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Max Payne 3 - Análise

O velho Max com os velhos truques num clima tropical.

Max pode ser muito bem comparado ao Rambo ou Bruce Willis na série de filmes Die Hard. É capaz de sobreviver às agressões mais brutais e levantar-se no minuto a seguir pronto para mais. Os seus analgésicos desempenham aqui um papel fundamental. É difícil sobreviver ao fogo cerrado sem recorrer pelo menos a um analgésico. Lidar com a IA dos inimigos também acrescenta mais dificuldade, que se esconde de imediato atrás de proteções e apenas levanta a cabeça por breves segundos.

A narrativa é um dos pontos mais invulgares, combinando uma perspetiva entre a primeira e terceira pessoa. À medida que o jogo decorre, Max narra o que lhe vai no pensamento. A relação entre o jogador e a personagem é assim mais profunda. Max não é apenas a personagem que controlamos, é uma espécie de companheiro enquanto estamos a jogar que se desenvolve no processo. Max começa como um viciado em compridos e alcool e transforma-se lentamente em alguém com um propósito e que busca a justiça acima de tudo o resto. É como se recuperasse parte da sua identidade perdida.

A Rockstar é conhecida por levar o tempo que achar necessário no desenvolvimento, e os resultados costumam valer a pena o tempo dedicado, mas com Max Payne 3 isso é questionável em alguns aspetos, noutros, é inegável que o jogo brilha e exibe o selo de qualidade Rockstar, e nota-se que fez os trabalhos de casa na recriação de São Paulo. A atmosfera é envolvente, contagiante e fiel, tornando de imediato o ambiente em que o jogo se insere memorável. O Brasil de Max Payne 3 é tudo o que se podia exigir e mais alguma coisa. O mais impressionante é que não houve medo em recorrer ao português para tornar tudo muito mais credível, que apesar de ser a quinta língua mais falada no mundo, não é das mais populares nos maiores mercados dos videojogos.

A complementar o modo estória estão os modos multijogador online que se apresentam nos habituais Deathmatch e Team Deathmatch, sendo possível desbloquear as versões "hardcore" desses modos depois de somar um determinado número de mortes. O modo Gang Wars é inédito, contando uma estória à medida que se desenrola. A estória é narrada por Max e é algo bastante básico, mas abre as possibilidades para o futuro para modos multijogador que contem estórias mais desenvolvidas.

"A atmosfera é envolvente, contagiante e fiel, tornando de imediato o ambiente em que o jogo se insere memorável. O Brasil de Max Payne 3 é tudo o que se podia exigir e mais alguma coisa"

O que torna o multijogador de Max Payne 3 em algo ligeiramente diferente do habitual, é que a Rockstar decidiu transportar a câmera lenta do modo estória para aqui. Para que funcione, quando um jogador ativa a câmera lenta, o jogo abranda para todos os outros jogadores. Pode parecer incomodativo, mas até que não é, pelo menos quando não é usado várias vezes seguidas por jogadores diferentes.

Para manter o jogador agarrado durante muito tempo, existe muito para desbloquear com a subida de nível, como armas mais mortiferas, acessórios para o avatar e power-ups. O nível das armas também pode evoluir, para isso basta que utilizem a mesma arma frequentemente.

No que toca a longevidade para além do modo estória, Max Payne 3 está bem servido. Para além de um multijogador bastante competente, divertido e sem problemas de matchmaking ou latência, há ainda o modo Arcade que acaba por se revelar um autêntico vício. Neste modo poderão desfrutar dos níveis do modo estória sem as cinemáticas e a competir nas leaderboards pela melhor pontuação, e no sub-modo "New York Minute", têm apenas um minuto para terminar um nível, mas podem aumentar o prazo ao alvejar na cabeça os inimigos.

No final de contas, Max Payne 3 é para o bem e para o mal, fiel aos jogos anteriores desenvolvidos pela Remedy. Nas mãos da Rockstar adquiriu um sabor mais tropical ao ter o Brasil como pano de fundo, o que lhe garante de certa forma alguma frescura. Com a cara já cheia de rugas e a idade a pesar, é difícil sequer pensar que Max esteja pronto para mais ação. Desta forma, Max Payne 3 é uma uma excelente despedida, mas acaba por não ser tão relevante como em outrora, sem ter nada para ensinar aos "novos" shooters.

7 / 10

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In this article

Max Payne 3

PS3, Xbox 360, PC

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Sobre o Autor
Jorge Loureiro avatar

Jorge Loureiro

Editor

É o editor do Eurogamer Portugal e supervisiona todos os conteúdos publicados diariamente, mas faz um pouco de tudo, desde notícias, análises a vídeos para o nosso canal do Youtube. Gosta de experimentar todo o tipo de jogos, mas prefere acção, mundos abertos e jogos online com longa longevidade.
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