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The Starship Damrey - Análise

Segredos de uma nave perdida no espaço.

É pena que a história passe quase toda ao lado durante o tempo de jogo e que só depois de findado tenhamos mais alguma construção. Se pensarmos que houve um interesse em fomentar o ambiente opressivo e isolado da circulação dentro de uma nave espacial, sem qualquer interacção com outros NPC para favorecer sustos e outras reacções, também é verdade que raros são estes momentos e que seria expectável mais alguma profundidade neste campo.

Claro que, nalgumas passagens, se tivermos ao máximo o volume sonoro da consola, tão focados nos encontramos na resolução do puzzle, que nos assustam certas aparições ou observações. Existe até uma personagem - com a qual nunca interagimos -, em forma de holograma, que tende a aparecer no nosso percurso, mas também sobre ela, só depois de concluirmos o jogo é que ficamos a saber alguma coisa. Contudo o arco narrativo não deixa de ser relevante e assim que visualizámos os créditos finais, a explicação surpreende-nos num bom plot twist. Mas é pena que esse reforço narrativo seja disponibilizado depois de completarmos o jogo. Antes disso, só os puzzles e a passagem por longos corredores e divisões, deslocando objectos e cumprindo indicações - por entre alguns sustos - assumem preponderância.

Mais fácil ficar bloqueado que tropeçar neles.

Felizmente, dentro do conceito dos puzzles, The Starship Damrey oferece um desafio altamente satisfatório e recompensador. Não é um jogo difícil ou complicado. Diria que tendo atenção suficiente às pistas que vamos recolhendo e às observações que fazemos do ambiente que nos rodeia, conseguimos descobrir para onde devemos avançar e quais são as operações que devemos executar. A interacção acontece toda por intermédio do nosso robô de serviço, o R2D2. A reprodução dos seus movimentos é muito fiel à de uma figura com estas características e implica que usemos o d-pad para o movimentar em qualquer direcção. As suas deslocações em recta podem causar um sentido de movimentação típica de um tanque, com comandos pouco folgados, exigindo precisão e oportunidade para colocação diante de uma porta que queremos abrir. Já o d-pad permite movimentar a perspectiva para seleccionar algum elemento que queiramos interagir. Se o fizermos temos algumas opções à disposição. Por vezes requer-se alguma insistência até que outras opções fiquem seleccionáveis. Isto tende a acontecer quando inspeccionámos algumas personagens mortas. Até lhes descobrimos os cartões de identificação, que garantem acesso a áreas reservadas, temos de interagir determinadas vezes, como que vasculhando até à exaustão.

A progressão do jogo também se revela demasiado linear, mas não seria de esperar outra coisa numa história interactiva, e ainda bem que assim é. Por vezes já se afigura complicado encontrar a saída para algum problema, como seria se tivéssemos várias linhas de progressão... No entanto a persistência de interiores demasiado iguais, corredores que se sucedem com pouca luz e sempre num design que traduz pouca variedade de elementos e pormenores que se repetem, fica a sensação de uma progressão num ciclo quase vicioso. Percebo que esta é uma produção em moldes limitados, mas creio que os produtores poderiam ter diversificado mais a composição dos diferentes pisos, apostando mais numa artwork com impacto sem prejuízo da reprodução de um ambiente opressivo e isolado, típico das naves espaciais.

O que significa esta peculiar personagem? Será real?

Enquanto mergulham na exploração da nave espacial, vão encontrar seres alienígenas, uns deles chamados Leech, que conseguiram entrar a bordo. É possível exterminá-los, desde que os encontrem. O aparelho robótico tende a emitir um som quando se aproxima destas criaturas de pequeno tamanho e colocadas, por vezes, em pontos afastados do nosso âmbito de passagem. Há mais de vinte para descobrir e embora pareçam inofensivas, encontrar todas é essencial para desbloquear o final alternativo.

No final, a definição do ambiente a bordo de uma nave espacial assume uma representação mínima, algo original, e os elementos que servem de base para uma aventura quase herdada dos point'n click dos anos noventa também, com muitos puzzles que nos obrigam a uma série de interacções que vamos descobrindo por nossa conta. Os efeitos 3D convencem e a sonoridade assume um papel tão relevante como a dimensão visual. No fundo, The Starship Damrey atinge muitos dos objectivos traçados pelos produtores. Apesar de perder algum significado no âmbito do quadro narrativo e de ficar um pouco aquém do esperado enquanto jogo de sobrevivência ou terror espacial, nem por isso deixa de ser uma proposta interessante e válida, sobretudo pelo seu baixo preço. A eShop da 3DS ganha assim mais um reforço e talvez um dos jogos mais apetecíveis da lista dos disponibilizados pela Level-5 na guild para o ocidente.

7 / 10

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