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Monkey Pirates - Análise

Reis dos Mares

Monkey Pirates, oriundo do pequeno estúdio francês Henchmen Studio, fez-me recordar um jogo saído há alguns anos para a PS3, o Calling all Cars, de David Jaffe, mas que em vez de levar o jogador a conduzir um automóvel da polícia capaz de capturar reclusos evadidos de um estabelecimento prisional, aponta baterias para o alto-mar, onde um macaco pirata navega ao sabor do vento à procura de tesouros (especialmente bananas), enfrentando outros piratas em acesas e disputadas batalhas. A perspectiva isométrica abrangente é um bom ponto de partida que ambos os jogos começam por oferecer, com uma boa jogabilidade a servir de garantia para um conjunto de batalhas decididas até à última bordada. Apontamentos humorísticos sobressaem numa espécie de versão multiplayer "macacos piratas das caraíbas", com um design muito próximo de uma animação norte-americana, mas sobretudo com uma jogabilidade e desafio bastante aceitáveis.

Importa no entanto lembrar que esta é uma produção exclusiva para a Wii U, e que foi produzida por apenas cinco pessoas, o que de certo modo ajuda a explicar a vocação exclusivamente "multiplayer" de Monkey Pirates e o pouco peso em termos de "single player". Isto não quer dizer que o jogo não tenha opções para jogar a solo. Vão começar por jogar meia dezena de desafios, identificados como "challenges", que possibilitam um reconhecimento rápido dos principais objectivos do jogo mal começamos a navegar, ao mesmo tempo que visam um aperfeiçoamento das nossas capacidades.

As lendas.

O objectivo primordial do jogo é afundar os navios dos inimigos dentro de um tempo limite e recolher o maior número possível de bananas. Para alcançarem a façanha, terão que disparar com sucesso a partir dos canhões instalados no vosso navio, navegando com segurança, seguindo a direcção dos ventos de modo a ganhar velocidade mas também a dar meia volta e perder velocidade quando necessário. Na verdade, há muitos perigos que importa evitar, como os embates nos ilhéus e as entradas em remoinhos. O sistema de navegação é simples, basta atentar na cor verde da bússola, que assinala a presença de ventos favoráveis, enquanto que as cores laranja e vermelho traduzem uma diminuição da intensidade dos ventos favoráveis até cessar por completo.

Este sistema não é muito complicado mas implica uma jogabilidade mais lenta e sobretudo um aumento de tensão quando os oponentes avançam na nossa direcção e ficamos imóveis por alguns segundos enquanto rodamos a embarcação até ao ponto que permite uma fuga. Os embates são inevitáveis e por vezes o caos parece dominar, uma vez que a área de jogo também não é muito grande, e estando presentes muitos jogadores, o espaço de manobra para zonas seguras é curto. Dominar os disparos laterais e frontais é essencial para afundar os adversários. Existem imensos "power ups" disponíveis, e a rapidez com que acedemos até à sua localização é vital de modo a conseguirmos uma supremacia. No entanto, estas vantagens são temporárias.

Com uma vertente estratégica muito avançada, não é menos importante a escolha do capitão do navio. Por exemplo, o barco capitaneado por Gibburt Lancaster tem como vantagem um melhor controlo, enquanto que o navio de Inigo Mandrilla é mais rápido a recarregar os canhões. Depois de terminarem os "challenges" têm acesso a uma série de dados sobre os piratas. Não é algo que afecte a experiência de jogo, mas sempre dá uma explicação sobre a origem destas personagens.

O quadrado assinala a área de jogo.

Quanto aos modos de jogo, Monkey Pirates não oferece "multiplayer" online, o que acaba por ser um significativo desapontamento, especialmente porque jogos desta natureza raramente são editados sem a opção. Privados desse modo, podem jogar em sessões multiplayer com outros jogadores, em modo local, usando apenas Wii remotes. Neste caso, os modos são os seguintes: o Stand by the Board é o mais elementar. Cada capitão comanda o seu navio e procura tirar o máximo partido dos "power ups" de modo a reduzir os adversários a chamas, antes de se afundarem. No modo Jolly Roger, o primeiro jogador a derrotar um adversário, fica impossibilitado de recolher "power ups", entrando numa missão defensiva árdua. Na Banana Race, o objectivo é recolher o maior número possível de bananas, mas se perderem uma vida, perdem todas as bananas. Existem diferentes mapas associados aos modos de jogo. São nove mapas, com as suas particularidades mas também perigos.

O modo Sea King é o que melhor explora o potencial do GamePad. Enquanto que os outros quatro jogadores competem entre si, o quinto jogador não entra directamente no combate, seguindo antes a acção através do GamePad, enquanto define ou altera os objectivos durante a partida, podendo assim ajudar ou prejudicar os outros jogadores, num papel algo similar ao desempenhado no New Super Mario Bros U.

Em termos gráficos, Monkey Pirates é um jogo que transpira cores fortes, contrastantes e uma apresentação típica de uma animação. Apesar de algum minimalismo, revela boa fluidez, mesmo quando todos os jogadores estão em batalha. Sem um verdadeiro modo individual e sem combates através da opção online, Monkey Pirates é um exclusivo algo limitado, funcionando apenas em "multiplayer local". Ultrapassados esses constrangimentos, não deixa de ser uma experiência gratificante.

6 / 10

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