meses após o lançamento do primeiro, mais do que tempo suficiente para refinar os aspectos negativos que atormentavam o primeiro, como o sistema de combate problemático, o foco exagerado na obrigatoriedade para ganhar certos itens nas Parallel Quests, e no geral uma estrutura confusa. A primeira impressão é imediatamente positiva graças ao salto para os 60 fotogramas por segundo que garantem uma maior fluidez nos combates, algo que incompreensivelmente o primeiro jogo não tinha. Mas será que no resto Dragon Ball Xenoverse 2 também está melhor?

Não restam dúvidas que Dragon Ball Xenoverse 2 herda muitos aspectos e conteúdos. Muitos dos cenários, por exemplo, são exactamente iguais. Os vilões, a dupla de demónios Mira e Towa também estão de volta, mas desta vez contam a ajuda de Turles e Lord Slug, dois mauzões que apareceram nos filmes da saga Dragon Ball e que não estavam no primeiro Xenoverse. Embora a história repita os momentos chaves do primeiro Xenoverse, uma particularidade que será sempre inerente a qualquer jogo de Dragon Ball visto que a existência de novo material é escassa, é mais apelativa e está acompanhada por momentos engraçados bem como por sequências animadas (mas poucas) criadas de propósito para o jogo. Ainda assim, o jogo assume que vocês são fãs de Dragon Ball e salta muitos pormenores à frente. Quem não conhecer a história do anime de traz para a frente ficará completamente perdido.

"O jogo assume que vocês são fãs de Dragon Ball e salta muitos pormenores à frente"

Apesar das melhorias, Dragon Ball Xenoverse 2 ainda está longe de exuberar os valores de produção da série Naruto Ultimate Ninja Storm. Isto vale tanto para o modo história como para a parte estética e gráfica. Não há como esconder o aspecto datado de Dragon Ball Xenoverse 2. A subida para os 60 fotogramas por segundo é valiosa, mas este não é um jogo que aproveita por completo as capacidades da PlayStation 4, da Xbox One ou do PC. As texturas fracas são abundantes, os ataques Ultimate não possuem a espectacularidade que deviam ter e os cenários estão desprovidos de vida. Os cenários podem ser danificados, como quando atirámos um adversário com força para o chão. A marca fica lá, mas apenas durante alguns segundos. A saga Dragon Ball sempre nos mostrou uma destruição massiva dos cenários dos combates, mas mais uma vez, Xenoverse 2 falha em recriar esse aspecto.

Ver no Youtube

Pelo lado positivo, o sistema de combate está melhor. As possibilidades de combos são mais variadas e o ritmo acelerado está muito mais próximo dos combates vistos no anime. Este sistema de combate tem várias semelhanças com os jogos Dragon Ball Tenkaichi da PlayStation 2. O controlo de uma personagem numa grande arena é uma dessas semelhanças, os controlos idênticos para cada lutador é outra. Apesar dos controlos idênticos, os lutadores têm particularidades conforme a sua raça que ajudam a dar-lhes uma identidade única.

No cerne deste sistema de combate estão as barras de Ki e de Stamina. Uma boa gestão destas barras é essencial para a vitória, principalmente se mais tarde decidirem aventurar-se nos combates online contra outros jogadores. A barra de Ki governa os ataques especiais, enquanto a barra de Stamina governa o Z-Vanish, uma técnica que vos permite desaparecer e aparecer rapidamente noutro sítio. O Z-Vanish serve para fugirem a ataques do adversário ou para ligar combos. Não é um sistema de combate perfeito. A câmera pode assumir perspectivas horríveis e desconfortáveis e ainda existem instâncias em que o lock-on falha. São duas falhas que possivelmente poderiam limadas com mais tempo de produção, mas de qualquer forma, acredito que este sistema de combate ainda é o melhor para recriar as lutas de Dragon Ball.

A melhor parte de Dragon Ball Xenoverse 2 continua a ser a possibilidade de criarmos a nossa própria personagem. Isto já era possível no anterior, mas continua a ser bem-vindo. Depois de anos a controlarmos Son Goku e companhia, existe uma sensação de frescura em controlarmos a nossa própria personagem. O sistema de criação podia ser mais avançado e deixar-nos moldar a cara e corpo da personagem em vez de escolhermos um modelo pré-definido, mas ultimamente, a oferta de variações é razoável. Parece-me que os modelos pré-definidos são uma forma de controlar a personagem que criamos, de forma a assegurar que esta têm uma estética que faz sentido no universo de Dragon Ball. De realçar também que desta vez podemos transformar a nossa personagem. No caso de escolherem uma personagem da raça Saiyan, poderão alcançar a transformação Super Saiyan 3, por exemplo.

"A melhor parte de Dragon Ball Xenoverse 2 continua a ser a possibilidade de criarmos a nossa própria personagem"

Ver no Youtube

Depois de criarem a vossa personagem, serão encaminhados para Cotton City, que é basicamente o HUB de Xenoverse 2. Em em Cotton City que encontram todas as actividades, desde as missões da história, passando para as Parallel Quests, até aos combates online. O que é claro desde início é que existem mais actividades para evoluir a nossa personagem. Além das missões da história e das Parallel Quests (que são 100 no total), podemos treinar e aprender novos ataques com diversas heróis e vilões do universo. Também podemos juntar-nos a diferentes facções, que têm as suas próprias missões. Podem, se quiserem, ser a mão direita do Frieza, derrotando todos os seus capangas como Dodoria, Zarbon e os membros da Ginyu Force. Podem ainda treinar com Vegeta, e se forem Saiyans, é através dele que podem aprender a transformar-se em Super Saiyan. Mais adiante, vão desbloquear missões para seis jogadores (podem jogar online ou offline como nas Parallel Quests) em que têm de enfrentar adversários gigantes. Estes confrontos têm mecânicas únicas que não existem noutras actividades.

A maior variedade de actividades, que oferecem mais oportunidades para subir de nível e evoluir a nossa personagem, mas eventualmente Xenoverse 2 torna-se repetitivo. Isto acontece pois apesar da variedade, algumas missões são muito parecidas com outras. Por exemplo, são diversas as missões em que temos de derrotar todos os inimigos e depois recolher as Dragon Balls para concluir a missão. As Parallel Quests cometem esta falha. Embora existam 100 e algumas seja verdadeiramente únicas (é através das Parallel Quests que vão desbloquear Gogeta e Vegito), outras parecem ser clones com ligeiras variações. As Parallel Quests são das poucas actividades que podem ser concluídas em modo cooperativo, mas infelizmente, só o Host é que fica com a missão concluída (embora os restantes jogadores recebam experiência para subir de nível). Isto não faz muito sentido e só encoraja a que as Parallel Quests sejam concluídas em modo offline.

Dragon Ball Xenoverse 2 também permite que participem em combates competitivos online. Podem participar em combates amigáveis ou no modo Ranked, que no final de cada semana faz reset. Também existe o modo Endless que permite combater infinitamente contra adversários. Não existe loot para ganhar nos combates online, portanto, o único gozo aqui é mesmo a competitividade. A experiência nos combates online dependerá sempre da qualidade da vossa ligação e do adversário. Com boas ligações, não reparámos em qualquer latência, no entanto, quando encontramos oponentes com ligações a amarelo ou a vermelho (existe uma barra que vos informa da qualidade de ligação), a latência é notável. Mas no geral, encontramos mais oponentes com ligações boas do que más. O modo competitivo online acaba por ser uma boa distracção do resto do jogo, mas o miolo de Xenoverse 2 está mesmo nos outros conteúdos.

"Eventualmente Xenoverse 2 torna-se repetitivo"

Posto isto, e voltando à pergunta inicial, a resposta é afirmativa, Dragon Ball Xenoverse 2 está melhor do que o primeiro. Mas por outro lado, ainda não conseguiu maximizar o potencial do conceito. O jogo aproveita vários elementos dos RPGs e MMOs, mas ainda são poucas as actividades que permitem a participação de vários jogadores. De tal forma, não conseguimos perceber por qual motivo não podemos jogar as missões da história com outras pessoas. Também gostávamos de ver actividades mais difíceis para o end-game e que requeressem uma maior cooperação entre os jogadores (aquelas missões para seis jogadores acabam por ser demasiado simplistas). Mas acima de tudo, Dragon Ball Xenoverse 2 é um jogo que precisa de ser limado. Pessoalmente, a sequela agarrou-me muito mais do que o primeiro, mas não consigo deixar de sentir um pouco desilusão porque sei que é possível ir mais longe. No entanto, Dragon Ball Xenoverse 2 tem a capacidade de agradar aos fãs da série, principalmente agora que o bichinho do Dragon Ball voltou com a nova série animada. Além disso, tem uma grande longevidade, visto que existem sempre actividades para fazer até quase nível máximo.

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Dragon Ball Xenoverse 2

PS4, Xbox One, PC, Nintendo Switch

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Sobre o Autor
Jorge Loureiro avatar

Jorge Loureiro

Editor

É o editor do Eurogamer Portugal e supervisiona todos os conteúdos publicados diariamente, mas faz um pouco de tudo, desde notícias, análises a vídeos para o nosso canal do Youtube. Gosta de experimentar todo o tipo de jogos, mas prefere acção, mundos abertos e jogos online com longa longevidade.
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