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Professor Layton and the Azran Legacy - Análise

Não se pode negar um bom puzzle!

As aventuras do Professor Layton como personagem principal, chegam ao fim em The Azran Legacy com uma história emocionante, abundante em perigos e situações complicadas, e com uma especial ligação aos dois últimos episódios, o que faz deste final um desfecho surpreendente. O novo capítulo para a 3DS vem assim fechar a segunda trilogia de jogos Professor Layton criada pela Level-5. The Miracle Mask foi o primeiro jogo da renomeada série a transitar para a 3DS e a beneficiar das propriedades da portátil para tornar ainda mais atractiva a aplicação da lógica aos sucessivos puzzles, em termos de aproveitamento do ecrã 3D de modo a conferir mais alguma profundidade aos quebra-cabeças. Mas também pela apresentação da história, cujos segmentos animados, bem ao estilo dos Studio Ghibli, ganharam um novo fulgor a partir do ecrã estereoscópico 3D. Ao mesmo tempo os belos dioramas trouxeram mais detalhe, brilho e cor a um estilo visual rico e impressionante.

Como cartão de despedida, esta viagem do famoso professor é quase um somatório dos elementos de jogo que marcaram a experiência durante este trajecto. No seu âmago e estrutura, não há grandes diferenças. Aliás, o jogo mantém quase todos os modos de jogo; puzzles, mini-jogos e uma apresentação e desenvolvimento da história preparada ao mais pequeno detalhe. Mas também sabemos que o mérito desta série, e o que a faz tão especial em cada jogo, é a diversidade de puzzles, assim como uma narrativa, que em conjunto fazem de cada jogo uma experiência nova. Não é por acaso que a Level-5 fala sempre em números no lançamento de um novo jogo da série e para este Azran Legacy, preparou 150 novos puzzles, bem como 385 puzzles descarregáveis cuja disponibilidade se fará de forma quase diária.

O começo de uma nova jornada.

Baseados nos quebra-cabeças do mestre Akira Tago, representam o ponto forte do jogo em termos de interacção. De modo a progredirem na aventura, o Professor, Luke e Emma terão de resolver os problemas lançados pelas personagens que encontram ao longo da sua jornada. Alguns deles surgem perante situações e quadros de dificuldade, mas como diz justamente Layton, nunca se pode recusar um bom puzzle. Depois há os quebra-cabeças opcionais, que não requerem uma resolução imediata de modo a seguir em frente na história mas que são essenciais se quisermos obter todos os "Picarats", os pontos de atribuição pela resolução de puzzles, que desbloqueiam conteúdo suplementar.

A nova narrativa é o elemento central do jogo, o ponto de partida para um périplo no qual Layton, o seu discípulo e a sua assistente viajam num colossal Zeppelin até às montanhas geladas de Froenborg, o sítio perfeito para transmitir um sentido de familiaridade, nostalgia e incontornável beleza. Os primeiros dioramas da jornada, quando o professor tenta encontrar Desmond Sycamore, um arqueologista que declara ter encontrado uma múmia via, são verdadeiros postais ilustrados. Os flocos de neve ganham profundidade no ecrã 3D, cobrindo telhados e montanhas de branco, num tom bucólico sublinhado por uma banda sonora igualmente familiar e penetrante.

Mas não tarda até que os primeiros imprevistos e percalços da jornada se atravessem no caminho dos heróis. Diante da descoberta do Professor Sycamore, os protagonistas descobrem que a múmia viva é uma jovem rapariga. Conservada no gelo quase em estado criogénico, descobrem depois de a libertar que o seu nome é Aurora e que está relacionada com uma antiga civilização, chamada Azran. Muito avançada para o seu tempo em termos tecnológicos, a missão de Sycamore é atropelada pela Targent, uma organização secreta que raptou a rapariga como forma de alcançar o poder dessa antiga civilização.

Pitoresca Froenborg.

Não tardará, porém, até que os nossos protagonistas, perseguindo os raptores, cheguem a outras paragens, no que é a primeira amostra da constante rotação em termos narrativos. A mudança de cenários e espaços é reveladora da capacidade da Level-5 em fundir narrativa com captação de diferentes cenários e pontos deslumbrantes por onde viaja o grupo. Tal como em Miracle's Mask, temos efeitos e pormenores que sobressaem dentro de cada diorama que exploramos ao mais pequeno detalhe, procurando informação em cada ponto que alerta para a existência de comentários das personagens.

Mas também descobrimos que o jogo continua estranhamente familiar. A Level-5 não mexeu nada dentro da estrutura. Aliás, a dada altura da história, o jogador é chamado a defender o Zeppelin de um ataque de drones, um pouco à semelhança da perseguição a cavalo em Miracle's Mask que nos impressionou pela sua estrutura inovadora dentro da série. Talvez seja uma tentativa ainda incipiente da Level-5 em querer diversificar um pouco mais a jogabilidade, apostando em momentos que oferecem um desafio ao jogador como forma de aliviar a constante carga de puzzles como obstáculos à progressão da narrativa. Prevê-se assim que mais alterações possam ocorrer em futuros jogos de uma outra série a desenvolver, mas o que é certo é que Azran Legacy retoma a mesma atmosfera pausada e cerebral dos jogos anteriores.

Ao lado da história, os puzzles são o outro elemento decisivo do jogo. No mapa mundo, podemos escolher a localização para onde deverá avançar Layton e a sua equipa. Chegado a um ponto é possível tocar no cenário como que o inspeccionado. Nele voltamos a ter que descobrir moedas de pista, bastante úteis quando queremos obter pistas adicionais sobre como resolver determinado puzzle. Por norma os puzzles são oferecidos por personagens com quem conversamos ao inspeccionar um determinado cenário e muitas vezes o problema que oferecem até está relacionado com alguma particularidade da personagem, como algo que a afecte naquele preciso instante.

Regresso a Londres.

O grau de dificuldade dos puzzles varia de acordo com o número de "picarats" que oferecem pela resolução. Os mais fáceis podem ser resolvidos obtendo valores de 20 ou 30. Já os de 40 ou mais testam a sério o jogador. As dicas e super dica (que quase dá a resposta) voltam a estar disponíveis. O quadro de apresentação é o mesmo dos jogos anteriores, pelo que os fãs dos jogos de Professor Layton vão reconhecer e adaptar-se muito facilmente.

A diferença está nos novos puzzles. Constantes desafios à mente, não são propriamente favas contadas. Se os primeiros se podem revelar acessíveis e resolúveis em poucos minutos, alguns deles podem amedrontar a nossa memória durante algumas horas, mesmo quando já desligamos a consola. A interacção com o ecrã sujeito ao toque é constante, requerendo operações variáveis. O design de alguns puzzles merece nota de apontamento, especialmente daqueles que parecem desenhados a lápis de cera, como o das frutas que dois esquilos comem. Revelados no ecrã 3D, a profundidade da gravura, num típico ambiente outonal, é um regalo para os olhos. Sem tempo limite para a resolução dos problemas, podem sempre pausar o jogo e regressar ao problema mais tarde, mas receiem as respostas erradas, pois pontos precisos serão descontados, enfraquecendo o resultado final.

Uma colecção de items volta a estar disponível, podendo o professor coleccionar uma série de objectos preciosos que irá encontrar ao longo da aventura. Só que a mala tem ainda mais algum entretenimento. Os tradicionais mini-jogos voltam a estar disponíveis assim que o jogador completa determinados puzzles. Em "dress up" o jogador tem que vestir clientes de acordo com as indicações fornecidas. Tanto pode ser uma roupa de verão, como uma indumentária típica de inverno. No final, todos os clientes pretendem que a roupa seja o mais adequada possível, para que a pontuação seja perfeita.

Ajudem o esquilo a levar a avelã até à meta.

O Nut Roller é um desafio diferente. Neste jogo controlamos um pequeno esquilo que lança sobre um tabuleiro pejado de perigos e obstáculos, uma série de pedras de modo a que a avelã possa rolar até à meta, parando sobre esse ponto. Aqui as regras são especialmente tácticas e as áreas vão ficando cada vez mais povoadas de objectos e barreiras que dificultam a tarefa. Em Blooms and Shorooms, cabe ao jogador plantar quatro tipos de flores de modo a florir diferentes jardins, contando que o posicionamento das flores irá provocar uma reacção em cadeia. Por fim, ainda existe o World Times, uma secção onde ficam depositados artigos sobre acontecimentos específicos em locais previamente visitados, permitindo que o jogador possa regressar até lá, descobrindo personagens, puzzles e items.

Os desafios através do StreetPass constituem outro ponto de actividade da aventura e uma novidade na série, através da qual o jogador envia a outro possuidor do jogo (via ligação local) um desafio baseado em items recolhidos durante a aventura. No fundo é uma forma de levar os outros jogadores a descobrirem a localização desses objectos e sendo estes raros, maior é a pontuação recebida, pontos esses que podem ser trocados por prémios.

A oferta de puzzles diários permite que os jogadores descarreguem um puzzle por cada dia do ano, estando 20 disponíveis no começo. Existem prémios pelas respostas correctas, nomeadamente 6 cenas alusivas a cada um dos jogos da série, o que significa que depois de terminada a história e resolvidos todos os puzzles opcionais, há ainda mais para jogar. A banda sonora está mais uma vez impecável e a localização para inglês confere ainda mais projecção às personagens.

Depois de um bem conseguido Miracle's Mask, Professor Layton and the Azran Legacy é o jogo que marca o fim da segunda trilogia, sendo relevante em termos de história, nas ligações que opera em relação aos dois anteriores capítulos. Repete boa parte da estrutura, e não traz grandes novidades em termos de modos de jogo, mas como o seu forte é uma história envolvente, misteriosa e emocionante, assente sobre um número grande de puzzles inteiramente novos, e recriados com cuidado e atenção ao mais pequeno pormenor, fica claro o bom trabalho da Level-5 não só neste derradeiro capítulo, como em toda a dupla trilogia.

8 / 10

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Sobre o Autor
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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.
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