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Super Stardust Ultra - Análise

Agora com melhores gráficos!

Na sua essência é o mesmo jogo com 8 anos. O seu valor é bem conhecido mas já não tem o mesmo peso.

Foi em Junho de 2007, no lançamento da PlayStation 3, que recebemos Super Stardust HD, uma versão actualizada de um jogo original de 1994. Passados cerca de 13 anos, o estúdio Finlandês Housemarque decidiu criar uma versão melhorada do seu próprio clássico e combinou mecânicas e estilos visuais de produtos como Geometry Wars para assentar numa nova era focada na alta definição visual. Agora, passados 8 anos desde a versão HD, temos a sua chegada à PlayStation 4 numa versão chamada de Ultra que pretende condensar tudo o que foi entretanto oferecido na versão PlayStation Vita juntamente com novidades e melhor qualidade visual. Será que após tanto tempo o jogo continua a manter o seu charme? Será que estamos apenas perante mais uma atualização da Sony para a sua mais recente consola que pode facilmente passar por irrelevante apesar do carisma do material original?

Harri Tikkanen e o seu grupo já nos provou com Dead Nation: Apocalypse Edition e Resogun que sabe criar jogos originais e interessantes dentro do género dual-stick shooter mas enquanto esperamos por Alienation, será que vale a pena converter para outras plataformas os seus jogos já existentes. Afinal de contas, recentemente tivemos Dead Nation a passar da PS3 para a PS4, Resogun da PS4 para a Vita e agora Super Stardust da PS3/Vita para a PS4. No meio desta tentativa de alcançar todas as plataformas, fico a pensar se o público alvo está assim tão disperso ou se os fãs estão dispostos a dar mais dinheiro por uma versão com apenas melhorias sem grande relevo.

Seja de que forma for, Super Stardust Ultra tem aquilo que se pode chamar de gameplay intemporal, podemos passar dez anos a jogar isto e daqui a mais dez será na mesma intuitivo, desafiante e envolvente. É aquele gameplay puramente arcade que nos pede para em sintonia com a dificuldade ir aumentando a nossa habilidade e que o timing é imperador. A combinação de sensações e sentidos, trabalhando em uníssono para elevar a tabela de pontuações consegue oferecer uma enorme adrenalina e o que poderia facilmente tornar-se numa tarefa repetitiva, torna-se num incrível desafio de impulsos e leitura visual.

Assim que iniciamos o jogo, aquela voz de mulher robotizada fala pela saída de som do DualShock 4 e quase nos engana a pensar que estamos em Resogun. Ao contrário do original, que foi ganhando conteúdos ao longo dos meses, esta versão Ultra apresenta de base todos esses conteúdos extra, as novidades da versão Vita e ainda algumas suas. Ao todo temos 9 modos de jogo diferentes e apesar de todos eles serem praticamente bem conhecidos de quem jogou qualquer uma das anteriores versões, existem uma ou duas surpresas na passagem para a PlayStation 4.

Inicialmente podemos optar entre dois níveis de dificuldade diferentes, existem quatro, e assim que terminarmos num podemos passar logo para o outro. Arcada, Planeta, Interminável, Sobrevivência, Bombardeiro, Contra-Relógio, Impacto, Bloqueio e Transmissão Interativa são os modos de jogo nos quais poderemos entrar a solo, em cooperativo ou também em competitivo para até 4 jogadores em ecrã dividido. É muita dose para enfrentar e os mais fanáticos das tabelas de pontuações vão agradecer diferentes modos pois poderão concentrar os seus esforços num modo mais a seu gosto.

Logi, Horagalles, Boreas, Ploutus e Ogoun são os cinco planetas diferentes nos quais entraremos neste caótico bailado de festim visual e movimentos precisos à base de impulsos. Como disse, o gameplay é bem simples de assimilar, o que encaixa bem ao lado de controlos simples e fáceis de aprender. Assim o é aqui. Usando os dois analógicos para controlar/disparar o pequeno starfighter e dois botões para um ligeiro impulso e largar bombas, temos todos os meios para enfrentar estes mortíferos planetas. Aqui teremos que sobreviver e aumentar a nossa pontuação. Assim que é dado o sinal, o ritmo lento permite que aprenda os básicos do gameplay para depois, quando tudo acelerar, estar pronto para o exigente teste à minha habilidade.

Super Stardust Ultra é mesmo genial nesse aspecto, inicialmente tudo parecia fácil mas após alguns minutos (mesmo em Normal) nem acreditava como estava a conseguir desviar-me e a disparar ao mesmo tempo. Rever o meu próprio gameplay faz-me acreditar que tudo parecia uma coreografia e pré-programado mas não, é essa a grande mais valia deste tipo de experiências, a sua simplicidade perante uma incrível dificuldade. A pequena nave que controlamos terá que proteger o planeta no qual se encontra, não só da imensa chuva de asteróides como também de criaturas maléficas e impiedosos bosses no final, após várias rondas.

"Por tudo aquilo que o Housemarque criou em 2007 e aprimorou ao longo dos anos, Super Stardust Ultra é a versão superior de um produto que entretanto se tornou num clássico da anterior geração. "

Ao longo das 5 fases por planeta, teremos que destruir as enormes rochas que se abatem sobre o planeta para nelas encontrar Tokens que nos permitem melhorar armas, obter novas, obter bombas, obter pontos e até vidas. Como em todos os jogos do género, existe sempre algo no gameplay que os separa uns dos outros e aqui em SSU é a procura de melhorias nas rochas despedaçadas, na obrigatória troca de armas dependendo do objeto que pretendemos atacar que em sintonia com a incrível velocidade a que tudo decorre façam com que se torne numa experiência altamente intensa, abundante em momentos durante os quais até parece que nos esquecemos de respirar.

Por tudo aquilo que o Housemarque criou em 2007 e aprimorou ao longo dos anos, Super Stardust Ultra é a versão superior de um produto que entretanto se tornou num clássico da anterior geração. Agora, os indies não mais são outsiders na indústria e parece oportuno recuperar o produto para toda uma nova possível audiência. A possibilidade de transmitir o jogo em directo, jogar com amigos e enviar desafios no momento, permite que esteja adaptado a esta nova geração mas já não tem o mesmo impacto que teve há oito anos atrás.

Diria mais, perante outros produtos como Resogun do próprio estúdio, Ultra mantém a genialidade do original combinada com visuais melhorados mas tal parece ser o único verdadeiro factor de relevo. É o mesmo jogo que jogamos todos estes anos, que adorei especialmente reencontrar na Vita, sem o tipo de conteúdo e profundidade digno de uma sequela que provavelmente até merecíamos. Senti uma enorme vontade de jogar na versão portátil mas não senti o mesmo aqui. É mais uma boa possibilidade para intercalar com os AAA que temos na PS4 mas agora não mais é um produto obrigatório, é uma agradável experiência para os pouco que não a conhecem e para o raro jogador que não hesitará em jogar o que é essencialmente o mesmo jogo pela quarta vez.

É compreensível que a SCE tenha visto aqui uma boa oportunidade para conciliar o gameplay aditivo de Super Stardust com as novas funcionalidades sociais da PlayStation 4. Pelo meio introduziu melhorias visuais, novos modos de jogo e essencialmente conteúdos que pudessem justificar minimamente uma nova versão. Continua a ser o mesmo jogo mas já não é a referência que foi outrora, aliás, Resogun do mesmo estúdio consegue ser um produto mais divertido. Para quem nunca o jogou é um produto a ter em conta mas para quem já jogou qualquer uma das anteriores três versões, é um caso de decisão pessoal mas que não é de forma alguma obrigatório como foi nas plataformas anteriores.

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Bruno Galvão

Redator

O Bruno tem um gosto requintado. Para ele os videojogos são mais que um entretenimento e gosta de discutir sobre formas e arte. Para além disso consome tudo que seja Japonês, principalmente JRPG. Nós só agradecemos.

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