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Not A Hero - Análise

Ajudem um coelho a tornar-se presidente e a salvar o mundo.

Not A Hero é uma mistura de estupidez, humor e diversão. A parte da estupidez começa logo pela sua premissa, temos que limpar a cidade dos criminosos para que Bunnylord, um antropomorfo que viajou do futuro para a época atual, possa ganhar as eleições e impedir que o mundo seja destruído por uma invasão de extra-terrestres. Portanto, não é um jogo sério nem tentará conquistar-vos com a sua incrível profundidade emocional até porque existe não existe aqui. Not A hero é, como nos é dito a determinado momento, um jogo sobre dar tiros na cara dos criminosos.

Espera, um antropomorfo parecido com um coelho que viajou do futuro e quer ser presidente? Sim, isso existe em Not A Hero, mas não sabemos como nem os porquês, o jogo não perde a explicar. Mas também pouco interessa, a história não tem grande importância, a parte divertida está mesmo no acto de jogar. De certa forma, a Roll7, o estúdio independente que antes nos deu OlliOlli, combinou a ação ofegante de Hotline Miami com um shooter bidimensional. Na mixórdia ainda encontramos de surpresa mecânicas de cobertura, algo que tipicamente só vemos em jogos a três dimensões.

O charme de Not A Hero está na sua jogabilidade simplificada mas altamente gratificante. Excluindo os botões direcionais para movimentar a personagem para esquerda e direita, precisam apenas de três botões para jogar. Um para deslizar, outro para disparar e mais um para lançar granadas. Não podem saltar, mas os níveis estão construídos de forma a que não exista necessidade para isso, e depois de nos habituarmos ao esquema, não pensamos mais nisso.

Cover image for YouTube videoNot A Hero - Launch Trailer

Não existe um botão dedicado para a cobertura, isto porque a mecânica é semi-automática. A busca de proteção está depende do botão de deslizar, quando a animação acaba a personagem automaticamente coloca-se em abrigo. Os sítios de proteção são vastos nos cenários, e embora a forma como a mecânica funciona possa parecer estranha, rapidamente se torna intuitiva. Enquanto estão protegidos podem disparar, mas facilmente um inimigo pode chegar à vossa beira e dar-vos um encontrão, pelo que convém não ficar no mesmo sítio durante muito tempo.

O jogo rapidamente se tornaria aborrecido, não fossem as várias personagens que podemos desbloquear. As personagens partilham as mesmas mecânicas, mas cada uma tem as suas forças e habilidades próprias. Umas andam mais rápido, outra têm armas com mais balas, há quem consiga deslocar-se sorrateiramente e por aí em diante. Não é suposto jogarem sempre com a mesma, a variedade de objetivos quase que força que aproveitem as diferentes forças das personagens.

O gore de Hot A Hero é disfarçado pelo seus gráficos retro.

Mas desbloquear novas personagens não é fácil. As personagens mais avançadas implicam que completem vários objetivos opcionais (existem sempre três em cada nível) e na maioria das vezes são difíceis. Pelo menos, não têm que completar todos os objetivos de um nível de uma vez só, podem completar um de cada vez. Se for muito difícil, podem sempre voltar mais tarde com outra personagem mais apropriada que entretanto desbloquearam.

"Não devem demorar mais do que 5 horas para chegar ao fim."

Os níveis curtos e a forma como está construído tornam Not A Hero ideal para sessões curtas, o problema é que acaba rápido. Perto do meio a curva de dificuldade começa a ficar íngreme, mas mesmo assim, mas não devem demorar mais do que 5 horas para chegar ao fim, talvez um pouco mais se quiserem chegar aos 100 porcento. P valor que vão extrair destas horas depende também se apreciam o tipo de humor recorrente, um tanto estúpido e com piadas secas mas que ainda pode ser agradável dependendo da vossa personalidade.

Uma comparação com o primeiro OlliOlli não é de todo descabida, não em termos de género, mas na forma como o jogo nos chega às mãos. Not A Hero prova o potencial do conceito e oferece uma jogabilidade que rapidamente se entranha, mas ainda as arestas precisam de ser limadas. Os níveis são todos parecidos, há pouca variedade de inimigos, e apesar da jogabilidade ser divertida, há margens para melhorar. Não são falhas fatais, aliás, tendo em conta a ultra-simplicidade do jogo, é surpreendente que consiga divertir tanto.

Feito o balanço, Not A Hero faz mais coisas bem do que mal. É desafiante, divertido, intuitivo e tem um humor peculiar. Se estão à procura de algo simples e que não requere grandes compromissos, pode agradar-vos, mas não fiquem surpreendidos se chegarem ao fim rapidamente ou se ficarem aborrecidos devido à repetitividade a meio do caminho. O conceito tem potencial para mais. Se seguir as pegadas de OlliOlli, a sequela deverá ser bem melhor.

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Not A Hero

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Sobre o Autor
Jorge Loureiro avatar

Jorge Loureiro

Editor

É o editor do Eurogamer Portugal e supervisiona todos os conteúdos publicados diariamente, mas faz um pouco de tudo, desde notícias, análises a vídeos para o nosso canal do Youtube. Gosta de experimentar todo o tipo de jogos, mas prefere acção, mundos abertos e jogos online com longa longevidade.

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