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PlayStation All-Stars Battle Royale - Análise

Estava tudo sossegado, até chegar a loucura!

Muitos provavelmente vão criticar PlayStation All-Stars como uma cópia de Smash Bros. mas se o é então é algo bem feito e bem honroso para a família PlayStation, pois tem todo um carisma que conquistou e deixou um certo fervilhar como há muito não via. Os combates são frenéticos e como é tão fácil fazer com que aconteçam, mesmo quando o volume sobe ao dez, ajuda o jogo a sentir-se como algo que o jogador controla de maneira bem acessível.

Visualmente devo desde já deixar-vos um aviso, PlayStation All-Stars Battle Royale pode causar ataques puros de euforia. Antes da ação em si começar a bombar, e podem acreditar que bomba mesmo, as apresentações das personagens são feitas num plano aproximado e a qualidade destas cenas é de espantar. Mas tal não se compara ao espanto que nos dá a ação a decorrer. Quando a câmara se afasta para englobar todo o cenário e todos os personagens então estamos prontos para o verdadeiro e real festim. Devo confessar que frequentemente tive que me relembrar que estava com uma Vita nas mãos e não a jogar PlayStation 3 num ecrã mais pequeno. Pode parecer exagero, talvez o seja, talvez a realidade esteja no meio termo mas o certo é que surpreende.

Quem disse que a Nariko não iria voltar?

A ação frenética decorre a um passo tresloucado e nos cenários dinâmicos está sempre algo a acontecer. São parte integrante da experiência e participam nela para conferirem parte da sua própria personalidade aos combates. Mais do que a componente visual, afetam a jogabilidade pois o jogador vai aprendendo o que acontece em cada um, as armas especiais que surgem em cada um, e vai adaptando a sua forma de jogar quando sabe onde vai jogar. Como são tão divertidos de descobrir e até loucos de enfrentar, não vou estragar as surpresas reservadas aos interessados, mas vou dar dois exemplos para demonstrar como os cenários afetam os combates.

No cenário de Kratos, que nos coloca no inferno que vimos em God of War 3, temos o deus Hades em formato gigante que está sempre a tentar estragar os combates. Desde ataques furiosos que podem estragar o nosso equilíbrio no combate até a ataques físicos que podem modificar o cenário, é toda uma atividade dinâmica que faz com que os cenários não sejam decorativos, mas muito mais do que isso. Pelo nível vamos ainda vendo e ouvindo os amistosos Patapons da série do mesmo nome que também modificam o cenário e causam um forte contraste com o inferno de Hades. Um outro nível combina cenas características de LittleBigPlanet com a série Buzz! para elevar a padrões fantásticos o inteligente "fan-service" aqui prestado. No nível de Drake por exemplo, no avião que voa sobre o deserto em Uncharted 3, temos combates que decorrem na famosa cena em que as portas de carga se abrem e tudo começa a cair por ali abaixo. Isto resulta numa estrutura em constante alteração e com momentos em que o ritmo é moldado pelo nível em si e não só aos adversários temos que estar atentos mas também aos acontecimentos paralelos. Resulta em algo extremamente divertido apesar da sua simplicidade.

Este elemento da experiência que vou referir agora é algo que muitos já dão como dado adquirido mas não me canso de elogiar o empenho levado a cabo pela Sony Computer Entertainment Portugal na localização dos seus títulos. PABR chega com textos completamente localizados para o nosso Português enquanto as vozes se dividem entre localizadas e outras no original Inglês. Personagens como Nathan ou Fat Princess falam em Português enquanto outros como Raiden já falam em Inglês. Isto pode soar um pouco estranho em alguns momentos, o jogador pode preferir tudo em Português ou então tudo em Inglês, mas a mistura não incomoda e sempre que possível sentimos autenticidade nestes personagens.

Como já referido, este é um jogo que vai dar muito ao jogador. Para além do modo Arcade temos os desafios adicionais, ao bom estilo do que a Capcom e a Arc System tem criado nos seus mais aclamados jogos. Aqui temos tarefas a cumprir com dificuldade à escolha e quanto melhor a prestação, melhor a pontuação e melhor compreensão o jogador vai obtendo sobre a personagem e como a usar. Este é um modo que me trouxe especial interesse na PlayStation Vita pois permite fugir ao padrão modo Arcada para ir ao encontro de outro padrão recentemente estabelecido mas que encaixa bem numa portátil.

São imensos os desafios que temos aqui a cumprir, e apesar da sua dificuldade não ser propriamente elevada (não esperem aqui nada ao nível do que a Capcom tem apresentando, por exemplo) o seu objetivo é mais o aumento da longevidade e a oferta de uma pequena variação na jogabilidade. Isso consegue em pleno pois somos motivados a tentar novos desafios e a conhecer melhor as personagens. Afinal de contas, a personagem que inicialmente nos atraiu ao arrancar com o jogo (provavelmente devido ao carinho conquistado na série à qual pertence) pode não ser o que melhor nos agrada na sua forma de jogar, e na forma como foi transportado para aqui, pessoalmente posso referir Nathan Drake.

Caso o modo solo não esteja mais a ser do vosso agrado ou se pretendem mostrar como estão a evoluir, ou se os amigos não se calam com o seu talento por mostrar, é chegada a hora de partir para o multijogador e aqui PABR volta a brilhar. Desde logo recomendamos o modo Cross-Play, no qual podem usar a Vita em sintonia com a PlayStation 3 e as duas consolas partilham o mesmo jogo sem quaisquer interrupções ou diferenças. Ao ponto de o jogador Vita poder olhar para a PS3 e usar a Vita simplesmente como comando. A ação não pára, não tem atrasos e não existem diferenças, podem ser quatro jogadores a jogar na PS3 com Vitas à mistura que tudo decorre de forma fluída e natural.

"PlayStation All-Stars Battle Royale é um daqueles jogos que está ali simplesmente à espera de reconfortar e arrebatar quem nele decidir confiar o seu dinheiro."

Aprende a lutar.

Isto também se estende ao modo online no qual jogadores Vita podem enfrentar jogadores PlayStation 3 e o mais provável é nem descobrirem em que plataforma o adversário está a jogar. All-Stars é assim tão competente e envolvente. É extremamente prazeroso jogar este jogo e poder usufruir de preciosidades como esta, o jogador sente que está a jogar algo dinâmico e sem limites, enquanto se sente realmente parte de uma comunidade. Se os vossos amigos jogam na PS3, ou na Vita, não se sintam deixados de lado, estão todos ligados e ninguém tem contra-partidas.

PlayStation All-Stars Battle Royale é um daqueles jogos que está ali simplesmente à espera de reconfortar e arrebatar quem nele decidir confiar o seu dinheiro. É um daqueles jogos que vai fazer as tardes passar a voar, que diverte por horas mas que também permite ser desfrutado durante breves minutos e que encaixa perfeitamente na filosofia da Sony para a PlayStation Vita. É de igual forma uma amostra de tudo o que a companhia tem vindo a apregoar para os seus sistemas e já conseguimos imaginar aquelas tardes de jogatina ou as noitadas entre amigos.

Não tenham quaisquer dúvidas, PlayStation All-Stars Battle Royale é O jogo da PlayStation Vita para esta quadra Natalícia e provavelmente o melhor jogo para a portátil em 2012. Aliem toda uma experiência divertidíssima a uma componente técnica que simplesmente nos arrebata e tem uma combinação de excelência. É um jogo que pode durar vários meses e cuja profundidade e personalização garantem a nossa dedicação, ao mesmo tempo sinto ter recuado no tempo mais de dez anos e estar a viver um Natal em torno de Power Stone. Tem assim aquela magia, a de ser um título que marca.

9 / 10

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PlayStation All-Stars Battle Royale

PS3, PlayStation Vita

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Bruno Galvão

Redator

O Bruno tem um gosto requintado. Para ele os videojogos são mais que um entretenimento e gosta de discutir sobre formas e arte. Para além disso consome tudo que seja Japonês, principalmente JRPG. Nós só agradecemos.

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