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Wonderbook: Livro de Feitiços - Análise

Um brinquedo em forma de jogo.

Julgo que é impossível perder, a única forma que encontrei de o jogo julgar as nossas prestações foi através dos pontos de equipa que atribui no final de cada desafio. Adicionalmente, sendo direcionado para os mais jovens, toda a estrutura do jogo assume a forma de tutorial, explicando a toda hora o que devemos fazer para avançar, é um bom exemplo do que significa o jogo “dar a mão” ao jogador.

O interesse de cada capítulo varia mediante o tipo de feitiços que oferece, aprendemos a lançar fogo pela varinha, a aumentar e diminuir objetos, a reconstruir peças quebradas, a invocar pássaros de papel, a criar escudos de energia, enfim, existe um charme particular em realizar os movimentos corretos e depois utilizar os vários feitiços, mas este desvanece-se rapidamente, o que conjugado com a ausência de desafio nos capítulos torna a ação demasiado previsível e aborrecida.

Felizmente alguma da interação não depende do Move, precisamos por exemplo de interagir fisicamente com o livro para limpar pó, cinzas, ou apenas virá-lo para a televisão para descobrir o que existe no interior de um poço. Este tipo de interação pareceu-me bastante mais credível e interessante, e até achei curioso este título não explorar mais este lado. É verdade que a utilização de uma varinha mágica é adequada ao tema, mas a utilização do Move parece retirar mais do que acrescenta à experiência com o Wonderbook, cá estarei para me provarem o contrário.

Uma nova forma de contar histórias?

"Existe um charme particular em realizar os movimentos corretos e depois utilizar os vários feitiços."

Gostei da estética animada do Livro de Feitiços, completamente adequada ao tom e tema da aventura. No entanto, confesso que merecia uma câmara com maiores capacidades. A autenticidade do livro foi uma das preocupações dos estúdios de Londres, a caligrafia, a estética do livro e até os palcos onde se desenrolam as peças retratam fielmente os palcos de espetáculos da época. O jogo tem ainda uma narração competente e completamente em Português, essencial tendo em conta o seu público-alvo.

O valor de repetição do jogo depende unicamente da sua utilização enquanto brinquedo, e nesse sentido é preciso tentar imaginar a experiência pelos olhos de uma criança. Pegar no livro segurando um escorpião gigante, ver um dragão rasgar as páginas do livro e invadir a sala voando à volta das nossas cabeças, ou inundar a casa utilizando a varinha como uma mangueira é algo que apenas a imaginação de uma criança consegue descrever com o devido potencial.

"O Livro dos Feitiços procura ser a apresentação do periférico Wonderbook, mas utiliza o Move em demasia, escondendo por isso as possibilidades de interação com o livro".

Reportagem exclusiva na Sony PlayStation Portugal.

O Livro dos Feitiços procura cumprir vários objetivos em simultâneo, e julgo que falha exatamente por não se concentrar em nenhum deles. Procura ser a apresentação do periférico mas utiliza o Move em demasia, escondendo por isso as possibilidades de interação com o livro. Procura ser ao mesmo tempo jogo e conto mas força demasiados tempos mortos tornando a imersão simplesmente impossível. Procura ter um lado mais didático dando exemplos de feiticeiros que caíram em desgraça depois de uma má conduta, momentos que tencionam ensinar uma lição ao jogador e que apesar de engraçados, destoam da ação global em ritmo e conteúdo.

Como comecei por dizer, de momento é impossível dissociar o periférico do jogo, exatamente por não existirem mais opções. As possibilidades do primeiro são claramente enormes, mesmo fora do campo dos videojogos, imaginem um livro escolar interativo, um guia turístico, um mapa ou uma enciclopédia interativa. Ainda recentemente tive a possibilidade de ver alguns do próximos projetos planeados para o Wonderbook, um deles com um gameplay muito interessante, centrado no contacto do jogador com o livro rodando-o e procurando por elementos escondidos, enquanto se desenrolava a história.

O livro de Feitiços é apenas o primeiro ensaio deste mar de possibilidades, que poderá naturalmente continuar na próxima geração de consolas, talvez até com uma câmara de maiores capacidades na PlayStation 4. É um título indicado para crianças e jovens adultos mais obcecados pelo universo de Harry Potter, não há problema nenhum com isso, mas é pouco para apresentar um dispositivo destes.

6 / 10

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Sobre o Autor
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Aníbal Gonçalves

Redator

MMOs e RPG são com o Aníbal. Aliás existe um rumor na redação que a sua primeira casa é o World of Warcraft. Mas às vezes também o vemos a fazer uns exercícios. Não é mau de todo.
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