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Fangz - Análise

Portugueses à conquista dos smartphones e tablets.

Não é todos os dias que surge uma oportunidade como esta. Estou-me a referir a analisar um jogo de autoria de um português. Excluindo Under Siege, não houve até agora mais nenhuma criação das terras lusas que tenha conseguido penetrar nos grandes mercados de videojogos. É por esta razão que Fangz tem recebido destaque nos meios de comunicação de Portugal. Este foi o primeiro jogo português a ser destacado na App Store dos Estados Unidos. A juntar a esta reputação, foi bem recebido pelos utilizadores e classificado várias vezes com uma pontuação de cinco estrelas.

Mas o que têm os portugueses a dizer sobre Fangz? Será que toda esta atitude positiva não passa de uma hipnose por parte dos vampiros que encontramos enquanto jogamos, ou será que, ao par de Cristiano Ronaldo (foi quase), este é mais um dos motivos para orgulhamo-nos da nossa pátria? É para descobrir isso que estamos aqui.

Não há melhor forma para descrever Fangz como um beat'em/shoot'em up para os dispositivos iOS e Android que se distingue da imensidão de jogos banais e que copiam descaradamente as fórmulas mais populares. Estamos perante um jogo original (no sentido de que não é mais um clone) e que goza de uma jogabilidade divertida, um estilo visual luxuriante e de uma dificuldade muito acima da média.

A personagem que controlamos é um indivíduo gordinho que vê a sua família a ser raptada por vampiros, e como qualquer homem de família decente faria, parte à sua procura, mesmo que isso implique enfrentar hordas de vampiros sedentos por sangue humano. Temos assim um homem ordinário que se transforma numa espécie de rambo caçador de vampiros e que, apesar do perigo, ainda faz piadas e brinca com o seu próprio peso.

Sempre com um bom humor a acompanhar, e com referências deliciosas, o objectivo de Fangz é percorrer os dez níveis e chegar por fim ao castelo onde nos espera o rei dos vampiros. Mas falar é fácil, difícil é conseguir fazer o proposto. Fangz não perdoa no nível de dificuldade, e há momentos, principalmente nos níveis que impõe um limite de tempo, que parece tratar-se de uma missão impossível.

Inevitavelmente, terão que recorrer ao grinding no modo de sobrevivência para ganhar pontos de experiência e subir de nível para aumentar os atributos do protagonista - Resistência, Velocidade, Força e Poder de Fogo - e também para juntar dinheiro para comprar melhores armas ou melhorar as que já têm, que variam entre katanas, sabres de luz, caçadeiras, lança-chamas, arma de plasma, etc.

A dificuldade de Fangz não está apenas na quantidade absurda de vampiros que envia contra nós ao longo dos níveis ou nos limites impostos, a jogabilidade, que embora se resuma basicamente a dois botões, requer uma estratégia que não encontramos habitualmente nos jogos para smartphones. Um dos botões tem a função de atacar, o outro, serve para saltar, que é a única forma de evitar as dentadas dos vampiros. Mas saltar tem um custo. Cada vez que o fazem, perdem um pouco de vida. Explicando melhor, a vida não é perdida de imediato, podem recuperar a pequena porção de vida perdida se durante alguns segundos não saltarem novamente. Contudo, se o fizerem, não poderão recuperar o que perderam.

"Rebentar, cortar ou queimar vampiros torna-se contagiante (...)

Ora, este sistema de perder vida quando se salta, em conjunto com as hordas de vampiros que enfrentamos, resulta numa dificuldade elevada. Para compensar há que recorrer ao grinding. Ainda consegui terminar os primeiros quatro níveis recorrendo pouco a este método, mas à medida que nos aproximamos do final, a necessidade aumenta. Não é de estranhar que durante os ecrãs de loading apareça a frase "Quando terminares a campanha de Fangz, a crise financeira já terá terminado". Fangz não é um jogo comprido, mas a quantidade de grinding requerida prolonga-o bastante.

Ainda assim, consegue ser muito divertido. Rebentar, cortar ou queimar vampiros torna-se contagiante e sempre que pegamos no nosso dispositivo - seja iOS ou Android - gastámos sempre uns minutos em Fangz, tornando-o num bom companheiro de bolso. Os seus momentos altos acontecem nos confrontos com os bosses, que só aparecem no final de alguns níveis e quebram a rotina de chacinar os vampiros comuns.

Como se posiciona Fangz perante outros jogos para os smartphones? É sem dúvida um bom jogo. Não é perfeito, falta-lhe sobretudo um melhor equilíbrio entre o grinding necessário e a dificuldade proposta, mas é agradável, uma sensação que é reforçada pela inexistência de microtransações, o que parece ser algum tipo de milagre nos dias que correm. Para terminar, quero apenas referir que não o devem comprar para serem bons compatriotas; devem comprá-lo porque, de facto, tem qualidade, identidade própria, e é divertido.

Fangz está disponível na App Store e Google Play em duas versões: normal e HD. Ambas custam €1.79.

7 / 10

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