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Chariot - Análise

A última viagem.

Não reinventa os jogos de plataformas a 2D mas impõe uma mecânica bem sucedida e engenhosos puzzles.

Chariot é um jogo de plataformas com um pequeno grande "twist" na sua jogabilidade. O que poderia ser um título tão igual a outras produções 2D de uma era distante, difere da esmagadora maioria à custa da inclusão da carroça, a qual transporta um caixão onde repousa um velho rei, já falecido, e que é transportado pela sua filha e noivo para um local perfeito onde irá repousar para sempre. Qual esse local? Só o rei poderá dizer, que mesmo em espírito guia os dois jovens entre labirintos, grutas e espaços pouco convidativos ao repouso final A história tem este ponto de partida pouco convencional e algo delicado, mas com o design eleito pela Frima Games, típico de uma animação, sentimo-nos mais compelidos em descobrir afinal qual o último ponto, como se de uma aventura final e seguinte à vida se tratasse. Esta aventura, corresponde também à última ligação entre a filha e o seu pai, antes da separação definitiva.

Separados é o termo que mais sentido faz para se perceber o conceito do jogo depois de concluído. Ao invés das mecânicas tradicionais dos jogos de plataformas, através dos quais um ou mais protagonistas saltam, vencem espaços e derrotam inimigos, circulam sem qualquer restrição ou peso, em Chariot uma personagem tem sempre que transportar o caixão até ao fim do nível, pois de outro modo e deixando-o para trás, não pode prosseguir. É esta espécie de âncora ou grilheta que constitui o maior desafio e torna o jogo diferente, sobretudo a forma como percepcionamos as plataformas, que nos leva a pensar em superfícies sobre as quais o caixão atado a quatro rodas poderá deslizar.

Acrobatas.

Não obstante a sua forma espiritual, o rei comenta o progresso, como o seu receio por locais sombrios, algo que o mesmo rejeita efusivamente, pelo que se estabelece, constantemente, uma dialéctica entre personagens, com um sentido mais humano aliado ao conceito mecânico. Todo o avanço num nível é um desafio. Não só nos preocupamos com a nossa personagem como temos de encontrar a melhor forma possível para chegar aquela plataforma e transportar até ali a carroça. De início temos uma ferramenta útil: uma corda. Com ela podemos puxar o veículo na nossa direcção. As rodas são facilitam a aderência a uma superfície e a sua proximidade entre eixos torna a carroça mais manobrável.

Outra acção importante é a maior ou menor folga que fazemos com a corda. Nalguns momentos é útil folgar um pouco para que possamos subir primeiro para uma plataforma e depois puxar a carroça. Outras vezes necessitamos de efectuar um pulo primeiro para o veículo e depois alcançar a plataforma. As possibilidades de interacção são significativas, tendo em conta que o veículo obedece de forma muito fiel às leis da física e gravidade. Por exemplo, para descer grandes montanhas ou túneis podemos saltar para o topo e aproveitar o lanço, usando as rampas na base para uns curtos saltos.

Em jogo cooperativo.

Os níveis são grandes, porventura demasiadamente grandes, mas há sempre tesouros e puzzles para ultrapassar. O avanço por estes territórios desconhecidos e polvilhados de inimigos não se faz sem equipamento de defesa. As duas personagens dispõem de pequenos objectos de defesa, como uma espada e uma fisga. Talvez por isso, pela dualidade de equipamentos e personagens, a melhor forma de jogar Chariot seja em modo cooperativo.

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Duas pessoas podem juntar-se e cooperar na resolução dos puzzles, enquanto procuram por diferentes pistas e prosseguem por percursos alternativos à procura de mais tesouros. O jogo pode ser completado individualmente, mas alguns puzzles foram construídos para tirar partido da experiência de forma conjunta. Alguns níveis repetem o design, apenas com algumas mudanças nos puzzles, o que faz cair um pouco do brilho do conceito. Não obstante, esta é uma experiência de plataformas que impõe mais algumas condições. Não proporciona aquela sensação de liberdade tão patente nos jogos que olhamos com mais nostalgia, como se existisse um travão, mas também é à custa da peculiar mecânica que terão mais puzzles para resolver.

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.

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