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Guild Wars 2 - Análise

Isto não é Azeroth.

O combate tem semelhanças com outros jogos do género, mas também algumas diferenças fundamentais. Beneficia de uma interface bastante bem conseguida, que apesar de omitir alguma informação, é clara e consegue ser ao mesmo tempo distinta. Cada personagem tem disponível um conjunto de 10 habilidades, 5 determinadas pela arma que tem equipada e 5 pela profissão, continuam a existir "cooldowns" e "global cooldown", mas os casts podem ser efetuados em movimento, algo que combina em beleza com a opção de nos desviarmos dos ataques adversários, não é propriamente combate em tempo real, mas é mais dependente da reacção e movimentação do que acontece tradicionalmente nestes jogos.

Um dos aspetos mais polémicos de Guild Wars 2 é o fim da trinity sagrada, a estrutura de combate que marca o género desde sempre. Pois deixem-me dizer que a trinity não acabou, simplesmente flexibilizou-se ao ponto em que qualquer elemento do grupo pode curar, pode mitigar dano e pode claro, dar pancada em tudo que estiver à frente. No final do dia julgo que esta flexibilidade terá vantagens e desvantagens. É bom ter flexibilidade na formação de grupos sim, mas as batalhas contra a IA tornam-se um absurdo "spam" de habilidades por todo o lado, o que por vezes torna impossível decifrar o que fizemos de errado ou o que nos atingiu, resumindo, mais caos e menos estratégia.

O PVP é na minha opinião o ponto forte de Guild Wars 2, principalmente se considerarmos a normalização da personagem, ou até a possibilidade de ganharmos um boost imediato para nível máximo e correspondente acesso a todas as habilidades no "Structured PVP". Esta normalização permite que os combates envolvam muito mais a skill individual e estratégia de grupo do que o poder numérico atribuído pelo que temos equipado.

Por sua vez os WvWvW (mundos contra mundos) são absolutamente épicos, mapas gigantes que colocam diferentes mundos num conflito que pode durar eternidades. Aqui o desafio está em conquistar e defender os pontos-chave no mapa e capturar "Orbs of Power" ao mesmo tempo que impedimos os adversários de nos roubar as nossas, é aqui que tenho passado a maior parte do tempo em Guild Wars 2.

O jogo sofreu alguns problemas nas primeiras semanas, sendo o maior o facto do "Trading Post" (a casa dos leilões do jogo) não funcionar, o que tornou o crafting tremendamente desequilibrado e encheu os "bolsos" dos jogadores de topo o tipo de materiais que naturalmente inundaram o mercado a preço da chuva assim que este problema começou a ser remediado.

"Um dos aspetos mais polémicos de Guild Wars 2 é o fim da trinity sagrada, a estrutura de combate que marca o género desde sempre."

A razão pela qual digo remediado é porque ainda não se encontra estável, umas vezes funciona outros não, enfim, aparte deste problema existiu algum lag, queues muito demoradas e uns bugs aqui e ali, não tenho tendência a dar muita importância a estas falhas, nunca vi um lançamento de um MMO sem problemas, mas o caso do Trading Post afeta em demasia todo o funcionamento do jogo e a ArenaNet tarda em resolver de vez este problema.

Uma última consideração sobre o modelo de financiamento, o facto de ser livre de subscrição mensal representa um valor acrescentado, não tenho dúvidas a esse respeito, principalmente tendo em conta que o jogo oferece logo de início uma imensidão de conteúdo para completar. No entanto, os MMO's vivem e dependem da adição constante de conteúdo, as equipas de produção não completam estes jogos e movem-se noutra direção, é impensável. O que quero dizer é que a qualidade futura da experiência está diretamente dependente do sucesso da loja e da venda de gemas que servem para comprar conveniência e artigos estéticos, neste sentido, o futuro de Tyria está verdadeiramente nas mãos dos jogadores.

Guild Wars 2 oferece uma nova perspetiva sobre o género, apesar de não o redefinir propriamente como alguns vaticinavam. Julgo que em termos estruturais é perfeitamente possível aproveitá-lo de forma mais casual, já que se afasta do tradicional modelo de grind celebrizado por Everquest e catapultado pelo WoW. Tendo em conta que não requer uma subscrição mensal não há grandes motivos para não voltar ao mundo fantástico de Tyria, e pessoalmente posso dizer que tenciono continuar a jogá-lo no futuro. Esse é o melhor elogio que lhe posso dar.

9 / 10

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