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Defiance - Análise

Um desafio à resistência.

As missões secundárias, por outro lado, servem de complemento ao arco narrativo e oferecem interessantes derivações que, em último termo, até acabam por elucidar-nos melhor sobre a necessidade de ajustar e melhorar o equipamento que dispomos. Desde corridas de veículos, caça ao inimigo, até objectivos muito específicos, estas missões revelam-se úteis por permitirem que a nossa personagem adquira mais condições para progredir. Mas também aqui o jogo revela inconsistências. Enquanto que o "tutorial" após o começo se revela decisivo para fornecer as indicações sobre o uso dos nossos poderes EGO, há uma omissão total sobre as melhorias do equipamento. E nem sequer existe mais um outro quadro prático que contenha indicações sobre esses efeitos. Pena que o jogador seja abandonado e entregue a si mesmo naquela cidade em permanente sobressalto.

Por último, os Arkfalls constituem uma opção muito segura para proporcionar uma rápida subida de nível da nossa personagem. Nestes eventos assinalados a vermelho no mapa, os jogadores reúnem-se numa espécie de arena, onde conjugam esforços para completar certos objectivos; como destruir inimigos de grande dimensão ou abater uma nave especial. A escala épica do confronto obriga a perder mais algum tempo e ter paciência até serem descobertas as suas fragilidades. Quase sempre lutas prolongadas por dez ou vinte minutos, estes combates quebram rotinas, mas também revelam como o combate, enquanto sistema de jogo, está cheio de falhas

Desde logo porque a frame rate se torna altamente instável, caindo abruptamente para níveis por vezes inaceitáveis, com atrasos e interrupções na chegada do som, ao mesmo tempo que certos "glitches" tomam de assalto o jogo. Desde camaradas de combate que passam a conciliar poder de fogo com capacidade de voo, até objectos que aparecem e desaparecem como que por magia, certas batalhas mais parecem obra do demo. E não é só nos eventos Arkfalls que encontramos algumas preciosidades. Num combate meramente vulgar os mesmos problemas são identificados. Para piorar, isto ainda acontece depois de os produtores terem actualizado o jogo mais de uma vez.

Um jogo e uma série.

Veículos que não andam, protagonista que se movimenta naturalmente sem que estejamos a pressionar uma direcção qualquer do analógico, até adversários que se fintam a si mesmos, tudo isto limita sobremaneira o que devia ser uma experiência fluida. Nem ao nível dos parceiros controlados pela inteligência artificial se encontra uma resposta à altura de um desafio deste género. Quantas vezes alguns parceiros de combate ficam parados diante de uma parede a repetir a mesma expressão. São demasiadas frustrações juntas que nos afligem em pouco tempo e como as mesmas ficam para sempre, raros são os momentos onde encontramos secções que não ofereçam destes percalços.

A área de São Francisco que a Trion Worlds cobre é extensa e recheada de locais distintos, embora esperássemos mais variedade e uma direcção artística mais vincada. Contudo, as fracas texturas dos espaços melhor desenhados prejudicam a intenção inicial, contribuindo para um espaço algo despido de interesse. Apesar da transição dia/noite em tempo real, pouco se torna relevante e às vezes nem parece que estamos diante de um jogo em alta definição.

Defiance oferece alguns modos co-operativos e competitivos de estrutura multiplayer online. O jogador vai desbloqueando mapas enquanto progride na narrativa, podendo a qualquer altura, independentemente de se encontrar numa missão principal ou secundária, criar uma sala de espera para um mapa. Enquanto os jogadores não estão reunidos o criador da sala permanece na sua tarefa dentro do jogo, sendo ligado ao multiplayer quando todos estiverem prontos. Findo o jogo competitivo, todos regressam ao último ponto de gravação. Apesar de ser uma componente que garante mais algumas opções de jogo, não há aqui nada de particularmente inovador, a não ser um prolongamento da mesma experiência de feição competitiva entre jogadores, com o que isso tem de bom, mas também com tudo o que o jogo traz de mau.

No meio de uma produção conjunta que pretendia proporcionar algo mais do que a soma de duas metades, a menor coordenação entre ambos os projectos e a necessidade de conciliar os lançamentos, terão condicionado o resultado final. Deafiance não é um mau jogo, mas também não oferece mais do que uma solução satisfatória para um universo de MMO's onde existem pesos pesados dotados de ulteriores argumentos. Se o argumento para convencer potenciais entusiastas do jogo é a série televisiva, é melhor não depositar grandes ilusões. E como shooter na terceira pessoa em forma de MMO, revela demasiadas fragilidades e erros impossíveis de perdoar. Dando-lhe uma oportunidade, haverá quem possa penetrar neste território e acumular horas de intensos combates, mas serão sempre um desafio à paciência.

5 / 10

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Defiance

PS3, Xbox 360, PC

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Sobre o Autor
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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.
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