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Overwatch - Análise

O novo rei dos jogos competitivos?

Eurogamer.pt - Recomendado crachá
Um excelente jogo competitivo cheio de diversão e com uma grande variedade de heróis. É simples, mas ao mesmo tempo profundo.

Num género tão saturado como os jogos de tiros, em que um trailer cheio de explosões já não cria qualquer entusiasmo, é impressionante que a Blizzard tenha retirado da cartola algo tão divertido e refrescante como Overwatch. Sim, existem semelhanças com Team Fortress da Valve e o próprio director Overwatch, Jeff Kaplan, admitiu que é um fã, mas um olhar mais próximo revela que são jogos diferentes. Frente a Team Fortress, o novo jogo da Blizzard coloca muita mais importância nos diferentes heróis - que são 21 no total - e nas suas habilidades. Uma equipa equilibrada e jogadores que conheçam bem as capacidades de cada herói são elementos essenciais para alcançar a vitória, mas acima de tudo, é preciso cooperação.

Como um verdadeiro jogo de equipa, o objectivo não é matar mais, mas sim assegurar o objectivo. Neste momento apenas existem dois modos distintos: Domination, que envolve defender / atacar zonas do mapa, e Escort, onde terão que transportar / impedir o transporte da Payload para o outro lado do mapa. Claro que matar adversários ajuda a cumprir o objectivo, até porque não é possível correr em Overwatch (com a excepção dos heróis que possuem essa habilidade) e demora tempo a caminhar do ponto de

  • respawn
  • para o objectivo (a não ser que tenham uma Symmetra na equipa, que consegue abrir portais), mas não é o único factor para alcançar a vitória.

    A falta de mais conteúdos, como mais modos de jogo, é neste momento uma das poucas falhas em Overwatch, porque no resto o jogo da Blizzard é simplesmente fenomenal. Apesar disto, a Blizzard promete que todos os conteúdos planeados para o futuro serão gratuitos, e conhecendo o historial da Blizzard no que toca a apoiar os seus jogos, só temos motivos para sorrir. Para os menos informados, fica o aviso de que não existe uma campanha, e provavelmente nunca existirá já que Overwatch está completamente virado para o multijogador. Não há nada de errado nisto. Nem todos os jogos precisam de uma campanha, e em Overwatch nem sentimos falta dela.

    Cover image for YouTube videoOverwatch #1 - Matança com o Roadhog - Gameplay 1080p / 60 fps

    Um dos pontos fortes de Overwatch é a sua acessibilidade. Apesar do grande número de heróis, não é difícil aprender a jogar com todos. Existem uns mais fáceis e outros um pouco mais complexos, mas no geral, mas não existe uma barreira de dificuldade. Aliás, jogar com todas as personagens é essencial para dominar o jogo, deste modo, terão conhecimento das habilidades e limitações de um herói da próxima vez que o enfrentarem. Jogar com cada herói é uma experiência completamente diferente, e apesar da acessibilidade, quando mais jogarem com um determinado herói, mais conscientes ficarão da profundidade que existe. Por exemplo, Torbjörn é um herói acessível, mas só depois de jogarem algumas vezes com ele é que saberão os melhores sítios do mapa para colocar as suas torres de tiro.

    Como Torbjörn existem outros heróis. Das primeiras vezes que jogarem, se por acaso enfrentarem um Bastion, provavelmente pensarão que é demasiado forte, mas frente a uma boa equipa, não tem grandes chances. A Tracer pode parecer fraca, mas assim que aprenderem a usar a usa habilidade de se deslocar para trás no tempo, torna-se numa das heroínas mais irritantes de enfrentar. Ou seja, apesar de Overwatch contar apenas com dois modos, o grande número de heróis torna cada partida completamente diferente da outra. Aprender a jogar com cada herói é muito divertido e o melhor é quando recebemos destaque no final da partida, através de um vídeo que realça a melhor jogada.

    A direcção artística é fenomenal

    "No meio de tantos heróis, Overwatch é surpreendentemente um jogo muito equilibrado"

    No meio de tantos heróis, Overwatch é surpreendentemente um jogo muito equilibrado. Existem sempre formas de explorar as fraquezas de todos os heróis, mas para isso precisam obviamente de ter experiência e de conhecer os "cantos" do jogo. Por isso é que inicialmente algumas personagens podem parecer muito fortes. Atacar nem sempre é a melhor estratégia, e convém conhecer bem os mapas. A Widowmaker é uma das heroínas mais matreiras, pois com o seu gancho consegue colocar-se em sítios elevados aos quais a maioria dos heróis não consegue alcançar. Sendo a sua arma uma sniper, consegue distanciar-se da acção e disparar contra os adversários em segurança.

    Cada um dos 21 heróis encaixa numa de quatro categorias: ofensivo, defesa, suporte e tanque. Cada equipa deverá ter pelo menos um herói de cada categoria, e o próprio jogo vos avisa da importância disto no ecrã de selecção de heróis, indicando quais as categorias de heróis que estão em falta. Claro que, jogando com pessoas escolhidas pelo sistema de matchmaking, existem alguns que ignoram o equilíbrio que deveria existir entre as quatro categorias. Por isso é que o jogo ganha outra dimensão quando jogado com pessoas conhecidas. Ainda assim, mesmo jogando com estranhos, é divertido, se bem que quando encontrarem uma equipa organizada, provavelmente vão levar uma coça.

    Por norma, cada herói tem quatro habilidades ao seu dispor. A arma conta como uma das habilidades. Depois existem mais duas habilidades, com um tempo de carregamento rápido, e mais uma habilidade poderosa, que demora mais tempo a recarregar, dependendo da quantidade de adversários que eliminarem. São estas habilidades que tornam cada herói único. A descrição destas habilidades, à qual podem aceder a qualquer momento, torna fácil de compreender a sua utilidade. Estas habilidades também tornam Overwatch em algo mais do que um jogo de tiros. Apontar e disparar não é suficiente em Overwatch, já que o uso das habilidades ditará na maioria das vezes a diferença entre a vida e a morte.

    Cover image for YouTube videoOverwatch #2 - Torbjörn, o forjador de torres - 1080p / 60 fps

    Logo a partir do primeiro momento que Overwatch transmite uma sensação de confiança. O jogo está extremamente sólido e polido, bem ao que a Blizzard nos habituou, especialmente na versão PC. Mesmo na derrota, a diversão nunca acaba e dificilmente será um jogo que acabará arrumado na prateleira, pois todos os dias temos vontade de voltar a jogar. De realçar ainda a fantástica direcção artística. Embora seja diferente do que a Blizzard nos habituou, adorámos o estilo cartonesco, as cores vibrantes e quão carismáticas são todas as personagens. A nível de desempenho, não há nada a não ser elogios. O jogo está bloqueado nos 60 fotogramas por segundo em todas as plataformas e não registamos nenhuma quebra. O matchmaking das partidas também funciona com rapidez e, melhor ainda, ainda não encontramos ninguém com latência perceptível.

    "Não há como negar que Overwatch se tornou instantaneamente como um dos melhores jogos do seu género"

    Talvez o maior problema de Overwatch não seja os seus poucos modos, mas antes o preço praticado nas consolas. A versão PC pode ser adquirida por 40 euros no Battle.net, contudo, nas consolas os fãs são obrigados a comprar a Origins Edition, que traz alguns extras mas custa 69.99 euros. No PC o jogo é um excelente negócio e traz muita diversão. Nas consolas Overwatch mantém as suas qualidades, mas é difícil engolir a diferença de 30 euros no preço. Claro que todos os jogos são quase sempre mais caros nas consolas, mas o caso de Overwatch é colocado em destaque porque tem apenas modos multijogador. A maioria dos jogadores compram Call of Duty apenas para jogar o multijogador, mas a campanha ajuda a justificar os 69.99 euros nas consolas. Como Overwatch não tem campanha, há quem defenda que o preço deveria ser menor.

    Independentemente da diferença no preço das versões para diferentes plataformas, não há como negar que Overwatch se tornou instantaneamente como um dos melhores jogos do seu género. É acessível, divertido, competitivo, equilibrado e polido até à perfeição, mas poderiam haver mais modos de jogo. Além disso, o sistema de progressão é básico, desbloqueando imagens de perfil, emotes, fatos alternativos e mais falas para os heróis de cada vez que sobem de nível. Mas no que é mais importante, Overwatch faz tudo bem. Se estão à procura de um jogo competitivo com uma jogabilidade divinal, aqui está um forte candidato.

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    Overwatch

    PS4, Xbox One, PC, Nintendo Switch

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    Sobre o Autor
    Jorge Loureiro avatar

    Jorge Loureiro

    Editor

    É o editor do Eurogamer Portugal e supervisiona todos os conteúdos publicados diariamente, mas faz um pouco de tudo, desde notícias, análises a vídeos para o nosso canal do Youtube. Gosta de experimentar todo o tipo de jogos, mas prefere acção, mundos abertos e jogos online com longa longevidade.

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