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London 2012: The Official Video Game of The Olympic Games - Análise

O regresso da chama olímpica.

À partida podemos pensar que se torna problemático executar tamanha variedade de combinações. Os produtores reclamam 46 provas divididas por quase uma dezena de segmentos. É sempre um número atrativo que aglutina tudo o que é relevante em termos de Jogos Olímpicos. Provas de atletismo de longa distância seriam naturalmente penosas e frustrantes, daí que o destaque desta competição vá para os 100, 200 e 400 metros. Após se entrar numa prova temos logo uma perspetiva abrangente do local, com destaque dado aos atletas e público, sempre vibrante. Há toda uma atmosfera positiva e de apoio e antes mesmo de entrarmos na competição podemos selecionar o "tutorial" para uma explicação rápida e assistida da jogabilidade.

A descrição de cada uma das provas está bem conseguida, com ângulos e perspetivas de acompanhamento seguros e adequados a quem comanda um atleta nas competições de corrida ou remo. Esta última é particularmente atrativa. Após a partida a sensação de velocidade da embarcação à medida que lhe imprimimos ritmo é quase perfeita e a contemporização da entrada dos remos na água (pressionando L2 e R2 em simultâneo) torna-se essencial para alcançarem grande velocidade. Um indicador de "stamina" permite que injetem mais esforço nalgumas braçadas, embora tenha de se recuperar até voltar a ficar pleno. A fase final da prova é acompanha por uma perspetiva mais distante, como a que vemos através da televisão (com indicação dos países sobre a água e respetivas pistas), conseguindo gerar uma sensação de realismo envolvente.

Por razões óbvias levaria muito longe descrever aqui as vantagens e desvantagens encontradas em todas as provas. Certo é que os produtores conseguiram estruturar e desenvolver esquemas de jogabilidade únicos e adaptados para cada uma, o que é sempre louvável quando um potencial consumidor de um jogo deste género fica na dúvida sobre se valerá a pena a aquisição. Por exemplo, nos jogos de tiro através de pistola de pressão ou do arco aumenta a adrenalina em função do tempo disponível para o disparo ou lançamento, atendendo depois às diversas condicionantes como movimento do braço ou colocação do vento. Há sempre condicionantes concretas que afetam os resultados.

Sendo seguro que Londres 2012 deixa bons indicadores em termos de jogabilidade adaptada às provas, também é verdade que não deixa de esconder um procedimento demasiado programado e técnico, como que restringido aos tão badalados "quick time events", que se revelam como os elementos chave neste jogo. O realismo oriundo de provas como ténis de mesa, voleibol já implica modelos mais tradicionais e desenvolvidos. Sucede, porém, que na maioria das provas o resultado final não deixa de ser sempre um somatório de botões, pelo que a longo prazo não há muito mais a aperfeiçoar senão lidar com mais ou menos dificuldade com os tempos de "timming". Alternativamente os possuidores do Move poderão acrescentar mais alguma especialidade na abordagem de certos eventos, especialmente nas competições que implicam fazer pontaria ao alvo. A adaptação ao Move não é exclusiva, todavia acaba por servir de alternativa ao modelo tradicional.

No que respeita aos modos de jogo é possível escolher uma prova individualmente e lutar imediatamente por uma medalha, escolhendo uma nação. Pode-se até emparelhar um conjunto de provas ao nosso gosto para as disputar de seguida. Mas o melhor é mesmo a estrutura Olímpica que se reparte por imensos dias de provas e que implica que escolham duas para cada dia. Uma vez feita a seleção das provas terão, quase sempre durante a manhã a fase de qualificação (da qual seguem para a final os quatro melhores) e à tarde a final. A ordem das provas não é forçada já que a escolha se opera a partir de um quadro extenso de competições disponíveis.

A animação em torno de cada evento é significativa. Se pressionarmos o botão quadrado quando é apontado o nosso atleta recebemos uma maior ovação do público e se no final da competição o resultado for o ouro, temos direito a escutar o hino nacional (em versão limitada). Nem todos os países estão representados, apenas os mais conhecidos, mas existem pormenores editáveis como as características dos atletas, nomes e equipamentos alternativos a conseguir, já que por definição o jogo revela para cada atleta determinada fisionomia

O modo multiplayer é o espaço derradeiro de confronto usando a rede com um máximo de oito jogadores em presença. Isto é interessante se participarem nas corridas, como por exemplo os 100 metros, remo ou natação, quando vemos todos os atletas em competição ao mesmo tempo. Existem opções tendo este propósito em mente. Opções que permitem colocar dois jogadores frente a frente, concluírem a sua prova à vez ou todos ao mesmo tempo. É possível ainda determinar o número de provas e percorrer várias modalidades em modo "random". Escolham sempre Portugal. Um banco de dados revela o número de medalhas conquistadas por cada país. De um total de 42 nações, Portugal ocupa, no momento em que escrevo, o 16º lugar. O top 10 é algo complicado de atingir para um país da nossa dimensão, mas não custa emprestar mais algum esforço, angariando medalhas logo que possível.

No final, Londres 2012 é um jogo que acaba por cumprir minimamente com as expectativas. Para os fãs da competição, esta é a única oportunidade que possibilita percorrer boa parte dos eventos que estruturam a competição e viver um pouco do espírito olímpico caso não possam viajar até Londres nas próximas semanas. A Sega Studios Austrália, muito embora não tenha revolucionado o género ou incluído soluções que modifiquem totalmente a estrutura destes jogos, acabou por aperfeiçoar o modelo de gameplay, que não obstante se adaptar e bem aos 46 eventos disponíveis, também é quase todo ele baseado em QTE's. Apostando num grafismo que se situa próximo do que podemos ver nas mais recentes evoluções de Virtua Tennis, Londres 2012 alcança um satisfatório resultado, convencendo completamente. Pese embora as limitações típicas de um produto deste género assim como a sazonabilidade do evento, por aqui podem já começar a treinar para as medalhas ainda antes da delegação portuguesa passear a sua bandeira pelo estádio olímpico no dia da abertura oficial dos jogos.

6 / 10

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.
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