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Bravely Default: Where the Fairy Flies - Análise

Nas asas da fantasia.

A ligação entre as personagens começa bem cedo, especialmente entre Tiz Arrior, a única pessoa que escapa com vida ao terramoto, o que constitui um ponto a ter em conta para segmentos ulteriores da campanha, e Agnès Oblige, a protectora do cristal do vento, que se faz acompanhar de uma fada chamada Airy. É a partir do primeiro encontro que se forma o primeiro momento contextual da narrativa; os cristais estão corrompidos, sendo essa a causa que explica a ocorrência de catástrofes. Por outro lado, há uma grande força que se opõe ao restauro dos cristais; os membros da Eternian Sky Nights, dispostos a impedir que os quatro heróis restaurem a ordem em Luxendarc.

O relacionamento das personagens é possível pontualmente, através da abertura de diálogos que revelam um pouco mais sobre as suas intenções. No entanto, não permite grandes inovações como vimos, por exemplo, em Fire Emblem: Awakening, ao dar a oportunidade para certas personagens casarem e terem filhos.

O mapa de Luxendarc no ecrã inferior revela os pontos para onde seguir.

No entanto, no capítulo dos combates, vamos encontrar um bom acervo de novidades, através das quais se opera uma reformulação dos combates baseados em turnos como os conhecemos em Final Fantasy, que permitem seleccionar movimentos das personagens baseados nas suas características, podendo consistir num golpe de espada, num ataque com magia, numa fuga ao combate, entre outras.

Mas enquanto que o normal é poder usar uma acção por personagem, com os comandos Brave e Default, podemos, com o primeiro, acumular numa mesma jogada até um máximo de quatro movimentos, que não têm de ser da mesma espécie. Isto permite que tenhamos uma vantagem perante adversários menores, ao ponto de poderem ser derrotados logo na primeira vaga de turnos. Porém, no caso de combates contra adversários mais poderosos, é provável que quatro golpes de ataques sucessivos não cheguem para neutralizar o adversário. Pois a partir do momento que esgotarem os ataques, o adversário terá quatro turnos de vantagem e o risco de sofrer imensos danos é enorme.

Mas há uma alternativa à acumulação de turnos Brave e que passa por uma actuação mais defensiva, recorrendo à acção Default, ou seja, naquele turno a personagem remete-se à defesa (recebendo menos danos do inimigo) e ainda acumula pontos Brave para os utilizar no turno seguinte. Nesta opção, se defenderem por quatro turnos consecutivos, poderão responder com quatro ataques seguidos. É um sistema passível de uma utilização muito diversificada, com uma vocação que empresta mais algum risco e imprevisibilidade aos combates, ao permitir mais opções mas também diferentes estratégias consoante o adversário que estejamos a confrontar.

As possibilidades de equipamento são tradicionais, mas os efeitos da sua utilização dependem da classe escolhida para a personagem.

Outro sistema inovador que introduz mais alguma diversidade ao combate é o Bravely Second. Neste sistema o jogador tem à sua disposição uma diferente categoria de pontos; os Second Points (SP). Ao gastar um destes pontos a batalha fica suspensa, permitindo que uma das nossas personagens ataque temporariamente o adversário, sem que este responda, prosseguindo a batalha nos moldes normais assim que o ataque finalizar. A diferença para o sistema anterior está na raridade destes pontos e na sua peculiar formação, pois se os gastarem ficam com saldo negativo. De modo a obterem mais pontos têm duas opções; deixar a consola em "sleep mode" depois de jogarem (podem fazê-lo durante a noite). Assim que abrirem de manhã os ecrãs terão um ponto disponível. Outra opção passa por comprar uma bebida "SP dring", a tal monetização que aqui também aparece.

Mas as novidades não se ficam por aqui. Através da opção "summon friend" é possível recorrer a uma acção deixada por um utilizador na nossa consola, com quem tenhamos trocado dados do jogo e do perfil através do "StreetPass". As vantagens deste sistema são evidentes; por um lado dar por relevantes todos os encontros através do "SteetPass" e por outro lado disponibilizar mais alternativas em termos de movimentos.

Cover image for YouTube videoBravely Default - Trailer (Nintendo 3DS)

No que respeita ao melhoramento das habilidades, magias e golpes especiais das personagens, os produtores desenvolveram o "Job system", um sistema que permite a cada personagem mudar de classe a todo o instante. As classes ou jobs, como também são conhecidos, representam uma especialidade que está sujeita a "level up", sendo que ao mudar de classe o aspecto da personagem também se altera, vestindo cada uma indumentárias bem representativas da classe. Ao todo existem 24 jobs ou classes, desde as mais tradicionais como guerreiro, feiticeiro ou ladrão, até ao pirata, ninja, vampiro, entre muitas outras que são verdadeiras novidades. Para obter uma classe, só têm que vencer poderosos adversários, nas missões principais ou secundárias, ficando na posse de itens chamados asterisks.

A subida de nível da classe da acesso a mais habilidades.

A possibilidade de realizar diferentes combinações da party através deste sistema de classes revela-se decisiva em termos de estratégia, indo ao encontro de soluções que sejam do nosso agrado e possam servir da melhor forma a equipa. Basta lembrar que a eficiência do equipamento se altera de acordo com a classe escolhida, o que significa sempre diferentes combinações, valendo por isso experimentar constantemente novas classes. Mas ainda há outra opção relevante neste domínio. Através do Abilink, uma opção disponível a partir dos contactos por via do StreetPass, algumas habilidades que o jogador ainda não tenha na sua posse porque não atingiu o nível que as faculta, podem ficar disponíveis a partir de uma personagem que tenhamos ligado à personagem facultada pelo contacto do StreetPass. Fica uma a ressalva, normalmente estes poderes não são tão fortes e eficazes.

Paralelamente às quests e sub-quests, a reconstrução de Norende, a província de onde é oriundo o jovem herói Tiz Arrior, é outra tarefa a realizar. Para aceder ao saco de ferramentas, basta tocar numa parte lateral do menu disponível no ecrã táctil. Assim que é revelado o mapa da cidade, ficam visíveis os pontos passíveis de intervenção, que tanto pode consistir na construção de um edifício ou na remoção de um obstáculo. Contudo, estes trabalhos não podem ser executados directamente para o jogador. Como num tradicional jogo de estratégia, temos que ligar os trabalhadores às tarefas. Se o trabalho for executado por um trabalhador, levará muito tempo até ter tudo concluído, mas se ligarmos a consola através da função StreetPass podemos obter um suplemento de novos trabalhadores. que executam o serviço de forma célere. No fundo é quase um jogo de gestão e estratégia, com algumas variáveis que afectam o processo de recuperação da cidade como ataques de inimigos, os nemeses, que penetram no jogo a partir da internet ou do StreetPass.

A conclusão mais clara a retirar deste Brave Default é que a Square Enix ainda sabe fazer bons jogos de role play nipónicos. O espírito Final Fantasy atravessa muitos dos elementos do jogo, mas há tantos sistemas inovadores, novas funções, sobretudo no domínio das batalhas, que logo nos levam a constatar quão diferente, original e independente é o primeiro jogo que, soubemos há dias, será uma série, pois a sequela já foi confirmada. Os fãs dos jogos de role play vão ficar deliciados.

9 / 10

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Bravely Default: Flying Fairy

Nintendo 3DS

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.

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