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Castlevania: Lords of Shadows - Mirror of Fate - Análise

Esta noite vou caçar vampiros.

Porém, isso não apaga o sentido de progressão da personagem. À semelhança dos jogos anteriores, a nossa personagem ganha experiência depois de vencer combates e descobrir todos os segredos. Até os "scrolls" espalhados pelas profundezas do castelo, que revelam as últimas anotações de sobreviventes que tentaram derrotar a entidade maléfica que por lá habita, aumentam a nossa experiência. Esta iniciativa que parece ir ao encontro das mensagens deixadas pelos utilizadores em Dark Souls, parece servir o mesmo propósito: revelar algum perigo próximo ou então alguma particularidade. Mas estes textos são tão curtos e expressivos, que merecem toda a atenção.

O nível de experiência alcançado pela personagem permite-lhe obter não só mais poderes como também diferentes combinações de ataques. Numa estrutura relativamente similar dos jogos hack'n slash, vamos tendo à nossa disposição diferentes combinações de golpes curtos e longos, usando o extenso chicote para tirar mais depressa o ânimo dos nossos adversários. Tal como em Super Street Fighter IV, este é daqueles jogos que vai fazer abanar a 3DS, mas se não se preocuparem com isso, verão que o resultado é bastante positivo e eficaz desde que sigam a lógica e correcta ordem dos botões a pressionar para obterem os melhores combos.

A revisita aos diferentes locais do castelo torna-se a dada altura persistente. Vão descobrir teletransportadores que colocam a personagem em secções distantes. Há um objectivo nesta revisita dos mesmos locais. É que para aceder a novos pontos, a personagem carece de magias, poderes e armas que lhe garantem mais alguma movimentação. Se arriscarmos subir até um certo ponto sem o respectivo poder, somos imediatamente informados que só podemos seguir em frente tendo uma ajuda. Assim, não só a personagem poderá usar um extenso gancho para alcançar zonas superiores, como também poderes mágicos como as protecções divinas que podem ser usadas para atravessar quedas de água contaminada. Além disso, ao retomarmos uma mesma direcção numa fase posterior à conquista de poderes, podemos descobrir no mapa pontos de interrogação que escondem bónus e ofertas.

A história de Mirror of Fate é talvez um dos pontos mais frágeis do jogo, porque à semelhança de Resident Evil 6, embora numa escala menor, serve-se de várias personagens para criar diferentes arcos narrativos que se interligam de modo a criar mais alguma expectativa. Cada personagem possui o seu capítulo, sendo que o prólogo será percorrido por Gabriel Belmont e os três capítulos seguintes por Simon, Alucard e Trevor. Pressionados por uma lógica de menor previsibilidade narrativa, esta conexão de segmentos narrativos revela alguns cruzamentos em pontos onde duas personagens seguem diferentes caminhos. Mas o problema é que estes acontecimentos ocorrem no mesmo cenário, como que a criar um efeito de enchimento. É certo que as personagens possuem diferentes combinações de golpes e poderes, mas o efeito diferenciador entre elas é bem menor, pelo que apenas simbolicamente e em termos narrativos é que encontramos mais diferenças.

"Mirror of Fate é quase uma oferta única e é isso que se revela essencial quando mergulhamos neste destino cruzado de quatro personagens"

Um último destaque para a banda sonora. Está longe de atingir o grau de excelência das músicas de Symphony of the Night, mas vale sobretudo pelo sentido de adaptação à escuridão e sensação de perigo que esconde o castelo de Drácula. Durante a exploração recupera melodias vagarosas, mas não vacila em acordes triunfantes quando chega o momento da grande batalha.

Para o futuro, Mirror of Fate será visto como um Castlevania diferente. Esta versão portátil fica a meio passo do anterior Lords of Shadows, mas também não se afasta totalmente dos títulos clássicos. A MercurySteam quis fazer desta versão um ponto de equilíbrio entre os jogos clássicos e a mais recente aventura para as consolas caseiras e o resultado é uma produção capaz de saciar os desejos dos jogadores que sentem predilecção pela mais recente produção, mas continuam fiéis aos clássicos. Nos contextos primordiais, como plataformas, combate e mecânicas, Mirror of Fate é quase uma oferta única e é isso que se revela essencial quando mergulhamos neste destino cruzado de quatro personagens.

8 / 10

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In this article

Castlevania: Lords of Shadow - Mirror of Fate

PS3, Xbox 360, Nintendo 3DS

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.
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