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Rhythm Paradise Megamix - Análise

A força do ritmo.

Uma grande compilação de temas que peca pela ausência de novidades e por apresentar menos temas originais. Quase uma colectânea de sucessos.

A produção dos jogos de ritmo e experiências musicais tem vindo a esmorecer. Não obstante o recente revivalismo pautado por uma das mais importantes franquias nas consolas de sempre (Guitar Hero), a perda de influência das arcades neste tipo de produções conduziu ao mesmo desfecho na cena doméstica. Felizmente, não é o caso de Rhythm Paradise, uma série propriedade da Nintendo cuja popularidade é grande no Japão e mesmo no ocidente.

Depois de uma produção consistente para a Nintendo Wii, já no final do seu ciclo de vida, chegou a vez da 3DS receber um novo capítulo, também na sua recta final, agora que se perspectiva a entrada da Nintendo NX, enquanto consola híbrida, capaz por isso de proporcionar uma experiência portátil e doméstica. Mas enquanto aguardamos ansiosamente pelo anuncio que (tarda) finalmente revele a consola para Março do ano que vem, nada como atentar nas notas e ritmos musicais deste Paradise Megamix.

Tal como o nome sugere, não estamos perante um jogo 100% original. Parece ser mais uma colectânea dos "grandes hits" das anteriores versões. Desde versões para a GBA (exclusiva do Japão), à Nintendo DS, passando pela Wii, aproximadamente ¼ dos conteúdos são novos, pelo que isso pode constituir uma desilusão por quem tenha jogado os títulos anteriores. Se não foi esse o caso, podem tirar proveito de todas as músicas concebidas para esta edição bem como conhecer temas mais antigos. De qualquer modo teria sido preferível encontrar um jogo 100% original e diferente dos anteriores. Não é o caso, até porque a mecânica de jogo é muito similar e em nada difere do que jogámos anteriormente, o que potencia um espécie de reencontro.

Uma partida de badmiton em pleno voo de recreio.

Não há nada de particularmente complexo quando pensamos na jogabilidade de um Rhythm Paradise. Trata-se de um jogo que depende da nossa capacidade para entrar no ritmo musical e nas batidas, exercendo uma pressão nos botões no momento certo. Todas as músicas ou temas são precedidas de um pequeno segmento de introdução, no qual conhecemos as bases, o ritmo e os botões que teremos de pressionar. A introdução é suficientemente elástica ao ponto de nos facilitar a vida por completo mesmo quando não percebemos o momento exacto para pressionar o botão. Se falharmos constantemente ser-nos-á mostrada uma referência em forma de pauta sobre o "timming" correcto.

Mas o processo tende a ser muito intuitivo e prático. Nalguns temas falhamos mais vezes e sentimos que estamos fora do ritmo, até percebermos que afinal é uma questão de prática e tempo. A dependência dos reflexos é grande sobretudo quando ocorrem variações e mudanças de ritmo. No mais básico é um jogo fácil e de satisfação imediata. Contudo, a dificuldade sobe ao fim de duas ou três sequências de quatro temas consecutivos.

"O resultado é como uma paródia "à lá Simpsons", séries de situações insólitas e invulgares, às quais acrescem ritmos e músicas quase 8 bit "chiptune", que vão do futurista ao "trance" e hipnótico"

Já vos disse na antevisão que o nosso dever neste jogo passa por devolver ao seu planeta (Heaven World) um alienígena chamado Tibby que caiu na terra? Teremos que o levar ao longo múltiplas secções até à sequência derradeira de temas. No final de cada uma sujeitámo-nos a uma espécie de "boss fight", cuja dificuldade é variável e que nos cobra um certo número de moedas. Se optarmos pelo desafio mais elevado pagamos menos, enquanto que o desafio mais acessível é o mais caro, mas também nos priva de maiores riscos, sendo uma boa opção para passar à primeira. No entanto, uma ocasião dei por mim a facilitar e acabei por ter de repetir não só a secção mas os anteriores temas a fim de recolher as moedas que perdi. É quase como estar a jogar ao monopólio e ir parar à prisão.

Atenção ao gato.

Ao completarem um nível é-vos atribuída uma pontuação, sempre com um mínimo que garante a passagem para a música seguinte. Se forem perfeitos na construção do ritmo ganham o maior número de moedas atribuível e adquirem uma estrela pela perfeição. As moedas também são úteis para desbloquear não só mais níveis assim como outras secções que podem visitar enquanto descontraem para o tema seguinte. Neste caso os desafios adquirem uma composição diferente e integram-se no âmbito de trabalhos no campo, como o cultivo de vegetais, embora apresentem uma mecânica algo similar aos temas originais.

Cada música é acompanhada por um tema, um especial segmento no qual temos um objectivo a cumprir. Num somos um "wrestler" que responde à repórter através de posturas corporais, mostrando os bíceps e peitorais. O resultado é como uma paródia "à lá Simpsons", séries de situações insólitas e invulgares, às quais acrescem ritmos e músicas quase 8 bit "chiptune", que vão do futurista ao "trance" e hipnótico. É nesta conjugação entre jogabilidade, música e arte que o jogo mais brilha e se diferencia de outras propostas existentes no mercado. Torna-se por isso numa constante surpresa se não jogaram nenhum dos anteriores. Queremos sempre passar para o nível seguinte e descobrir a próxima peripécia. Muitos segmentos são tão loucos e insanos que mesmo logrando uma boa pontuação voltamos a repetir só pelo prazer.

Ver no Youtube

Porém, nem sempre é assim. A dificuldade rítmica nalguns casos pode ser galopante. Noutra música temos que acertar na bola de basebol com o taco no momento certo. Enquanto a música decorre o desafio não é complicado, mas depressa temos cortes no som e ficamos entregues à representação musical desencadeada pelo nosso cérebro. Depois ocorrem as mudanças de ritmo e tudo fica mais complicado. E muitas vezes acontece que falhando uma nota quebra-se por completo o "timming" abrindo uma série de erros consecutivos que frustram qualquer hipótese de sucesso.

Contando com os desafios do género "boss fights", mais difíceis e sobretudo o bloqueio maior à progressão, Megamix tem a vantagem de oferecer um grande número de temas. Mas lá está, os níveis originais não são muitos e os picos de dificuldade são por vezes penosos e cruéis, desafios dos quais nos queremos livrar o mais depressa possível, por contraponto a outros que até não nos importamos de repetir. Não obstante a originalidade do conceito, Rhythm Paradise Megamix pouco oferece de novo a não ser os novos temas, sendo que a esmagadora maioria dos conteúdos é uma reprodução de temas já editados. Ganha no seu sentido de humor desmesurado e na série de situações insólitas em catadupa que gera, mas isso pode não ser suficiente para elevar o jogo a um estatuto especial, se tiveram a oportunidade de jogar algum dos anteriores títulos.

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Sobre o Autor
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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.
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