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O que podes fazer com mundos esféricos? - Super Mario Galaxy 2

A odisseia de Super Mario no espaço.

A Nintendo anunciou no seu último Direct a chegada de clássicos da Wii à eShop da Wii U. Não é uma novidade propriamente ressonante se tivermos em conta que outras plataformas digitais possibilitam o acesso a uma grande variedade de jogos já lançados, numa opção especialmente orientada para quem pretenda desfrutar da cópia digital prescindindo do formato físico. A vantagem é que a Nintendo está a lançar com regularidade semanal estes clássicos a partir de um preço promocional em vigor para os primeiros sete dias (cerca de dez euros), um ponto verdadeiramente atractivo e uma alternativa de peso aos preços praticados nas lojas (ainda que temporária). Quem nunca tenha jogado numa Wii alguns clássicos como Donkey Kong Country Returns, Metroid Prime Trilogy ou Super Mario Galaxy 2 tem aqui uma oportunidade perfeita para o fazer, desde que tenham uma Wii U e um bom disco externo ligado à consola.

Neste anúncio da chegada dos jogos Wii à eShop da Wii U, também surpreende a escolha dos títulos. A Nintendo podia ter começado por Super Mario Galaxy, o primeiro jogo da série Galaxy e verdadeiro impulsionador do dois. Mas ao eleger a sequela, a intenção é clara: providenciar aos fãs e amantes das aventuras 3D do mais famoso reparador de canos do planeta o jogo maior em conteúdo, pois é em Galaxy 2 que é dado um uso mais significativo ao Wii Remote mas também uma segunda personagem controlável; Yoshi, o mais queriducho dinossauro do mundo dos videojogos, assim como novos e retumbantes mundos esféricos.

Regressam as lumas.

Embora tenha jogado e terminado Super Mario Galaxy 2 algumas vezes, raramente esqueço o original Galaxy, até porque foi esse jogo que, pouco tempo após o seu lançamento, me fez comprar uma Nintendo Wii, pese embora o sucesso da consola em torno dos jogos ligados aos comandos por movimento, que curiosamente e até essa altura, pouco interesse genuíno me despertavam para lá da mera curiosidade e experimentação. Ao invés, Super Mario Galaxy era mesmo de outra galáxia. Uma produção perfeita em termos interactivos e talvez a melhor evolução desse videojogo em formato deus, chamado Super Mario 64.

De resto, eu tenho uma admiração muito particular pelos jogos originais. São as sementes, a arquitectura, o segredo para a base moldável. O jogo seguinte está sempre feito em mais de metade. E saber que Miyamoto pediu ao grande Yoshiaki Koizume o que poderia ele fazer com mundos esféricos, nos quais Super Mario pudesse movimentar-se como sempre embora sujeito aos efeitos da gravidade. Foi a faísca, a lâmpada que se acendeu na mente da nova estrela da Nintendo. Depois, sobrou para a sequela em imaginação na construção dos mundos, toda uma capacidade para injectar surpresas e mais mecânicas e sistemas, alguns com influências dos clássicos, mas com uma organização e lógica desmedidos. Vieram também os temas orquestrados e um tratamento gráfico que embora sem alta definição, em beleza pouco fica a dever às produções mais recentes para a Wii U.

Viajando por galáxias desconhecidas.

Bom, mas numa excursão dedicada a Super Mario Galaxy 2, porquê dedicar dois ou três parágrafos a Super Mario Galaxy? Afinal, ainda podia juntar mais um parágrafo, sobre a melhor introdução do original. Prefiro-a ao segmento mais interactivo de Super Mario Galaxy 2. Com muito mais arte e ternura na narração, a introdução de Super Mario Galaxy conta-nos a história das Lumas e de uma feiticeira chamada Rosalina, como uma mãe das lumas, ela que viaja através do universo a partir do seu observatório de cometas. Não é um ponto de partida para os diferentes mundos tão impactante como foi o castelo da Peach em Super Mario 64, mas é sem dúvida uma construção original, ramificada e plena em espaços, especialmente a sala onde Super Mario chega junto de Rosalina, para ouvir mais um capítulo do seu livro.

Em Super Mario Galaxy 2 essa estrutura foi trocada pelo mapa tradicional, ao bom estilo do mapa mundo de Super Mario Bros 3. A progressão através do mapa e em direcção a novos planetas obtém-se gastando as estrelas coleccionadas pela finalização de um nível. Quanto ao modelo de jogo, Super Mario Galaxy 2 é maior e melhor se considerarmos que a presença de Yoshi estabelece um novo grau de interacção e exploração dos mundos esféricos, ao mesmo tempo que condiciona e torna mais exigente o comando de Super Mario. Desde Yoshi's Island que Mario e Yoshi não funcionavam tão bem. É interessante a utilização dada ao Wii Remote, não apenas para colher as "star bits", essenciais para engordar algumas Lumas golosas, ou então usá-lo, num segundo jogador, para atingir e atordoar certos inimigos, como às cavalitas de Yoshi, podemos apontar para os inimigos e sugá-los para o interior da boca ou então puxar gavetas, numa interacção constante com outros pontos do cenário.

As misteriosas mansões boo.

O que mais impressiona na sequela, é como a Nintendo consegue dar a impressão de facilidade na construção daqueles mundos. A exploração e interactividade é "non-stop" e sempre que mudamos de nível não conseguimos afastar a sensação de uma novidade qualquer à chegada do próximo nível. O design é colossal, nem sempre linear e muitas vezes sujeito a diferentes caminhos, sempre com aqueles mundos secretos e saídas que nos escapam num primeiro olhar. A variedade de ritmos, perspectivas e dinâmicas, toca nos clássicos da série, mas há nesta sequela muita matéria prima original e sem que alguma vez a perspectiva ou a sensação de física nos deixe com a impressão de uma vida perdida por culpa alheia.

Talvez seja uma sequela clássica e expectável, mas em termos de desafio e divertimento, Super Mario Galaxy 2 é colossal. Boa parte dos power ups de sempre estão lá. Outros, novidade na série, articulam-se muito bem com a exploração operada dentro dos níveis. O Cloud Mario torna os saltos e transições entre nuvens mais delicados, enquanto que o Spin Drill abre uma nova forma de exploração dos mundos sólidos e de ataque aos inimigos. Os confrontos contra os "bosses" revelam originalidade e um empenho na articulação dos power ups com os pontos sensíveis daqueles, ainda que transformações posteriores nestas criaturas afectem o desenrolar da batalha e requeiram novas estratégias.

Boss fights sempre imprevisíveis.

Curiosamente, Super Mario Galaxy 2 constitui a primeira sequela de um jogo da série principal Super Mario para uma plataforma doméstica desde Mario 64, o que revela bem a excelente concretização do original Galaxy, e a habilidade da sua equipa de produção em elevar a fasquia nesta sequela. Um dos melhores jogos de sempre.

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Sobre o Autor
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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.
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