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Company of Heroes 2 - Análise

No exército vermelho a maior coragem está em recuar.

Os três recursos, manpower, fuel e munition mantêm-se, mas também aqui existem alterações. Uma das mais notórias é a possibilidade de tornar uma fonte de munition numa de fuel, ou vice-versa. Isto não só oferece maior flexibilidade, como permite ter uma ideia da estratégia que o adversário prepara contra nós através dos recursos em que o vemos a apostar. Se o virmos a apostar demasiado em fuel, é bom que comecemos a preparar as armas anti tanque, ou melhor ainda, os soldados capazes de matar o condutor do tanque (o flamethrower é especialmente eficaz para isso) para depois roubá-lo para nós.

Tipicamente, quando somos atacados num RTS, temos a tendência para imediatamente selecionar todas as unidades por perto e ordenar que ataquem os invasores. Pois o que a experiência com Company of Heroes 2 me ensinou, é que se não estávamos preparados para a batalha em certo ponto, estivéssemos. É preferível ter calma e tomar as minúsculas posições de defesa por perto e atacar novamente, com uma abordagem cuidadosa.

Existem opções de planeamento que vêm com os comandantes que escolhemos antes das batalhas, e mesmo durante o conflito temos acesso a coisas como a possibilidade de obter reconhecimento aéreo ou fazer com que uma unidade inimiga de repente tenha um ataque de consciência sobre as suas ações. Vamos subindo de nível, e tornando a nossa placa de perfil mais respeitosa, com as típicas fitas e medalhas militares.

"“…continua a retratar um ambiente de guerra histórico com invulgar autenticidade.”"

Por seu lado, o modo Teatro de Guerra é um bom prolongamento da experiência single-player, e tem algumas das missões mais divertidas do jogo. Existem algumas cooperativas, batalhas contra a IA, e ainda uns divertidos desafios, onde destaco um momento em que dizimamos por completo uma cidade com os Katyucha Rocket Truck Soviéticos, uns veículos que enviam uma série de misseis cujo efeito destruidor é impressionante.

Claro que o lado mais importante é o multijogador, e neste caso é de aplaudir a integração do jogo com a plataforma Twitch, aliás, ainda aprendi umas coisas vendo os jogadores mais experientes a jogar em batalhas até 4v4. Estes são jogos por natureza complexos, mesmo depois de percebermos o funcionamento de todas as unidades e mecânicas, existem nuances que apenas vêm com a experiência, e depois de assistir e participar em várias batalhas online. Isto é ainda ampliado por ser uma série há muito estabelecida, e por isso com um nível de entrada alto.

É também deste modo que depende a longevidade do jogo, e por isso foi tão importante a aquisição da Sega, Company of Heroes 2 merece um forte acompanhamento da companhia no futuro, com apoio ao multijogador e adições de conteúdo (mapas, unidades) capaz de aumentar o ciclo de vida do produto.

“…o modo Teatro de Guerra é um bom prolongamento da experiência single-player, e tem algumas das missões mais divertidas do jogo.”

O desenvolvimento narrativo da campanha é previsível como seria de esperar de um jogo que se apoia na história, e a ação sofre pela falta da tensão do multijogador, que disfarça o ritmo naturalmente lento do jogo. A Relic consegiu ainda assim se libertar um pouco destas amarras no modo Teatro de Guerra, e com as montanhas de recompensas e achievements que há para desbloquear.

A maior crítica pessoal que tenho com Company of Heroes 2 é a mesma que tinha com o primeiro, e tem a ver com a falta de profundidade ao nível das estruturas que podemos construir, a ação é muito focada nas unidades militares e na conquista do espaço, mas não existe grande escolha sobre o que fazer em determinado local, apenas em para que local escolhemos ir.

Em última análise, parece Company of Heroes com um upgrade estético e meia dúzia de mods para lhe aumentar o interesse. É, ou melhor, continua a ser uma das melhores opções dentro dos RTS, e um dos mais duros também. Os fãs farão naturalmente a transição do primeiro título e vão adorar, aqueles que nunca jogaram um Company of Heroes, se gostam de jogos de estratégia, é uma abordagem muito interessante, e que ainda nos permite aprender um pouco de história no processo.

8 / 10

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Aníbal Gonçalves

Redator

MMOs e RPG são com o Aníbal. Aliás existe um rumor na redação que a sua primeira casa é o World of Warcraft. Mas às vezes também o vemos a fazer uns exercícios. Não é mau de todo.

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