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Wolfenstein: New Order - Análise

E se os Nazis tivessem ganho a guerra?

E se os Nazis tivessem ganho a guerra? A pergunta é assustadora e as consequências ainda mais assustadoras seriam se o resultado fosse esse. Será que gozaríamos de liberdade de ação, pensamento e da igualdade que temos hoje? Para muitos, a Segunda Guerra Mundial não passa de um acontecimento que aprenderam nos livros de história e que vêem nos documentários do canal História, é um assunto pouco falado e lembrado pelas gerações mais novas, mas a sua importância para o futuro da humanidade foi, e continua a ser, de um valor inigualável.

Com Wolfenstein: New Order, a MachineGames teve a coragem de imaginar como seria o futuro caso os Nazis governassem o planeta, depois de todas as nações, até mesmo os Estados Unidos, se ajoelhassem perante a máquina de guerra Nazi. É um futuro negro, onde a injustiça reina e o medo está entranhado nas pessoas. Já não basta ser destemido para lhes fazer frente, as cidades estão cheias de vigilância e à mínima transgressão os Nazi estão prontos para responder com força bruta e enviar os culpados para campos de concentração, sítios de tortura e a experiências desumanas.

Este é maior feito de Wolfenstein: New Order, apresentar a terrível realidade alternativa em que os Nazi são réis do mundo. Não é um jogo para pessoas sensíveis, durante a campanha serão expostos a cenas com violência brutal, injustiças revoltantes e conhecer personagens Nazi maquiavélicas, sem escrúpulos e piedade pelos outros. São personagens tão horríveis que apetece entrar dentro daquele mundo virtual e fazer todos os possíveis para que paguem pelas injustiças e todo o mal que fizeram.

Nada disto é real, mas sabemos que estamos perante ficção de qualidade quando não conseguimos ficar indiferentes perante o que está a acontecer no ecrã. Não é suficiente criar um vilão, é preciso fazer esforços para que o público odeie esse vilão. Wolfenstein: New Order deu esse passo essencial com os Nazi, e todas as características negativas são personificadas por Deathstead, uma personagem que regressa dos jogos anteriores, agora com a cara desfigurada e no papel de líder da divisão especial de projectos da SS.

Logo quando chegamos ao menu principal de Wolfenstein: New Order percebe-se que não está a tentar imitar os outros FPS, ficando evidente pela ausência de uma componente multijogador que todos os esforços da MachineGames foram colocados na campanha. É raro o jogo deste género que hoje chega às lojas sem multijogador. Por um lado é uma forma fácil de aumentar a longevidade, mas por outro já assistimos a casos em que não há sentido em acrescentar a vertente competitiva, parecendo estar lá apenas por obrigatoriedade ou para seguir tendências.

Fica então esclarecido que Wolfenstein: New Order não é o jogo indicado para quem espera participar no multijogador depois da campanha ou saltar a campanha e ir directamente para o multijogador. É indicado quem dá mais valor à história, às personagens e ao mundo apresentando. Nestes aspectos Wolfenstein: New Order surpreende, mas apesar de querer ser dramático e oferecer uma história adulta, ainda comete os erros comuns em jogos de acção.

"Este é maior feito de Wolfenstein: New Order, apresentar a terrível realidade alternativa em que os Nazi são réis do mundo."

Para começar, o protagonista, o capitão Blazkowicz, dá a ideia de ser uma espécie de super-homem. Digo isto porque durante a campanha vão vê-lo sobreviver e a levantar-se quase imediatamente a seguir, pronto para mais ação, após facadas no abdómen e colisões violentas. Nos jogos de guerra os protagonistas são quase sempre homens duros, mas Blazkowicz parece ser feito de aço em algumas ocasiões. No entanto, é apresentado um lado humano da personagem. Blazkowicz sonha regularmente com uma vida normal, com uma mulher, dois filhos, um cão e uma casa com um pequeno jardim, mas sabe que é impossível realizar o seu desejo, pelo menos enquanto os Nazi não forem derrotados.

Wolfenstein: New Order não é o vosso típico jogo de guerra. Tem, como seria de esperar, as sequências de ação com colossais explosões, mas a faceta mais cativante são as personagens e as suas interacções, assistir à forma como a vitória dos Nazi afectou as suas vidas e sonhos. Entre as missões para derrubar o governo Nazi e por um fim à vida de Deathstead, há espaço para um romance entre Blazkowicz e uma enfermeira que cuidou de si quando ficou ferido durante uma missão da Segunda Guerra Mundial, que o colocou de cama durante anos. Quando acordou, Blazkowicz descobre que está na década de 60 e tem que enfrentar a dura realidade de que os Nazi venceram a Guerra.

A década de 60 em Wolfenstein: New Order é diferente da década de 60 da nossa realidade. Aproveitando (leia-se roubando) a tecnologia de uma civilização séculos à frente (não perguntem como, o jogo não entra em muitos detalhes e há outras coisas que não são bem explicadas), os Nazi ganharam a guerra e têm ao dispor robôs gigantes que parecem saídos de um filme futurista. É uma sociedade com um aspecto retro-futurista, semelhante aos ambientes criados pela Irrational Games para os jogos Bioshock. É definitivamente um mundo diferente do nosso, Londres virou uma base gigante dos alemães, existe uma ponte que une o Estreito de Gibraltar ao norte de África e os edifícios de Berlim estão repletos com suásticas.

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In this article

Wolfenstein: The New Order

PS4, Xbox One, PS3, Xbox 360, PC

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Sobre o Autor
Jorge Loureiro avatar

Jorge Loureiro

Editor

É o editor do Eurogamer Portugal e supervisiona todos os conteúdos publicados diariamente, mas faz um pouco de tudo, desde notícias, análises a vídeos para o nosso canal do Youtube. Gosta de experimentar todo o tipo de jogos, mas prefere acção, mundos abertos e jogos online com longa longevidade.
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