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Tales of Graces f - Análise

Contos de uma classe distinta.

Para além dos ataques normais temos os ataques especiais, as Assault Artes e Burst Artes, que são ataques mais poderosos e alguns deles envolvem ainda magia. Para qualquer ataque temos uma barra que mede a capacidade de atacar, a Chain Capacity, e o jogador deve gerir o seu gasto para não ficar constantemente sem capacidade para atacar. Ao mesmo tempo isto força um ritmo no combate e não permite que se torne num festival de martelar botões, algo que o esquema de ação em tempo real poderia ditar. Esta sensação de tática é mais do que bem-vinda e torna tudo ainda mais prazeroso. Adicionalmente temos ainda a barra Eleth que pode transformar completamente o campo de batalha, ao conferir Chain Capacity infinita por breves momentos permitindo atacar incessantemente.

Acrescentando ainda mais profundidade a este mais do que agradável sistema de combate temos a existência de títulos que estão intimamente ligados ao desenvolvimento de habilidades e tributos. Ao longo da narrativa, e até do jogo em si, vamos conquistando novos títulos que podem ser equipados. Cada título tem um leque de melhorias específicas e habilidades que conferem ao personagem quando eleitos.

Ao completar batalhas e até ao cumprir certas ações os títulos vão subindo de nível e os bónus que oferecem ficam mais poderosos. Logo, a progressão do enredo e as batalhas coexistem de forma interessante pois precisamos treinar para ficarmos mais fortes mas ao avançar no enredo ganhamos a possibilidade de aceder a bónus mais interessantes. É um sistema coeso que coloca as batalhas e o enredo em sintonia. O resultado é uma vontade em avançar no enredo mas também de combater sem parar para evoluir os personagens.

Tudo isto é feito com recursos a uns visuais que mais parecem querer simular uma animação Japonesa. Os visuais em jeito de desenho animado com personagens a condizer é bem mais do que agradável e só é pena que por vezes se apresentem como simplistas. Coloridos e com um design inspirador, os visuais de Graces f são uma porta fascinante para um novo mundo de magia. Já Vesperia (novamente referido pois é o outro único jogo da série lançado nesta geração de consolas HD existente na Europa) transpirava magia e encanto no seu mundo e nos seus visuais mas Graces eleva tal a um novo patamar. Talvez o único problema aqui seja mesmo algumas áreas demasiado pequenas e pouco recompensadoras da exigência pedida para lá chegar e da repetição exagerada de algum tipo de inimigos (apenas muda a cor) pois de resto é um trabalho bem conseguido.

As vozes do jogo também podem não ter o resultado brilhante que muitos esperariam mas no geral cumprem e algumas personagens pelo menos conseguem conquistar personalidade e empatia com recurso ao trabalho dos atores que dão voz a este leque de personagens. Motoi Sakuraba e Hibiki Aoyama partilham as responsabilidades no trabalho da banda sonora e novamente temos também um elemento que reflete sintonia com outros, principalmente com o enredo. As músicas instalam o ambiente e ajudam o jogador a integrar-se na narrativa, permitindo que os personagens e os ambientes o conquistem e obtenham personalidade.

Existe muito tradicional aqui, envolvido em algo evoluído.

No geral pouco existe a criticar sobre Graces, mantém-se na boa tradição da série a que pertencem, desde mecânicas de jogo à sua longevidade (pode ser bem longo para conseguirem obter tudo o que há para obter mas não vai ser muito exigente para os mais dedicados) e ostenta uma qualidade técnica de grande valor. É uma evolução do que vem a ser feito nos últimos jogos da série e promete encantar quem decidir entrar neste mundo. Para alguns pode transparecer demasiadamente a inocente, apesar de ter presente temáticas bem maduras, e pode não representar uma evolução desejável do que já havia sido feito. Para esses pode ser surpreendente o quão enganados estão.

Tales of Graces f é um conto de magia e fantasia com um toque de trama política e social facilmente recomendado para quem adora este género tão específico. Personagens de carisma, um mundo envolvente e um sistema de combate simples mas cativante é o que podem esperar deste jogo. Ao mesmo tempo tudo o que Graces faz consegue sentir-se válido e propositado conferindo ao produto como um todo um alto valor de coesão e qualidade. É facilmente o JRPG que mais recomendo dentro dos produtos criados nesta geração. A série Tales of sempre teve direito ao seu espaço neste mercado e Graces f vem mostra porque os fãs são tão devotos e fiéis, a qualidade que recebem em troca mais do que compensa.

9 / 10

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