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The Witcher 3: Wild Hunt - Análise

Preparem os sentidos.

Eurogamer.pt - Recomendado crachá
Uma mistura de sabores com influências óbvias de outras obras. Marcante e muitas vezes arrebatador. A não perder.

Finalmente chegou, The Witcher 3: Wild Hunt é um dos jogos mais cobiçados deste ano com lançamento em três plataformas, PC, PS4 e Xbox One. A CD Projekt RED foi adiando o momento de o mostrar a todos, alterando um pouco o seu espeto e corrigindo problemas o máximo que lhes foi possível. É sabido que neste momento não existem jogos acabados, e que todos eles estão sujeitos a contínuas atualizações após a chegada às mãos dos jogadores. Ao que parece não há volta a dar, temos que aceitar, e escolher se compramos no dia de lançamento ou semanas depois com todas as alterações que poderiam ter sido efetuadas antes da sua chegada.

A Produtora apostou forte, com marketing agressivo, divulgando todas as potencialidades e possibilidades num mundo dinâmico com alterações das condições atmosféricas e até com ciclo dia/noite. É realmente uma obra consideravelmente gigantesca, existe grande empenho em satisfazer o que os jogadores procuram num RPG de ação com aromas de aventura num mundo aberto. Esta fantasia medieval é um regalo, com possibilidades quase infinitas, onde seguimos uma linha principal mas que facilmente dos desviamos para executar tarefas secundárias que vão surgindo ao longo da aventura.

Foi dito pela CD Projekt RED que não existe a necessidade de terem experimentado os títulos anteriores, e faz sentido, já que nem todos tiveram acesso às anteriores aventuras de Geralt de Rivia. The Witcher 2 teve direito a uma versão Xbox 360, para além do PC, já a máquina da Sony não teve a mesma fortuna. Esta é realmente uma nova aventura, com ténues ligações ao passado. Geralt é atormentado com pesadelos, lembranças de outros tempos, partimos à procura de uma mulher, trivial e previsível mas sempre aceitável. O mundo em que vive está mergulhado nas trevas, somos um caçador de monstros, a esperança da humanidade contra os Wild Hunt, e seremos lembrados para sempre.

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A expetativa é alta, mas será que o início é equivalente à mesma? Podemos garantir que sim, com uma apoteótica e memorável introdução de onde se destaca a estupenda banda sonora. É difícil não nos sentirmos arrebatados pelos minutos inicias, com todos os ingredientes para uma aventura épica. Após recuperar o fôlego, somos presenteados com um ambiente calmo, de relaxamento, com tutorias de deslocação e combate, que podemos avançar se assim o desejarmos.

É importante e obrigatório fazer referência à forte ligação a outras obras, como Skyrim, passando por Dragon Age e até mesmo Red Dead Redemption, por mais estranho que possa parecer. Não conseguimos afastar a sensação de todos os sabores referidos que dá ao jogar Witcher 3, a mistura destes títulos deve ser até certo ponto propositada, com componentes mecânicas transportadas, copiadas e melhoradas. Partir de bases sólidas e ideias amadurecidas é um bom ponto de partida. Tudo misturando com conceitos próprios só poderia resultar num jogo desta extensão.

É percetível a semelhança com a jogabilidade presente em Witcher 2, mas mais simplificada e com menor grau de dificuldade em entender os seus mecanismos. É de conhecimento que no segundo capítulo esta era provida de alguns problemas de câmara e movimentação, onde os combates eram muito confusos. Existem enormes melhorias neste campo, mas continua a não existir uma boa relação entre a que pensamos e o que é conseguido executar. Os saltos são estranhos e os momentos em que temos que recorrer à transposição de plataformas chegam a ser desesperantes. Não existe um perfeito conforto na relação que temos com o sistema elaborado, e é no interior de edifícios e até em cavernas que mais notamos essas lacunas.

Num mundo com esta magnitude teríamos que ter uma solução para as longas deslocações, e foi encontrada, o cavalo. Um ponto a salientar é a inteligente utilização do galopar automático através dos trilhos sem termos que escolher a direção, é apenas um pormenor que revela a preocupação nos detalhes por parte da Produtora, colocando intuição em aspetos que contribuem para uma boa experiência de jogo. O nosso fiel companheiro está sempre disponível, basta assobiar e lá aparece como por magia para nos ajudar a percorrer longas distâncias. Mas também existe a possibilidade de fazer viagens rápidas em pontos específicos do mapa, necessitando estas de tempos de carregamento.

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"Ambição é a palavra correta para qualificar o que é desejado, e no aspeto visual a pretensão é extraordinária. É impressionante o que é alcançado, com fantásticos efeitos de luz, árvores que abanam ao sabor das rajadas de vento, ondulação na água derivada aos fortes ventos, nuvens negras no horizonte que adivinham fortes chuvadas, o referido ciclo dia/noite."

Geralt transporta consigo duas espadas, sendo essa umas das suas imagens de marca. Todo o armamento que é utilizado tem desgaste, necessita de ser reparado pois vai perdendo a sua eficácia. Também é possível criar, melhorar, e atribuir elementos extra quando estes assim o permitem. Há armaduras fenomenais a criar, segredos ocultos que requerem muitas horas em busca dos componentes necessários para a sua criação, e é aqui que vem ao nosso pensamento Skyrim e as suas armaduras sem igual.

Outra vertente importante é a das magias, não fossemos nós um bruxo. Basta pressionar um botão para colocar o jogo em câmara lenta para que se consiga escolher sem grandes problemas a magia a utilizar. É útil para uma rápida e eficaz seleção dos vários tipos de ataque conforme os inimigos em questão. A parte da alquimia é outra linha a seguir com afinco, esta permite criar poções que nos regeneram, outras que dão ataques de elementos específicos e até algumas que atribuem melhorias com limite de tempo às nossas armas e personagem. Aqui as opções são enormes, temos que vasculhar cada recanto em busca de matérias para as criar, e até podemos aprender novas com o estudo de livros e manuscritos.

Todas as nossas ações conferem a aquisição de experiência que é utilizada para a evolução das nossas capacidades. Podemos escolher várias linhas de evolução, tanto de poderes físicos das nossas armas como magias, como por exemplo a capacidade de influenciar mentalmente as atitudes dos personagens não jogáveis. Há muito por onde investir, e quantas mais missões cumprirem mais a evolução que será conseguida. Podem seguir apenas a história principal, mas as missões menos importantes recompensam e fazem sentido. Há tesouros escondidos, cavernas a explorar, locais secretos, monstros a abater, a monotonia não existe em The Witcher 3.

Há que saber e estarem preparados para diálogos constantes com os personagens que interagimos. As informações prestadas por estes são vitais, e não é aconselhável saltar rapidamente para o fim de uma conversa, pois perdemos muitos detalhes que fazem entender a história. Os diálogos são por vezes um pouco longos, mas mais naturais que os encontrados em Dragon Age ou Skyrim. É mais fluida a forma como falam e gesticulam, com a expressão corporal a condizer, mas claro, não é totalmente uma reprodução perfeita, mas notasse um salto em relação a Witcher 2.

As paisagens variam de região para região, umas com mais vegetação e outras mas áridas, estéreis. O mundo é envolvente com eventos espalhados por todo o mapa, que poderemos aceder para ganhar preciosa experiência. Não é raro observarmos matilhas de cães selvagens a vaguear pelas planícies, zonas protegidas por monstros que habitam zonas outrora habitadas por humanos. São estas e outras mais evidências que dão muita da variedade a Witcher 3, com dezenas de horas de jogo que nos satisfazem a cada obstáculo ultrapassado.

Ambição é a palavra correta para qualificar o que é pretendido, e no aspeto visual a pretensão é extraordinária. É impressionante o que é alcançado, com fantásticos efeitos de luz, árvores que abanam ao sabor das rajadas de vento, ondulação na água derivada aos fortes ventos, nuvens negras no horizonte que adivinham fortes chuvadas, o referido ciclo dia/noite. Tudo em combinação com ricas texturas, detalhes impressionantes nos personagens, como cicatrizes, nada é esquecido. A versão aqui testada é a do PC, e podem ter a certeza que necessitam de uma boa máquina para tirar o máximo partido de todo o potencial gráfico.

Já referido, houve alterações ao longo do processo de desenvolvimento do jogo, que denotam alguns retrocessos e desejos não concretizados. Apresentado com um aspeto mais negro, com cores mais escuras, pouco coloridas, passou a certo ponto a ir em direcção ao título anterior, que era demasiado colorido, com cores berrantes. Witcher 3 é fiel a si próprio, abandonaram o lado mais real e mais desprovido de cor. Pessoalmente preferia o que se viu inicialmente, mas são gostos, e isso não se discute.

É realmente extraordinário o mundo criado pela CD Projekt RED, temos tanta coisa para fazer que nos perdemos no meio de tantas linhas para prosseguir. Seja pela diversão ou apenas para elevar do poder de Geralt. Existem zonas que só poderemos explorar com eficácia quando estivermos a um nível bem elevado, apenas lá poderemos voltar nessa altura, ou corremos o risco de mortes sistemáticas. Este está também em contínua transformação, onde as nossas ações influenciam diretamente o comportamento dos que povoam a região.

The Witcher 3: Wild Hunt irá deixar a sua marca e eleva a fasquia no que toca ao género, seja pela forma sólida como é contada a história ou pela liberdade que é dada ao jogador. Temos uma penetrante e sedutora abordagem, com intrigas e traições, e muita sensualidade. Não está isento de falhas, mas será um crime não jogarem um dos melhores jogos deste ano.

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In this article

The Witcher 3: Wild Hunt

PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X/S, PC

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Adolfo Soares avatar

Adolfo Soares

Director

É o nosso homem do PC, por isso qualquer coisa é com ele. É também responsável pelo Eurogamer, bem como dá uma perna nas notícias.
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