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Chase: Cold Case Investigations - Análise

Trabalho de detectives.

Como um romance policial é mais leve e curto que os policiais de Kyle Hyde da DS. Os 6 euros podem ajudar a experimentar.

Inspirado nos romances policiais interactivos produzidos pela extinta Cing para a Nintendo DS como Hotel Dusk Room 215 e Last Window: the Secret of Cape West, Chase: Cold Case Investigantions apresenta-se como uma espécie de "sequela espiritual", uma produção a cargo da Arc System Works, muito activa em jogos para a portátil 3DS da Nintendo. Num segmento em que a aproximação a séries de aventuras mais batidas e populares como Phoenix Wright e Professor Layton é mais evidente, o jogo em análise, mais do que constituir uma alternativa, configura-se quase como uma obra de autor, o que lhe dá alguma vantagem pela originalidade, mas também o seu maior entrave: os reduzidos valores de produção.

Na verdade, não é um jogo muito grande nem mecanicamente avançado. Aproxima-se mais de um livro interactivo, mais linear, directo e não muito longo. Basta uma noite mais chuvosa em que não vos apetece sair para resolverem o caso, cuja complexidade nem sequer é elevada. No entanto, é interessante a sua estética noir, com imensos clichés típicos das aventuras de detectives, com aquele grão de sal nipónico que só uma produtora japonesa é capaz de dar. Na comparação com Hotel Dusk e Last Window, Cold Case não é tão fulgurante.

Num dos interrogatórios.

Apresenta-se no entanto como uma aventura típica na qual investigamos e resolvemos uma série de casos, levando a cabo minuciosas inspecções ao local e conduzindo interrogatórios na tentativa de apurar a verdade, como se fossem um agente. A Cold Case é uma unidade do 3º departamento da polícia metropolitana de Tóquio. É constituída por dois detectives: o garboso e excêntrico Shounosuke Nanase (42) cujo hobbie de eleição passa pela contagem de cartas e uma detective de elite chamada Koto Amekura (32) fã de mascotes. Uma dupla de idiossincrasias dicotómicas, o que contribui para uma espécie de tensão e alguns imprevistos na forma como ambos lidam com os casos.

Um belo dia (como tantos outros) o telefone toca. Uma voz e a revelação de que a explosão que ocorreu no hospital há 5 anos e que culminou na morte de um homem de 45 anos, não foi acidental mas um crime perpetrado por um suspeito bem mais novo. Reabrindo o incidente, a dupla tem pela frente um caso para investigar, desenvolvendo inquéritos e outras diligências que se afiguram como necessárias. Imediatamente um suspeito é interrogado e a ida ao local parece confirmar o acto criminoso após a inspecção e exame de imagens e documentação ligada à explosão.

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Na verdade, o exame às provas é bem mais simples e das conclusões retiradas passamos à fase seguinte, numa direcção de investigação mais linear e directa. Interessante a opção tomada pelos produtores em encher de vitalidade a condução de investigação, através de uma barra que vai perdendo pontos à medida que erramos na ponderação efectuada nas inquirições. É um sistema com alguma afinidade aos julgamentos de Phoenix Wright, mas bem mais simples. À medida que avançamos encontrar a resposta certa tende a ser mais difícil, mas nunca atinge um pico de dificuldade exagerado.

A interacção entre os detectives e os suspeitos é favorecida por diálogos aprazíveis, assim como a narrativa, que nos deixa pendurados, com interesse em prosseguir até resolver o dilema e descobrir quem efectivamente está por detrás do crime. Haverá quem aprecie e linearidade e a pouca duração da obra. O jogo não ganha tempo de forma matreira, ao projectar puzzles cuja duração mais difícil incrementa o tempo de jogo, mas sem que tenhamos uma progressão visível. Por outro lado, percorremos este jogo como se de um filme se tratasse. Escapa-lhe a longevidade, a subtileza e a profundidade inscritas nas aventuras policiais de Kyle Hide, ainda que o tom "noir" seja de facto uma virtude, assim como o guião, apesar de curto. Por seis euros é difícil pedir mais.

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