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Batman: Arkham Origins - Análise

Foi assim que aconteceu...

Não é uma surpresa que as capacidades do Batman podem (e devem) ser melhoradas ao longo do jogo, afinal esta já era uma das características dos antecessores. A evolução decorre em dois níveis: no combate, desbloqueando novas possibilidades de ataque e de continuar o ritmo de golpes, e nas engenhocas. Completar as missões principais não basta para maximizar os melhoramentos, no entanto, não precisam de maximizar a evolução para concluir a história. Os últimos patamares da cadeia de evolução dos dispositivos e aparelhos do Batman são necessários apenas para resolver os puzzles mais complexos elaborados por Riddler, que está sempre a tentar fazer a vida negra ao homem-morcego sem sair do seu esconderijo.

Arkham City não tem a dimensão de San Andreas, mas é grande o suficiente para a deslocação com o gancho do Batman parecer lenta. É por isso que temos ao nosso dispor o avião a jato de Batman, que podemos usar como transporte para determinados pontos da cidade (mas não controlamos o avião). No entanto, para a deslocação ser possível, temos que enfrentar os desafios de Riddler, que decidiu bloquear a transmissão pelos vários locais de Arkham impossibilitando a deslocação rápida do Batman. Por isso, antes que possam deslocar-se rapidamente, terão que libertar as torres de comunicação da posse de Riddler.

O modo detective regressa, e apesar da novidade de reconstruir a cena do crime, avançando para trás no tempo, funciona quase automaticamente. Não nos sentimos como verdadeiros detectives porque temos a papinha toda feita. As pistas são mostradas descaradamente ao jogador e tudo o que terão de fazer é carregar no X para analisar.

"Há muito para fazer em termos de objetivos secundários"

A exploração também regrediu. Continua a haver itens do Riddler espalhados pelas áreas exteriores e interiores, mas desta vez a quantidade é muito menor. Mas fora isto, há muito para descobrir depois do final. Depois de terminar a campanha em linha reta, isto é, optando apenas por abordar as missões principais e que contribuem para o desenvolvimento do enredo, fiquei a 24 porcento de completação, o sinónimo de que há muito para fazer em termos de objetivos secundários. Há claro os já conhecidos desafios de combate e stealth, um modo presente tanto em Arkham Asylum como Arkham City, e inclusive o New Game Plus e o modo de dificuldade I Am The Knight. Se concluírem tudo isto, terão gasto dezenas de horas.

Os grandes obstáculos de Batman Arkham Origins são os jogos que lhe antecedem, que colocaram a fasquia muito elevada, e também a data da sua chegada. Foi lançado cerca de dois anos após Arkham City e falha em trazer algo de novo, além de pequenos detalhes como as novas engenhocas de Batman. Também sofre por estarmos no final desta geração e já não é possível retirar muito mais das consolas atuais. Deve ser por isso que na PlayStation 3 a framerate engasgou-se em alguns momentos. Mas é um jogo tecnicamente impressionante dentro do género sandbox

Como os antecessores nos deixaram "mal habituados", é fácil ignorar as qualidades de Arkham Origins. A caracterização das personagens não tem igual e a nível de imersão, jogabilidade e apresentação, é facilmente um dos melhores jogos de super-heróis, lá está, mais uma vez só superado pelos anteriores. E para uma história de origem, consegue surpreender e não cair imediatamente no óbvio. Os encontros com vários assassinos são momentos que ficam na memória, embora no caso de Deathstroke seja pelas piores razões, devido à frustração que pode causar.

"É facilmente um dos melhores jogos de super-heróis (...)"

O modo online deixa impressões negativas e positivas. As impressões negativas advém quando jogamos na fórmula de um shooter na terceira pessoa, na qual controlamos um dos capangas do Bane ou do Joker. A personagem não responde bem, parece meia empancada, e o feedback da arma quando disparamos é simplesmente horrível. Por outro lado, o modo online torna-se mais apelativo quando podemos jogar como Batman ou Robin, ou como Bane ou Joker. O jogo escolhe à vez e de forma um pouco aleatória quem tem o privilégio de jogar no papel de super-herói ou super-vilão. Só dois jogadores por partida podem ser escolhidos, o restantes ficam restringidos a um shooter genérico e desinspirado.

Ao haver um distinção entre quem jogar como super-herói/super-vilão cria-se um desiquilíbrio. Batman, Robin, Bane e Joker não são invencíveis, mas são muito mais poderosos que as personagens comuns. Não creio que Batman Arkham Origins precisasse desesperadamente de um modo multijogador online, mas tenho que admitir que existe aqui algum potencial, mas a execução terá que ser melhor da próxima vez.

A campanha é o coração de Batman Arkham Origins e será neste parte que verão o vosso dinheiro recompensado. A nova história, que vem explicar a origem de Arkham Asylum, é a principal novidade. Como estamos perante uma prequela, já sabem o que acontece no fim, não esperem um final bombástico como o de Arkham City. Excluindo as poucas novidades para quem acompanha a série desde o início, não há grandes falhas a apontar a Batman Arkham Origins, o que é explicável por seguir à risca a fórmula criada pelo Rocksteady. Se gostaram de Arkham Asylum e Arkham City, esta é uma aposta segura.

8 / 10

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