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Cut the Rope - Análise

Boca doce.

Antes de atingir a eShop da Nintendo 3DS, Cut the Rope começou por fazer uma larga viagem pelo universo das plataformas móveis; nos smartphones e tablets, passando por browsers da internet e outros sistemas. Entretanto, após uma conversão para a DSIware em 2011, Cut the Rope nesta versão 3DS é sobretudo um jogo mais extenso, abarcando centenas de puzzles que podem ser resolvidos em poucos segundos, mas que volta a assentar nas mesmas mecânicas que estão ligadas ao primeiro título.

Criado pelos russos da Zeptolab, o que faz deste jogo um sucesso é a física. Jogos com boa física e jogabilidade têm as portas abertas para o sucesso. Isso acontece neste Cut the Rope. Como o título sugere, o ponto de partida para a maioria dos puzzles é começar por cortar um doce que se encontra atado a uma corda. Depois, recorrendo a outros objectos com os quais podemos interagir, temos que encaminhar esse doce na direcção de Om Nom, uma criatura que se pode confundir com uma boca e dois olhos, capaz de engolir cada doce como quem vê a luz do dia ao fim de um par de anos de cativeiro.

No entanto, levar o doce até Om Nom (isto é uma onomatopeia), não é suficiente para que conquistem todos os objectivos. Antes de entrar na boca deste ser estomacal, deverão recolher pequenas estrelas distribuídas pela mesma área onde se encontram os objectos com os quais podemos interagir. Como desafio suplementar, não se torna obrigatório para avançar até ao nível seguinte, mas se quiserem desbloquear novos cenários e temas, terão de possuir um mínimo de estrelas, o que torna decisivo a sua captura.

Já sabem as regras.

O grande sucesso da mecânica de Cut the Rope reside na boa fusão que opera entre uma física realista (com aplicação das leis da gravidade) e a existência de uma série de objectos, essenciais para conduzir o doce. Por exemplo, as bolhas de ar aprisionam o doce assim que este cai no seu interior depois de termos cortado a corda. Subindo como um balão, podemos rebentar a bolha dando um toque com a stylus, de forma a que o doce faça uma trajectória descendente na direcção da criatura verde gulosa. Essa é sempre a meta.

Como é normal nestes tipos de jogos, os primeiros níveis "papam-se" com alguma tranquilidade. Os objectos são poucos, as estrelas conseguem-se na sua totalidade com mais ou menos facilidade, pelo que vamos completando os puzzles em poucos períodos de tempo. A recompensa é sempre imediata e a satisfação na conclusão dos objectivos torna a experiência mais agradável e fluida. Mas à medida que mudam de tema e entram para uma nova caixa de desafios, o grau de dificuldade aumenta.

É a partir deste ponto que o esquema tentativa e erro nos leva a descobrir a solução, sobretudo porque os objectos com que podemos interagir já são um dado adquirido e pouco há a aprender. Encontramos plataformas deslocáveis, uma espécie de buzina que em vez de emitir som empurra o doce através da rápida deslocação do ar, cartolas que teletransportam o doce, entre outros. Por outro lado também surgem obstáculos, como aranhas que sobem pela corda desejosas de reclamarem a porção de açúcar (o que obriga a tomar decisões rápidas e nem sempre as mais acertadas) e blocos espinhosos que quebram o doce.

Om Nom aponta sempre com a patita para a boca e faz uns sons quando o doce fica mais perto, como se estivesse prestes a abocanhá-lo.

É um modelo de puzzles interessante, levando a que a interacção se faça sobretudo com a stylus de uma forma muito precisa. No entanto, é tudo o que se verifica quanto ao aproveitamento das funcionalidades da portátil. Além disso, e como o jogo pensado para os smartphones, um dos ecrãs da 3DS é remetido para a quase inutilidade, que só não é total porque os produtores deixaram o Om Nom em primeiro plano, mas é como se fosse. Por fim, apesar do grande número de níveis disponibilizados, raramente há uma alteração do modelo de jogo, pelo que, apesar das variações produzidas pela organização dos níveis, é como se estivéssemos num desafio circular.

Contudo, isso não afecta sobremaneira o bom trabalho desenvolvido pelos russos da Zeptolab. O jogo demonstra uma produção muito segura dos níveis, ludibriando muitas vezes o jogador, especialmente quando baralha as regras e acrescenta mais pontas por onde se pode começar, tornando mais aliciante o desafio. Felizmente não é um jogo exageradamente difícil, embora tenha os seus picos. Esta versão fica também marcada pela presença das "Om Nom stories", um conjunto de episódios animados que retratam o pequeno monstro verde.

Cut the Rope é mais um título que chega da linha de jogos criados exclusivamente para plataformas portáteis como smartphones e tablets. Proporciona o mesmo conteúdo que deixou nas outras versões e ainda revela uma boa adaptação ao ecrã táctil da 3DS. Em termos de mecânicas, revela um bom sistema de física e diversos puzzles ideais para curtos períodos de tempo, de acesso constante. Peca, no entanto, por uma manutenção evidente do modelo de jogo. O extra que os titulares da 3DS terão que desembolsar, comparativamente com as outras versões, não é o que mais desejávamos, mesmo assim, um jogo que vale a pena arriscar se não puderem aceder às outras versões.

7 / 10

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.

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