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Mighty Switch Force 2 - Análise

As Hooligan Sisters inspiraram-se em Nero, desta vez.

aqui escrevi como Mighty Switch Force, da WayForward, lançado na eShop da 3DS no final de 2011, entrou para a lista dos melhores jogos da eShop. Detentor de um design retro e ciber futurista, fortemente inspirado nas plataformas em duas dimensões, encontra na mecânica dos blocos propulsores e na deslocação dos blocos em fundo como forma de criar plataformas e esmagar inimigos, elementos que possibilitam um grau de inovação particularmente significativo no contexto dos jogos de plataformas. A menor tendência para a acção é contrabalançada com mais jogabilidade em forma de puzzles, o que resulta numa experiência pouco comum. Mighty Switch Force 2 segue exactamente as mesmas pisadas do seu antecessor, em demasia porventura, mas nem por isso deixa de ser uma experiência deveras gratificante, quando nos empenhamos a fundo e perdemos mais algum tempo até capturarmos novamente as regressadas Hooligan Sisters.

Pois é, elas não perderam a sua vocação e voltaram a espalhar o caos, ateando fogo à cidade. Assim, não resta outra alternativa a Patricia Wagon (mulher de armas e de mangueiras) senão envergar uma fatiota de bombeiro e, com ajuda de um extintor, atirar uns bons jactos de água na direcção das labaredas ao mesmo tempo que ata as algemas às miúdas que se portam mal. O extintor é novidade no jogo e serve de substituto à pistola. Na verdade, a nossa personagem muda aqui de profissão, mas continua a acorrentar as prevaricadoras com a mesma dedicação. Agora em jeito alternativo, uma vez que o jacto de água nos permite empurrar inimigos e desfazer alguns blocos que mais parecem feitos de areia e lama, pois desfazem-se assim que os molhamos.

O mais claro exemplo da água encanada.

Contudo, não é a narrativa que assume destaque neste jogo. Nunca o foi no jogo anterior e não é na sequela que vão encontrar algo mais desenvolvido. O arco narrativo é um argumento suficiente para projectar uma base para as nossas acções (a captura das Hooligan Sisters), pois o forte deste jogo encontra-se na jogabilidade. Está tudo explicado no manual digital do jogo. Passem por lá antes mesmo de começarem a jogar.

Com efeito, o desafio deste jogo é percorrer os 16 níveis de forma consecutiva, capturando as cinco Hooligan Sisters que existem dentro de cada um (e um bebé, o extra). O grau de exigência acentua-se à medida que viramos a metade dos níveis, e nalguns casos, será necessária grande agilidade e uma precisão de movimentos milimétrica. Isto porque a nossa protagonista volta a trazer consigo o pirilampo mágico que lhe permite operar modificações em certos blocos, fazendo com que à distância de um toque eles passem de um estado transparente para sólido (ou de trás para a frente). Desta forma é possível formar plataformas, mas também esmagar inimigos que se encontrem no ponto onde o bloco ganhará substância. E depois, há que distinguir entre os blocos normais e os blocos de projecção. Estes últimos oferecem a particularidade de projectar quem fique neles aprisionado (pois tanto pode ser a protagonista, como um inimigo), na direcção indicada no bloco.

Quem jogou o título anterior sabe como este esquema é interessante, e como a complexidade que reveste lá para a frente, torna a acção muito rápida e nos leva quase a voar dentro do nível. Nalguns níveis, só conseguiremos capturar todas as Holligan Sisters quando escalamos algumas zonas e chegamos a muitos pontos, nada simples de escalar. Outras vezes teremos que "empurrar" os inimigos (por exemplo, bichinhos que têm lume e rebentam ao fim de uns segundos e outros que mais parecem crustáceos) para dentro dessas caixas de projecção e transportá-los até um ponto onde queremos que causem algum efeito. Um outro inimigo tem até a particularidade de se assemelhar a uma esponja, para a qual atirámos água com força, que logo incha e rebenta. No ecrã inferior, um radar dá-nos uma indicação sobre o posicionamento das cinco irmãs. Embora seja útil, completei a maioria dos níveis sem olhar sequer para o radar. A própria construção dos níveis e sentido de posicionamento são suficientes para chegarmos aos pontos relevantes.

As animações e sprites 2D são de grande qualidade.

E assim se percorrem todos os níveis do jogo. Quem o comprar e descarregar agora vai encontrar e descobrir uma experiência muito sólida, única e bem construída. Só que estes processos que vemos em Mighty Switch Force 2 são, na sua esmagadora maioria, os mesmos do primeiro jogo. Há ligeiras mudanças, mas são pouca coisa para um jogo que gostávamos de ver dar o salto para novas mecânicas. Uma novidade é a possibilidade de atirarmos água através de uns tubos e zonas interiores que, ao chegar a outro ponto, e através de certos blocos, opera a activação de certos mecanismos.

Apesar de esta ser mais uma grande construção, é grande o "déjà vu". No entanto, estamos longe de ter aqui uma sequela que perde qualidade. Os visuais em tons retro, premiando um design típico das produções 16-bit de jogos de acção ciber futurista, continuam a impressionar, e não menos interessante é a banda sonora. Em secções demoradas, contudo, a entrada em loop de um tema pode causar alguma fricção na nossa cabeça, mas diria que em passagem, estamos diante de mais uma banda sonora em tons de electrónica que nunca compromete e nos coloca em sintonia com o tema do jogo.

Confesso que esperava encontrar mais novidades nesta passagem de nível para Mighty Switch Force, o que me fez pensar que este é mais um conteúdo descarregável do primeiro jogo ao invés um novo jogo, pois são mesmo muito semelhantes. Mas também não leiam isto como uma má notícia. Como referi logo ao início, Mighty Switch Force foi uma das surpresas que encontrei para a eShop e com a qual me diverti. Ora, em boa medida, esta sequela recolhe muitos desses benefícios. Quem não jogou o original, esta é uma boa porta de entrada na série. Quem é fã e jogou o original, encontra aqui um justo desafio suplementar.

7 / 10

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