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PES 2014 - Análise

Konami prepara-se para a transição.

A diferença visual de PES no novo Fox Engine é rapidamente percetível, logo pela diferença de qualidade no público que preenche os estádios por exemplo. É possível distinguir os adeptos individualmente no meio da confusão, vislumbramos aqueles mais fervorosos junto às grades, mulheres de braços no ar, e os já típicos stewarts, no terreno de costas para o jogo, e ao longo das bancadas a circundar as massas. Há uma coisa que não entendo, o porquê de nenhum simulador se dedicar a recriar as claques, duvido que a licença fosse muito cara, a autenticidade ficaria a ganhar e ainda tínhamos aquelas bandeiras gigantes e as faixas que são parte importante do espetáculo do futebol.

As caras dos jogadores em termos de textura não me surpreenderam mais do que anteriormente, mas o modo editor tem uma complexidade impressionante de opções para brincar. Onde se nota mais a diferença visual é na qualidade dos equipamentos, nas cores e na iluminação, em particular o relvado que por vezes parece que brilha. O único problema é quando defrontamos equipas com um equipamento verde, depois de umas horas, e à medida que o cansaço se vai apoderando dos nossos olhos, deixamos de conseguir distinguir os adversários de forma conveniente.

O ritmo das partidas é mais lento sim, porque os jogadores são mais lentos, especialmente quando estão em controlo da bola. Diria que parece mais realista, torna-se rapidamente mais frustrante porque está mais próximo da simulação, mas é mais prazeroso sentir como a qualidade do nosso futebol vai melhorando ao mesmo ritmo da nossa habilidade.

A conquista do espaço é fundamental na disputa da bola, já que esta se comporta como uma terceira entidade (TrueBall Tech), independente do jogador que a dirige. Um dos aspetos positivos disto é que o foco deixa de ser o "onde está o nosso jogador", e passa a ser o "onde está a bola". Basta por exemplo que esta esteja um pouco afastada, para ser difícil mudar de direção, ou puxa-la para trás.

As mudanças de velocidade nos dribles são fundamentais na conquista do espaço, já que agora é muito difícil correr campo fora, fintar toda gente e marcar, diria que é praticamente impossível. Os defesas são muito duros a aplicar pressão, e basta que cheguem perto de nós para se iniciar uma espécie de batalha física pela conquista do espaço e da bola.

"…esqueçam tudo o que se lembram da série nos últimos anos, tirando os controlos, parece um jogo completamente novo."

O facto de a bola ser independente abriu caminho para um inúmero leque de novas animações, pequenos detalhes que dão maior autenticidade às partidas, os passes, o controlo, os pequenos toques que dão na bola, as reclamações com os colegas e os momentos dos festejos, onde não posso deixar de partilhar um festejo estilo "moonwalker" que levei de um adversário. Esta absurda quantidade de animações é um dos aspetos que mais contribui para a melhoria da jogabilidade, e é responsabilidade direta do novo motor.

Os remates são do mais divertido que existe num simulador de futebol, e no caso de PES 2014, são mais focados na colocação da bola do que na força aplicada. Podemos por exemplo manter um dos gatilhos pressionados para rematar a bola em jeito fora do alcance do guarda-redes, ou dar um pequeno toque apenas para a chamada "cagadinha". Rematar com potência torna a colocação mais difícil, e para este facto não ajuda os guarda-redes alternarem entre o "impossível de bater", e o "rei dos frangos".

Um dos aspetos que mais captou a minha atenção foi a alteração do sistema de cruzamentos, que acabou com uma das estratégias mais ridículas na história do PES que eram os golos praticamente automáticos que se conseguiam pelo ato de cruzar e rematar para golo, carregando em apenas dois botões. É agora muito mais difícil cruzar, temos uma barra para ajustar a força do cruzamento, e a sua direção é tudo menos automática, tendo nós que perceber exatamente para que espaço apontar o passe.